2.7.10

Palco Giratório do SESC nacional chega mais uma vez em Belém

A programação começa nesta terça-feira, 06 de julho, na Escola de Teatro e Dança da UFPA, com a oficina Jogo de Cena, de 9h às 13h e das 14h às 18h e com o Pensamento Giratório que terá a participação da atriz, diretora e prof. Wlad Lima, das 18h30 às 20h.

Nos dias 07 e 08 segue com espetáculos no Instituto de Artes do Pará e no Teatro Margarida Schivasappa.

As peças são da Cia. Bacatá, do Rio de Janeiro, que apresentará "Ingrid", no dia 07, no IAP, às 20h30 e “Malentendido”, no dia 08, no Teatro Margarida Schivazappa, às 20h.

Ingrid - A partir da experiência vivida em cativeiro pela ex-candidata à presidência da república da Colômbia Ingrid Betancourt, o espetáculo propõe uma reflexão sobre o problema do seqüestro na Colômbia, suas seqüelas na sociedade e nos indivíduos privados de liberdade, cujos direitos humanos são violados.

Constituída por cenas fragmentadas, não cronológicas, a dramaturgia faz um ponto de interseção entre o “personagem” em questão e a historia da própria atriz configurando-se em cena um personagem vértice.

A justaposição apresentada é o ponto de partida para discutir não só questões identitárias, mas também a complexidade da situação emergencial vivida pelos quase 3000 seqüestrados que estão em cativeiro na Colômbia. A abordagem da temática extremamente atual e a construção cênico-dramatúrgica conferem ao espetáculo uma aproximação do gênero documental.

A encenação apresenta um recorte do cativeiro numa dramaturgia cênica apoiada em pequenas estruturas onde as imagens constroem uma narrativa sensorial e poética. O espetáculo traz o aspecto cíclico da espera constituído pela repetição de células cênicas que traduzem o cotidiano desolador vivido por milhares de seqüestrados que se mantêm vivos graças às notícias enviadas pelos seus familiares através do programa “As Vozes do cativeiro” transmitido nas madrugadas de sábado.

Malentendido - Tragédia moderna escrita em 1943 durante a segunda guerra mundial, “O Mal-entendido” é uma das peças mais célebres de Albert Camus – ganhador do Prêmio Nobel de literatura.

A encenação da peça “O Mal-entendido” tem ressonância no Brasil de hoje porque discute uma temática de vital importância para a sociedade atual, que aborda a necessidade do fortalecimento da nossa identidade, da comunicação e da não violência.

A dramaturgia está apoiada na complexidade, ambigüidade e riqueza da condição humana. Os personagens refletem uma sociedade niilista, onde se sentem alienados, sem perspectiva, numa situação limite transitando por um cenário minado por zonas escuras onde o essencial não é dito.

O Mal-entendido, no primeiro contato, incomoda e encanta com a objetividade árida de seus diálogos, seu tom trágico, o tanto dito e não ouvido. Reencontro Meursaut em Ian que procura deixar de ser estrangeiro em sua vida e o “Sísifo” em Martha que procura no crime um meio de escapar à uma existência absurda. A peça foi escrita nas montanhas da França ocupada pelo terceiro Reich.

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