15.8.09

Cineclube do IAP exibe filme ícone da nouvelle vague

“Os Incompreendidos”, de Truffaut, tem sessão nesta segunda, com entrada franca
Para celebrar os 50 anos da nouvelle vague, movimento que revelou os maiores cineastas franceses desde a segunda metade do século 20, o Cineclube Alexandrino Moreira, do Instituto de Artes do Pará (IAP), apresenta nesta segunda, dia 17, o filme “Os Incompreendidos”, de François Truffaut. A exibição será às 19h, com entrada franca.



Ao lado de Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Claude Chabrol e Jacques Rivette, Truffaut compõe o principal núcleo criativo da nouvelle vague. Nascido de uma cinemateca e de uma revista, a Cahiers du Cinéma, a nouvelle vague tem, para o bem e para o mal, a marca de cinefilia militante como seu emblema maior.

Uma das propostas da nouvelle vague era a romper com o "cinéma de qualité" francês, composto de adaptações de obras literárias de prestígio. E o elo com a tradição foi reatado através de duas figuras, Jean Renoir e Jean Vigo. Outra importante referência do movimento foi Henri Langlois, mitológico diretor da Cinemateca Francesa.

“Os Incompreendidos” (Les 400 Coups, França, 1959) traz no elenco Jean Pierre Léaud, o principal ator a trabalhar com François Truffaut, Claire Maurier, Albert Rémy e Guy Decomble. Doinel (Jean Pierre) é um adolescente que vive em Paris com a mãe e o padrasto. Oprimido pela falta de carinho em casa e a incompreensão na escola, ele passa a executar alguns “golpes” com o colega René, como roubar cartazes de filmes exibidos nas galerias de cinemas, mas acaba sendo jogado pela família numa escola correcional, depois de dois dias preso por tentar roubar uma máquina de escrever. Mas nosso pequeno herói consegue fugir e chegar ao mar, que nunca havia visto.

Segundo o crítico de cinema Marco Antônio Moreira, “Os Incompreendidos”, primeiro longa-metragem de François Truffaut (1932-1984) praticamente inaugurou a nouvelle vague. “Com farpas biográficas, o filme exibe influências do movimento neorealista e uma grande sensibilidade, característica que perseguiria a obra de Truffaut, diferindo-a do que fizeram os seus colegas”, explica, acrescentando que o cineasta trabalhou intensamente até morrer, não só dirigindo como atuando (ele interpretou o cientista de “Contatos Imediatos do 3° Grau”).

“Truffaut amava o cinema e sempre demonstrou isso”, diz Marco Antonio Moreira. O crítico ressalta ainda que o ator Jean Pierre Léaud e a personagem Antoine Doinel seriam vistos como o alter ego do diretor, aparecendo em pelo menos cinco filmes, entre eles a seqüência de “Os Incompreendidos”, o curta-metragem da coletânea “Amor aos 20 Anos”.

Serviço
“Os Incompreendidos”, de François Truffaut. Sessão nesta segunda, às 19h, no Cineclube Alexandrino Moreira, do Instituto de Artes do Pará (IAP), em parceria com a Associação dos Críticos de Cinema do Pará. O IAP fica em Nazaré, ao lado da Basílica. Entrada franca. Informações: 4006-2947.

Texto: IAP

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