3.9.10

André Abujamra em Belém para festa e produção de CD

Um dos mais completos, inventivos, criativos e bem humorados compositores de sua geração está em Belém e fica por aqui até segunda-feira, 06. Abujamra chega por dois motivos. Tocar no Baile Tropical, que acontece neste sábado, 04, no Café com Arte e para produzir o segundo CD de Felipe Cordeiro, “Kitsch Pop Cult”.

Em 2009, Felipe lançou o CD “Banquete”, que reuniu canções suas nas vozes de outros intérpretes, foi arranjado por vários arranjadores e teve direção musical de Floriano.

Mas é o “Kitsch Pop Cult” que o músico vem considerando como seu primeiro trabalho inteiramente autoral.

“Tem lançamento previsto para começo do ano que vem. Estou cantando as músicas e mergulhei nos conceitos do disco.

Convidei André Abujamra, pois suas referências são complementares à minha pesquisa e isso pode ser algo realmente muito interessante”, disse o músico ao Holofote Virtual.

“Vou ajudar o Felipe (foto) a usar o universo dele e fazer um puta CD”, disse André ao Se Rasgum, que organiza o Baile Tropical.

André Abujamra já liderou e ainda lidera bandas como “Os Mulheres Negras”, “Karnak” e, mais atualmente, Gork, além de realizar um trabalho solo.

“Fruto de uma convergência impar da informações da Cultura pop, underground, tradicional folclórica e erudita dos quatro cantos de mundo, em sua trajetória como compositor, cantor, arranjador e produtor de trilhas de filmes se percebe o traço sonoro destas influências ricas e diversificadas que o paulistano agora radicado em Curitiba vem mostrar em Belém numa apresentação inédita em forma de Djset, onde seguramente os ouvidos e corpos devem se preparar para agradáveis surpresas afro-latinas, balkan-ciganas e principalmente tropicais”, informa a News Letter divulgada esta semana pelo Festival Se Rasgum, que promove o Baile Tropical. Leia a entrevista realizada pelo Se Rasgum com André, a partir do “Baile Tropical”.

Baile Tropical: André, fala do caldeirão de influências mais significativas que mexeram com o menino ou adolescente André Abujamra e deu uma guinada em relação aos meninos da mesma geração, que deveriam ouvir, ler e assistir outras coisas.

André Abujamra: A primeira foi nascer filho do Antônio Abujamra, que me deu toda a liberdade pra eu fazer qualquer coisa, depois as influências musicais Spike Jones, Hermeto Pascoal e Zappa.

Baile Tropical: Na sua obra (Mulheres Negras, Karnak, Gork, Fat Marley e André solo) se percebe uma eterna relação entre complexidade construtiva (de arranjos principalmente) e simplicidade criativa (refrões e melodias pop), coisas de cultura popular, de candomblé, do pop, do rock, do reggae e da música erudita. Como funcionam estes referenciais na sua cabeça na hora de compor, arranjar e produzir um trabalho?

André Abujamra: A música pra mim é como respirar. Já a poesia não. A poesia eu sofri pra descobrir.

Então eu fui pra síntese da poesia, a essência dela, entende? Deve ser por isso que são coisas simples. A minha cabeça e a cabeça de todo mundo é maior que o universo, então quando vou compor eu uso o universo inteiro.

Baile Tropical: O que você acha da musicalidade do Norte-Nordeste brasileiro, como baião, lambada, frevo, guitarrada, afoxé, carimbó, maracatú e tecnobrega?

André Abujamra: Eu Amo! Eu gosto de Stravynsky, Maranhão, Belém do Pará e sushi.

Baile Tropical: "Mafaro" é o seu terceiro disco solo. Como é ele?

André Abujamra: Sim, meu terceiro CD "Mafaro" nasceu de uma viagem para a Africa, Praga e Maranhão. "Mafaro" quer dizer alegria na língua do Zimbabwe.

Baile Tropical: Como é o set do DJ Abujamra, e o que o Baile Tropical pode esperar?

André Abujamra: Toco muito Balkans, mas tô levando umas salsas colombianas do grupo Niche.


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