31.10.11

Festival exibe parte da obra do maior cineasta da Amazônia

Inestimável contribuição para o debate político e cultural que envolve a Amazônia, os documentários de Cowell, o mais importante documentarista sobre a Floresta Amazônica serão exibidos dentro da programação do Amazônia Doc, que abre nesta sábado, 05, em Belém. Sua obra permite o acesso a imagens que constituem a memória dos povos da floresta. A mostra será uma excelente oportunidade para conhecer a obra deste autor e abrir novas discussões sobre a conciliação entre o desenvolvimento socioambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. 

Dividida em quatro programas - “A década da destruição”, “Parque indígena do Xingu”, “Os últimos isolados” e “Filmes Recentes - O legado Chico Mendes” - a mostra toma espaço no Cine Líbero Luxardo do Centur e faz parte da terceira edição do Amazônia Doc.

Nada escapou às lentes de Cowell. Ele filmou a destruição da maior floresta tropical úmida do mundo, a situação dos povos indígenas, os sertanistas, garimpeiros e fazendeiros. É considerado o maior documentarista da Amazônia. Cowell deixou sete toneladas de filmes, um acervo que já foi doado à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, e está disponível para consultas. 

Deixando um legado de 50 anos de gravações dos mais diferentes cenários e situações da Amazônia, o cineasta faleceu no último dia 10 de outubro, em Londres, aos 77 anos. Adrian Cowell é considerado o maior documentarista da Amazônia e seu último trabalho, que ainda está sendo finalizado, aborda a violência no Sul do Pará.

Programação 
Cine Líbero Luxardo – 19h – Entrada franca 

SEGUNDA-FEIRA, 07/11 
Chico Mendes - eu quero viver (40', 1989) 
Montanhas de Ouro (52', 1990) 

TERÇA-FERIA, 08/11 
Na Trilha dos Uru Eu Wau Wau (52', 1990) 
Nas Cinzas da Floresta (52', 1990) 

QUARTA-FEIRA, 09/11 
O Destino dos Uru Eu Wau Wau (52', 1999) 

QUINTA-FEIRA, 10/10 
A Tribo que se esconde do homem (66', 1967-69)
Uma Dádiva para a Floresta (25', 2000) 

SEXTA, 11/11 
As Queimadas da Amazônia (45', 2002)
Barrados e Condenados (25', 2000)
Batida na Floresta (59', 2004-5) 
O Sonho do Chico (25',2003)

Festival comemora uma década em cena

Lançada no último dia 25, a décima edição do Festival Escolar de Dança do Pará – FEDAP vai acontecer de 3 a 6 de novembro no Colégio Moderno, onde já está aberta uma exposição comemorativa do evento. 

No hall do colégio Moderno podem ser vistos cartazes de edições anteriores, além de camisetas, fotos, livros e vídeos. A realização é da Companhia Moderno de Dança.

Em 2011, o X FEDAP conta com a participação de mais de duzentos bailarinos, vinte grupos escolares, além de nomes renomados da cena da dança no Pará e no Brasil, como Miguel Santa Brígida, Ana Flávia Mendes, Jardel Augusto Lemos (UFRJ), Saulo Silveira e Rosana Rosário. A homenageada deste anos é a professora Sônia Massoud, uma das grandes apoiadoras da iniciativa da Companhia Moderno de Dança na promoção do festival.

Com objetivo de reunir escolas, públicas e privadas, para mostrarem suas produções, o festival abre um espaço de incentivo e promoção da dança, e vem se caracterizando como um instrumento pedagógico importante para a educação de jovens e crianças. O FEDAP contribui ainda com a formação de platéia para dança no estado do Pará e inclui participação de projetos que conjuguem a dança e a responsabilidade social.

Nos dias 3, 4, 5 e 6 de novembro serão realizadas as apresentações dos 20 grupos escolares inscritos, além de coreografias da Companhia Moderno de Dança, do Grupo coreográfico do Colégio Moderno e Grupo Moderno em Cena. Sempre com cerca de cinco espetáculos por noite. 

Mais uma vez, o festival terá um teatro móvel estruturado dentro do colégio Moderno, para receber os grupos que se apresentarão dentro da programação. Montado aos moldes do festival de dança de Joinville, um dos maiores festivais de dança do país, a estrutura estará no Ginásio do Colégio Moderno e comportará até 300 pessoas, em um ambiente refrigerado.

Nestes dez anos, o FEDAP vem promovendo mostras coreográficas com grupos de escolas públicas e privadas de todo o estado do Pará, bem como projetos sociais. Esse ano, além dos grupos de Belém, o Festival contará com a participação de grupos escolares das cidades de Marabá e Concórdia do Pará. 

História - A Companhia Moderno de Dança foi fundada no ano de 2002, como um núcleo artístico surgido no seio da instituição de ensino Colégio Moderno, imbuído do desejo de vivenciar a arte do movimento e da dança de forma investigativa e interdisciplinar, conjugando diversas áreas das artes, como a dança e o teatro. 

Vencedora de diversos prêmios desde a sua fundação, a Companhia Moderno de Dança coleciona publicações, até mesmo acadêmicas, e premiações como a bolsa de pesquisa e experimentação artística do Instituto de Artes do Pará, Prêmio Funarte de dança Klauss Vianna, Bolsa Funarte de estímulo à produção crítica em dança e Prêmio Secult/Pará de estímulo à criação em dança, com o espetáculo “Confetes e Serpentinas”. 

A companhia Moderno de dança é, ainda, responsável pelo gerenciamento de outros dois grupos, o Grupo de Dança Moderno em Cena e o Projeto Social Aluno Bailarino Cidadão, iniciado no ano de 2006, voltado para o ensino e produção de dança de 30 jovens estudantes de escolas públicas. Serviço Festival Escolar de Dança do Pará – FEDAP. 

Serviço
Nos dias De 3 a 6 de novembro, no Colégio Moderno. Sempre a partir das 19h30. Mais informações: 91 81128324/83381118. Parcerias: SOL informática, Clínica Orares, Sapatilhas, Eti Marriqueti, Papelaria São José, Governo do Pará e Grecco Forma.

29.10.11

Henry Burnett comemora 40 anos e grava DVD


Sim. O tempo passa, voa e escorre entre os dedos, mas as canções ficam. Os livros também. Entre outubro e novembro, o músico faz dois shows para gravação de DVD e lança um livro com ensaios que resultaram de sua tese de Doutorado e de uma pesquisa de Pós-Doutorado, defendidas na UNICAMP e na USP, respectivamente.

No próximo dia 31 de outubro, o cantor e compositor Henry Burnet faz 40 anos e resolveu comemorar a data de maneira peculiar, no palco, refletindo uma carreira de mais de 20 anos. Intitulado “Por uns tempos”, o show acontecerá no Teatro Cláudio Barradas, nos dias 29 e 30, a partir das 20h, trazendo em cada apresentação, além de participações especiais, cerca de 15 a 16 músicas que marcam a trajetória do compositor.

Com direção, cenário e iluminação de Nando Lima, produção de Hellen Burnett e direção geral do próprio artista em parceria com Milton Kanashiro, tudo será gravado em DVD. “É uma retrospectiva de tudo que já fiz. Tem músicas já lançadas em CDs, mas também vou fazer algumas canções inéditas, como esta que dá nome ao show, parceria com o amigo, jornalista e poeta Edson Coelho”, diz Henry.

Nos dois dias de show, Henry vai receber convidados especiais. A cantora e compositora Iva Rothe, o multiintrumentista Adelbert Carneiro e o guitarrista e parceiro Renato Torres, três artistas que, cada um a sua maneira, marcam e entrelaçam-se a trajetória do compositor. As participações serão realmente especiais. Henry passará a maior parte do tempo sozinho no palco, fazendo voz e violão.

“Parece fácil, mas é muito difícil, porque eu sempre me apresentei apoiado pela banda Clepsidra e o Renato na direção musical. Este é um show anacrônico, no formato, porque é sentar com o violão e com a guitarra e tocar canções no formato em que elas foram compostas”, diz. Trajetória - Dono de uma obra ímpar, Henry Burnett diz que só agora se sentiu maduro e capaz de sentar e refletir com o violão esta trajetória que traz quatro CDs gravados.

O primeiro, feito no calor da adolescência, ele não gosta de assumir conta. “Linhas Urbanas”, gravado em 1996, sofre grandes críticas do próprio Henry. “Era algo pretensioso, uma espécie de contraposição ao regionalismo paraense. Eu queria afirmar uma vanguarda urbana que era a minha experiência em Belém.

Na época, eu costumava dizer que Walter Bandeira era minha maior influência, e ninguém entendia, pois ele era cantor, eu compositor. Mas era porque ele cantava músicas de Caetano, Edith Piaf e Frank Sinatra entre outras e isso abria a minha audição”, comenta Henry. O segundo e também terceiro foi “Não para Magoar”.
Com Paulo Vieira, lançamento de Retruque/Retoque
A primeira versão, em 2006, e a remasterização, em 2009. Depois veio o quarto, “Interior”, com a cantora portenha Florência Bernales, em 2007, e por fim, veio, em 2010, “Retoque”, parceria com outro poeta, Paulo Vieira num trabalho que resultou no livro e CD “Retruque/Retoque.” Envolvido no meio musical desde a adolescência, aos 17 anos ele fez o primeiro show no Teatro Waldemar Henrique, fruto da parceria com o poeta Edson Coelho.

“Eu me lembro muito bem, fizemos alguns registros em vídeo. Eu tinha 17 anos quando nós dois compusemos “por uns tempos” e “Asa Delta”, ambas gravadas no CD renegado”, brinca Henry ao falar de “Linhas Urbanas”. Em um dos depoimentos que foram gravados no show, o Edson Coelho dizia que Henry é um grande melodista, o que seria a principal virtude do trabalho do compositor.

“Lembro que eu compunha sem letra, só com a melodia gravada de memória. O Edson me entregava poemas prontos, como o Paulo Vieira fez, aliás este me entregou o livro todo”, diz Henry. Poesia e Música - Falando em poesia, Henry Burnett diz que também estará no repertório do show um poema de Nietzche.

“Ele é o único que não é um parceiro meu, e ainda não foi gravado. Sinto-me realmente quase um especialista em fazer música para letras de poemas”, comenta. “O Paulo Vieira é o exemplo principal, pois me entregou sonetos e depois questionou como eu poderia musicar soneto, uma forma toda amarrada em rimas e métricas. Eu mesmo fiquei espantado com a facilidade com que saíram e lembrei do Edson falando do meu lado melodista”, conclui.

Adeus Belém do Pará... Apesar de toda a paixão pela música, o cantor e compositor Henry Burnett saiu de Belém em 1998 e foi para São Paulo iniciar uma carreira acadêmica, justamente para continuar neste caminho musical, por incrível que pareça. Explico. Ainda bem jovem foi a decisão que ele tomou em prol de um sonho maior.

Lançamento dia 11 de novembro
“Percebi que tinha algo de diferente nos compositores como Walter Freitas, Paulo Uchoa, Edir Gaya, Gilberto Ichihara, a nata daquele momento pra mim”, diz. Henry conta que percebeu que esses caras não tocavam na noite por alguma razão “não deve ser gratuito”, pensava. Ele, por outro lado, queria tanto a carreira musical que chegou a se aventurar na noite, mas logo viu que o negócio não daria certo.

“Não tenho perfil de interprete pra isso e nunca conseguiria fazer sucesso ou construir uma carreira desta maneira”. Em São Paulo o compositor tornou-se professor. “Nunca imaginei isso, pois era péssimo aluno”, diz ele que hoje é professor em uma das universidades mais importantes do país e onde criou um núcleo de estudos de filosofia da música popular que não existia no país.

“Meu trabalho ganhou contornos que eu não tava preparado pra assumir, mas agora é tarde”. “Esta não carreira musical resultou nesta outra, acadêmica e isso por minha única e exclusiva responsabilidade. Mergulhei no estudo e na crítica da música popular brasileira. Isso me levou a uma biografia enorme e a uma audição gigantesca”.

Livro - O resultado disso é que além do shows, Henry Burnett tem motivo a mais para comemorar suas quatro décadas de vida. No próximo dia 11 de novembro ele vai lançar, aqui mesmo em Belém, o livro “Nietzsche, Adorno e um pouquinho de Brasil”, na Livraria Saraiva, a partir das 19h, com um debate que contará com a participação do professor e filósofo Ernani Chaves.

“O livro acabou de sair pela editora da Universidade Federal de São Paulo e resulta de um doutorado sobre Nietzche e a Música e de um Pós Doutorado sobre Indústria Cultural e a Canção Popular no Brasil”, diz Henry.

Até sair o livro, foram sete anos em que ele desmembrou a tese de doutorado em vários ensaios, apresentando-os em vários lugares, seminários. Enquanto isso, ele dava sequência ao pós doutorado, feito com Celso Favaretto. “Que é ninguém menos que o cara que escreveu o primeiro livro sobre o Tropicalismo dentro de uma universidade”, explica o músico que já avisa. “O lançamento na capital paulista também já tem data. Será no dia 8 de dezembro, na Livraria da Vila, no badalado bairro Vila Madalena”, finaliza.

Três parcerias no palco e na vida

Adelbert Carneiro
“Primeiramente agradeço o convite para estar participando deste momento especial. Quando tive a oportunidade de trabalhar com o Henry, foi muito importante pra mim porque eu estava no momento inicial de diretor e arranjador. Foi como uma afirmação da possibilidade de eu continuar executando esta função”, diz Adelbert Carneiro.

“Ele é tranquilo e principalmente deixa a nós, músicos, muito a vontade para a criação. Acho que esse trabalho coroa a carreira de músico, interprete e compositor do Henry. Com êxito, já que ele sempre ficou e optou de estar ao lado da boa música”, opina o músico.

Urublue – A cantora Iva Rothe, em sua participação, fará duas músicas. “Refestelar”, de Henry e Paulo Vieira, e “Embriagado”, que marca um momento importante para ela quando Henry costumava cantar a canção nos shows que os dois fizeram no antigo e extinto bar Urublue, junto com Renato Torres.

“Estou adorando a oportunidade que ele me deu de comemorarmos seu aniversário desse jeito no palco!”, diz a cantora. De acordo com ela, nestes anos todos, eles têm trocado bastante. “Ouvimos as criações um do outro, e temos feito músicas e shows juntos, além de participações um no show do outro. Temos celebrado cada nova conquista, a cada nova etapa da vida e das carreiras de cada um, o que me deixa muito feliz”, conclui.

Renato Tores - “A minha participação nos dois dias de show será, realmente, bem especial, e digo isso por mim mesmo: é especial pra mim, mais que tudo”, diz Renato. “Fiquei muito honrado com o convite do Burnett, que é um amigo e parceiro de muitos anos, e mais ainda quando soube que seria nos dois dias”, festeja. Juntos, os dois farão canções como “Comum Acordo” e “Dentro da Madrugada”, que estão no segundo disco de Henry, Não Para Magoar, produzido em parceria com Renato.

Com Renato Torres, eterno parceiro
“Haverá também parcerias nossas, as inéditas em palco O Curso do Rio e O Mar, além de Reino, que já apresentamos antes em shows com o Clepsidra, e que foi gravada pela cantora Joelma Klaudia em seu disco Dias Assim”, anuncia o violonista e parceiro de longas datas. Renato diz que sua relação com o Burnett é de admiração e influência mútuas.

“Creio que fomos determinantes pras carreiras um do outro, aprendemos um bocado com nossas colaborações, com alguns embates criativos, com a própria construção de nossa amizade, que sempre foi marcada pela música e pela composição”. A primeira parceria entre os dos foi Descontrolado, já gravada pelo grupo de Renato, o Clepsidra, e pela cantora Lia Sophia. A canção revela uma sintonia rara e especial entre os dois.

“Admiro no Burnett, a sua profunda capacidade de concisão e economia, aliada a um senso estético sofisticado e preciso, algo burilado em seus anos de estudo filosófico. Burnett é uma espécie de Vinícius da filosofia, aliando referências acadêmicas que passam por Nietzsche e Adorno, e traduzindo-as em belas canções populares, que só ainda não caíram no conhecimento do grande público por pura falta de atenção dos mídias”.

Torres considera o trabalho de Henry lírico e poético, sem ser enfadonho. “É sofisticado sem deixar de ser popular e acessível, ele bebe das referências, mas não as usa como muletas criativas. Tem personalidade e envergadura próprias, afirma-se em seu próprio outeiro, constrói urdindo suas próprias visões”, acrescenta o violonista.

28.10.11

Dalcidio, Bolle e a “rapaziada” da Celso Malcher

Professor e pesquisador da USP e CNPq, atualmente dedicado a pesquisas sobre a cultura e a literatura de expressão amazônica, Willi Bolle realizou pela segunda, na UNAMA uma apresentação de Leitura Dramática de Primeira Manhã e Ponte do Galo. Por meio do Curso de Letras e do Núcleo Cultural, o objetivo dele foi apresentar parte do resultado de um projeto que desenvolve em comunidades de Belém. O evento aconteceu no ultimo dia 26 de outubro.

Por Paulo Nunes*

Emocionou-me muito ver o que recentemente “aprontaram”, na sala de experimentações cênicas da Unama, alunos e professores da Escola Estadual Celso Malcher, dirigidos por Willi Bolle. Depois de tudo o que foi visto é que me ponho a refletir: por que a difusão da leitura é tão improdutiva em nossas salas de aula? Por que professores precisam “grevar” para fazer suas vozes chegarem à sociedade? Ficamos todos, neste momento de mundialização da informação, sem piso, sem chão, após o exercício lúdico que se consubstanciou diante de nós a fusão de teatro e literatura? 

Estas caraminholas que pululam em nossas cabeças tomam forma depois de a gente presenciar uma atividade lúdica que reuniu, através da química do texto dalcidiano, um brecthiano professor teutobrasileiro com alunos e professores da escola Celso Malcher, localizada na Terra Firme, em Belém do Pará. 

Quando se completam mais de 30 dias da greve dos professores da rede pública de ensino e cerca de 3 meses após os vereadores de Belém retirarem inexplicavelmente de importante avenida o nome de Dalcídio Jurandir, a leitura dramática do romance Primeira Manhã caiu como uma luva em nossas mãos, ávidas de beleza e práticas construtivas no cotidiano de nossas escolas. Após mais de sessenta minutos da “leitura dramática” de Primeira Manhã, adaptação de Willi Bolle, ouvimos as argumentações teóricas do professor da USP: o por quê do uso de Brecht como método; como o professor começou a aproximar-se do teatro e do teatro do texto literário, ainda na Alemanha. 

E não é que eu me lembrei, impulsionado pela fala quase inaudível da professora Elaine Oliveira (que estava a meu lado e disse: “Isso faz toda a diferença... Josse, foi isso que fizeste conosco – Elaine fora aluna de Josse, que também estava presente – conosco lá no Deodoro”) de uma experiência que eu, rapaz de 18 anos, vivenciei , instado por uma professora, Josse Fares, então com uns 30 e tantos anos na Escola Deodoro de Mendonça. Falo do grupo Mãos Dadas, literomusical . 

Ali, a professora aglutinava seus alunos, mais de 30, em torno de Drummond, Chico Buarque, Vinicius de Morais, João Cabral de Melo, Manuel Bandeira, Dalcídio, Waldemar Henrique, Paes Loureiro, entre outros. Resultado: me transformei em professor de literatura e, algo mais tarde, casei-me com a professora. 

As experiências de Josse e de Bolle têm em comum, um amor radical (no sentido paulofreiriano da palavra “radical”) pelo magistério, não como missão, mas como tesão – desculpem se lhes pareço vulgar –, tesão estético.

“Sem tesão, não há solução!”, diria o filósofo anarquista Roberto Freire. A gente sabe que há professor de literatura, de norte a sul do Brasil, que ao invés de emocionar os alunos com o texto literário, sufoca as turmas com teorias, teorias e mais teorias. E o texto literário onde fica? O probrezito fica lá no fundo da sala, esquecido feito “aluno problemático”, como o Alfredo de Primeira Manhã, Alfredo que não conseguiu se identificar com a “educação estéril” que lhe era imposta no Ginásio. 

O que se pratica em muitas salas de aula brasileiras é a falta de amor pela literatura (e por extensão, à educação). Se o professor lê para a sua turma o “Ainda uma vez adeus”, de Gonçalves Dias, e seus olhos não reviram, feito aqueles momentos faiscantes debaixo do cobertor, isso é um mau sinal. E se nossos colegas (eu posso estar incluído entre eles) não se arrepiam de textos fundamentais, eles precisam de mais estímulos, que vão desde salários decentes até um “choque estético”.

Eu tive sorte. Fui aluno da Josse, sou seu aprendiz até hoje. Aprendi a revirar... as páginas dos livros. Privilegiado, tornei-me um dos interlocutores de Bolle nas leituras de Dalcídio Jurandir (no ano do centenário do autor de Chove nos campos de Cachoeira, fizemos – Bolle, Célia Jacob e Josse Fares – com a turma de Literatura Amazônica da Unama, uma “fisiognomia” de Belém a partir do roteiro das personagens de Belém do Grão-Pará). 

E temos a felicidade de ver que na escola estadual Celso Malcher Willi Bolle criou um núcleo de leitores do romance do Extremo Norte. Todos nós que estivemos naquela sala de experimentações cênicas da Unama nos tornamos, mais e mais, “equilibristas no arame do Equador”. Felizes equilibristas.

* Paulo Nunes é paraense de Belém. Professor da Universidade da Amazônia, Belém. Eestuda a obra de Dalcídio Jurandir.

27.10.11

Um canto para Anapu nos palcos de Belém

Iva Rothe faz "Aparecida" em Anapu
Fotos: Fotoativa

Com um trabalho que explora sonoridades e ritmos diversos da cultura amazônica, a cantora e compositora Iva Rothe estará em dois palcos da cidade neste final de semana. Ela canta como convidada especial do show dos 40 anos do cantor, compositor e amigo Henry Burnett, no Teatro Cláudio Barradas, no sábado, às 20h, e no domingo, numa programação que inicia às 19h, faz um grande show no palco do Conexão Vivo Belém, na Praça D. Pedro II, tendo como convidado músico e produtor cultural Manoel Cordeiro. 

O show do domingo é o Aparecida, escolhido pela curadoria do Programa Conexão Vivo, via Lei Semear, para circular por algumas capitais do Brasil e por algumas cidades do Pará. “Já fizemos shows em Belo Horizonte, Castanhal, Salvador e ainda temos shows em Salinas, Natal e agora o de Belém”, explica a artista. 

Voltada às temáticas amazônicas em várias esferas, a cantora realizou este ano uma oficina de música com os moradores da pequena cidade de Anapu. No mês de julho, Iva estava lá e cantou no encerramento da 6ª Romaria da Floresta, no mesmo assentamento onde irmã Dorothy Stang foi assassinada, em 2005. Era sim uma grande homenagem à Dorothy, quem na verdade deu a Iva a idéia inicial do que mais tarde se tornaria um belo projeto. 

Era dia 06 de fevereiro daquele fatídico ano. Irmã Dorothy estava em Belém para se reunir com Marco Apolo, da Sociedade Paraense de Direitos Humanos - SPDDH. O encontro foi marcado na casa da cantora. Enquanto esperava pelo presidente da entidade, a missionária que acompanhava o trabalho da artista, de forte ligação com as questões amazônicas de ordem social, ambiental e de consciência feminina, deu uma sugestão a ela. 

Chegando no município
“Eu estava lavando louça. Aí Dorothy se virou pra mim e disse: ‘Iva, você poderia levar sua música para nosso povo’. Seis dias depois, ela estava morta”, lembra a cantora. Em 2009 abriu o edital do prêmio Secult de Música no qual ela pretendia inscrever um projeto de circulação do show “Aparecida”, fruto de seu terceiro CD.

“Pelas diretrizes do edital, a melhor cidade para que ela realizasse o circuito de shows era Anapu, cidade com um dos menores IDH-M do Pará. Foi assim que aquele pedido voltou à minha memória e inscrevi o projeto, que passou”. Em seguida, Iva também aprovou, no edital do Banco da Amazônia, um projeto de oficina de Criação de Música e Letra e o Ulysses Moreira, baterista do projeto, uma oficina de Ritmos Amazônicos. 

Este ano, ela estava de volta a Anapu com Ulysses Moreira (bateria) e os músicos Príamo Brandão (contrabaixo) e Márcio Jardim (percussão). Fizeram o show num domingo e na segunda-feira iniciaram o processo gravação das sonoridades produzidas pelos colonos. “Estamos com o material a postos, para inscrever o projeto de finalização do CD em editais através dos quais possamos lançar um disco com músicas dos compositores de Anapu e regiões vizinhas”, conta Iva. 

Na época, o procurador do Ministério Público Federal, Felício Pontes Júnior, defensor de grandes causa como a de Anapu, Irmã Dorothy e Belo Monte, estava na cidade e chegou a ver a movimentação toda para o show que aconteceu no calor das 13h. 

O show em Anapu
“Eu estava lá, fazendo um trabalho de retirada de alguns madeireiros que estavam entrando na área da Irma Dorothy , mas vim embora antes do show da Iva, que seria no dia seguinte. 

O engraçado é que ela fez o show e não voltou para Belém. Ficou lá por vários dias. Quando a encontrei aqui, percebi que ela estava totalmente envolvida, em total ebulição com o projeto, do qual tive mais notícias”, comentou o promotor em entrevista ao Holofote Virtual durante o 1º TEDx que ocorreu em Belém, no mês de agosto.

Felício lembra que na época, Iva lhe disse que ouviu relatos emocionantes. “Posso compreender, porque a área de Dorothy é formada por gente que foi expulsa por fazendeiros. Saíram do Maranhão, Ceará, Tocantins e Goiás e ali formaram um grupo híbrido, cada um tem uma história diferente de vida para contar. Estou ansioso para ouvir este CD”, diz.

Cantora, compositora, arranjadora, instrumentista e professora. Iva Rothe além de talento nato é de uma generosidade que impressiona e nos faz admirar mais ainda seu trabalho. Por toda sua vida vem amando a música. Aos oito anos estudava piano. Depois dos 15 escolheu seu instrumento definitivo, o teclado. 

Relatos
Ao longo da carreira artística ela sempre foi em busca de algo que fizesse mais sentido e que estimulasse mais ainda o seu potencial criativo. A capoeira chamou atenção da moça e ela o que fez? Aprendeu a tocar berimbau.

Com 16 fez parte da banda “Ácido Cítrico”, seguiu trabalhando com o contrabaixista Minni Paulo e pasmem, bem jovem, participou do grupo Gema, ao lado de Nego Nelson, Dadadá, Sagica, Kzam Gama e Bob Freitas. Fez mais. Acompanhou o saudoso Walter Bandeira em uma turnê pelo Estado. 

Nesta entrevista especial para o Holofote Virtual, Iva nos conta mais sobre este seu novo processo e da carreira que percorre os caminhos do erudito, do popular, do jazzístico e, agora, contando com as contribuições preciosas do povo de Anapu. Ave Iva, que o CD saia em breve! 

Holofote Virtual: Iva em que pé está o projeto, o que já fizeram e o que resta ser feito? 

Iva Rothe: O atual projeto, que é de Produção e lançamento do CD de canções de Anapu, está com as músicas gravadas em pistas independentes (levamos um estúdio móvel esse ano para lá). Devemos aproveitar grande parte do que já gravamos, em especial dos instrumentos, que não recebem interferência sonora do meio externo: teclado, violão e alguma coisa de bateria e percussão. 

Primeiro dia de gravação
Holofote Virtual: Como foi isso, o que foi aproveitado? 

Iva Rothe: Aproveitaremos tudo o que for possível das vozes e percussões gravadas e agora planejaremos, a partir do resultado sonoro das gravações, o que e como regravar o que for necessário.

O projeto de produção e lançamento do CD consiste em finalizar os arranjos, regravar o que for preciso, mixar, masterizar, prensar os exemplares e lançar o CD lá em Anapu, numa grande festa.

Holofote Virtual: Você sempre tratou de temas que envolvem causas femininas e de justiça social, do imaginário amazônico. Fala um pouco dessa tua trajetória e destas tuas escolhas. 

Iva Rothe: O Aparecida é um CD que "fala" do feminino amazônico, com mulheres de vários lugares do Pará, falando sobre serem ou não aparecidas. E ser ou não aparecida, como bem disse Ana Lúcia Bastos na abertura da faixa Aparecida, no disco, tem a ver com ser ou não "protagonista de uma história". Essa é, como para ela, "uma idéia que me agrada muito".

E isso tem tudo a ver com as questões sociais. A questão da justiça social perpassa meu trabalho, tanto em "Aparecida", como em "Fortuna Real" e em "Dizaparecida", vinculada principalmente às questões de gênero, mas também às questões étnicas e de classe. 

Isso vem acontecendo naturalmente, desde que comecei a compor. Minha música não enfoca essas temáticas como característica mais marcante, mas acho muito bom quando isso aparece de maneira espontânea naquilo que faço. 

A floresta soberana
O imaginário amazônico é um tema que sempre atrai muito o meu interesse e a minha atenção, como em Umatinta, faixa do meu primeiro CD, Aluguel de Flores. 

E "Umatinta" também fala de um processo de empoderamento feminino, profundamente vinculado à valorização de nossas raízes amazônicas. São enfoques sobre a valorização do feminino, como também da cultura do povo amazônico, com um olhar e um "ouvir" para algumas características que nos diferenciam de todo e qualquer outro povo no planeta.

Holofote Virtual: O procurador Felício Pontes tem grande admiração pelo teu trabalho. Ele estava em Anapu quando chegastes para s oficinas. Como você vê também o projeto de vida dele em busca de justiça nestas terras do Pará?

Iva Rothe: Fazemos parte de um todo que, graças a Deus, é muito maior do que nós e que tende a crescer a cada dia: o todo que inclui todas aquelas pessoas que acreditam num mundo mais justo e que acreditam que a paz só é possível se houver justiça. E que a justiça no campo é fundamental no Brasil. 

Esse todo inclui cada pessoa em Anapu e em todo o Brasil que integra as Romarias da Floresta a cada ano, que integra a luta e o compromisso diário em manter a floresta amazônica viva e, assim, deixando-a viver, tirar dela o seu sustento.

Inclui cada criança, adulto e idoso que participou do nosso show e das oficinas lá em Anapu, com suas criações, com o fruto de sua lavoura que nos alimentou a todos, com os preparativos para nos receberem carinhosamente e com o empenho de mostrar músicas que eles às vezes passaram meses elaborando e ensaiando para tocar e cantar. 

Homenagens a Dorothy
Inclui cada pessoa da equipe do Felício no Ministério público e de seus colegas procuradores que trabalham com esse afinco incansável. 

Inclui cada músico da banda que me acompanhou com sua musicalidade e talento, a Fotoativa que enviou seu representante para fazer o registro fotográfico (Miguel Chikaoka tem profundo vínculo com a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), a Unipop que enviou seu cinegrafista para o registro audiovisual do show e das oficinas. 

Inclui gerações atuais que se inspiram no legado de gerações anteriores. Inclui as Irmãs de Notre Dame de Namur, congregação da irmã Dorothy, e outras congregações que trabalham em Anapu. 

Inclui a sociedade civil, igrejas, organizações governamentais e não-governamentais. O Felício tem sido um grande parceiro na troca de idéias sobre esse trabalho que vem sendo feito em continuidade em Anapu, e que promete integrar cada vez mais parcerias, num encontro cada vez mais expressivo culturalmente. Fico muito, muito feliz que estejamos juntos nesse barco e que esse barco já esteja começando a virar uma balsa - com pessoas querendo contribuir com seus talentos, nas mais variadas manifestações artísticas, num encontro que fortalece a luta pela justiça no campo. 

Quem sabe irmã Dorothy já antevisse isso? Admiro profundamente o trabalho do Felício. Minha mãe sempre diz que é através de pessoas como ele, que unem conhecimento, sabedoria, coragem, fé, perseverança e espírito de coletividade na luta pela justiça, que as mudanças no mundo são passíveis de acontecer. Compartilho com ela dessa opinião. 

Imagens captadas nas oficinas
Holofote Virtual: Você é uma artista sempre muito atuante neste cenário da vida cultural. Tem um fôlego e uma paixão incrível por tudo que faz. Como está sua vida profissional de maneira geral? 

Iva Rothe: Tem estado ótima e bastante movimentada. Ainda sobre projetos: preparo meu novo CD para inscrever no próximo edital da Semear e estou captando recursos para o DVD Aparecida, além do projeto do CD de Anapu. Para além dos projetos, a partir de março desse ano fui chamada pelo concurso da Fundação Tancredo Neves para ser técnica em gestão cultural da Gerência de Promoção da Leitura da Fundação. 

Tenho trabalhado numa equipe ótima, que circula por todo o Pará com um ônibus biblioteca com um acervo incrível, implanta Grãos de Leitura em todo o estado e dá capacitação e treinamento para futuros mediadores de leitura. Tem sido ótimo!

26.10.11

Mais de 30 anos de animação e filmes autorais

Lazaretti, Wilson e Anselmo
Fotos: Renato Reis

Wilson Lazaretti e Maurício Squarisi podem ser chamados de "heróis da resistência" e/ou "persistência". Há mais de 30 anos vivem de arte, na área de "cinema de animação". Fundaram em 1975, Núcleo de Cinema de Animação de Campinas/SP. Eles estão em Belém. 

Vieram ministrar oficinas de desenho animado, stop motion e sombra chinesa para as crianças que estão frequentando a Bacuri – Mostra de Cinema Infantil. Em sua segunda edição, patrocinada pelos Correios, a mostra abre mais uma vez as portas do mundo mágico do cinema de animação para os bacurizinhos paraenses. Até dia 29 de outubro, no Centro Cultural Sesc Boulevard, onde além das oficinas, acontecem exibições de mais de 40 curtas animados em sessões, às 14h, 15h e 16h. Tudo com entrada franca. 

Com mais de três décadas atuando nesta área e mais de 240 filmes autorais, para reforçar o time em Belém, os dois animadores trouxeram o músico Anselmo Carvalho, cria do Núcleo de Campinas, para ministrar a oficina de trilha sonora - música e efeitos para desenhos animados.

Oficina de Trilha Sonora
“Sou formado em música e estudei com eles a disciplina de trilha pra animação. Pra mim é uma diversão. 

Nas oficinas na verdade compartilhamos ideias com as crianças, que trazem as suas próprias visões de mundo para a animação e para a trilha. 

A trilha é muito importante para um filme não só de animação. Em Tubarão, por exemplo, sem a trilha, ele vira uma sardinha”, diz Anselmo.  De acordo com Maurício o Núcleo de Animação de Campinas surgiu com o intuito de se fazer filmes autorais, mas também de divulgar a animação pelo Brasil, através destas oficinas. São geralmente produções feitas em grupos como estas que estão sendo criadas em Belém. “As oficinas têm sido trabalhadas com grupos de crianças e também com educadores. Tudo é feito de forma coletiva. Neste caso, as crianças criam tudo, roteiro, grafismo, trilha sonora e por fim a animação”, explica Mauricio. 

Diversidade - Ele reforça que a ideia é trabalhar também temas da cultura local. “Estamos felizes de estar aqui, pois estamos conhecendo muito mais da cultura amazônica com os meninos e meninas daqui. Eles vão revelando coisas de sua realidade e as concretizam na animação. Nosso tema principal é o Bacuri, mas já se falou de árvores, tacacá, maniçoba, pássaros diversos. No final da mostra, vamos encerrar com um lindo filme belenense de animação”, conta o professor. 

Stop Motion
Para ele, uma das coisas que interessantes da atual produção de animação no país é esta diversidade que o Brasil possui. “Há 20 anos atrás, era muito difícil de se produzir aqui. Tínhamos poucos núcleos em São Paulo, Rio de Janeiro e alguma coisa na Bahia. 

Os laboratórios de revelação de película estavam no Rio e São Paulo. Hoje com a tecnologia é possível produzir em qualquer luar, basta ter técnica e um computador. Isso enriquece a produção, porque um filme feito na Amazônia, nunca vai ser igual a outro feito no sul ou no nordeste”, reflete. 

Além das oficinas que tem percorrido o país, Maurício está produzindo um longa de animação sobre o Café, desde quando ele entra no Brasil através da África. “O primeiro Cafezal do Brasil foi feito aqui no Pará. Até que chega a São Paulo e gera toda uma riqueza. Tem a história de que Carlos Gomes veio para o Pará financiado pelo Café e isso tudo vai estar no filme. Uma das atrizes já confirmadas para dar voz a personagem principal é a Vera Holtz, por causa do sotaque dela que é bem paulista”. 

Sombra Chinesa
Já Wilson Lazaretti que ministra a oficina de sombra chinesa diz que a animação sempre fez parte de sua vida e que agora, depois de muitos curtas vai lançar seu primeiro longa. 

“É quase uma autobiografia de todo mundo que quer fazer animação. Tem um personagem central que quer aprender a fazer desenho animado”, conta ele que teve oportunidade de conviver um pouco com o animador Co-Holdeman. 

O cineasta holandês radicado no Canadá, é hoje considerado uma importante peça na historia da animação universal. “Em termos de criatividade era impressionante. Ele conseguia fazer animação numa época sem em que não tínhamos nada ou muito pouca tecnologia”, diz. 

Quanto ao núcleo que fundou em campinas ele diz que ao desenvolver uma didática de ensinar e produzir filmes de animação com crianças, eles já percorreram diversas regiões do Brasil. “Trabalhamos com crianças pantaneiras, com crianças indígenas na Amazônia e no Xingu, com crianças urbanas de todas as faixas sociais”, conclui. 

Bacuris Verdes em ação!
No Hospital Ophir Loyola - Nesta quinta-feira, 27, também, os animadores da Bacuri vão ministrar uma oficina de stop motion, no Hospital Ophir Loyola, para crianças em tratamento de câncer. 

Serviço
A Bacuri – 2ª Mostra de animação Infantil realiza as oficinas pela parte da manhã, das 9h às 12h e à tarde das 14h às 17h, a bacurizada pode morrer de rir e aprender muito com os curtas que estão sendo exibidos no cine-teatro do Centro Cultural Sesc Boulevard (Na Av. Boulevard Castilho França, 522/523). Mais informações: Fone: (91) 8892.9592 (produção) / 3224-5654/5305 (Sesc).

Curtas da animação brasileira, canadense e paraense na Bacuri

Castelo de AReia (Oscar em 1977)
Filme de animação não é exatamente carnaval, mas pode dar em samba. Quem não gosta é ruim da cabeça ou doente do pé. Porque motivos pra gostar não faltam. Há uma variação enorme de temas e técnicas que vão do tradicional stop motion a mais moderna computação gráfica em 3D. 

O cinema de animação brasileiro vive um período de crescimento de sua produção, refletindo-se na grande quantidade de filmes produzidos nos últimos anos. E a Bacuri – 2ª Mostra de Cinema Infantil, aberta desde o dia 25 de outubro, no Centro Cultural Sesc Boulevard, é prova disso.

Com mais de 40 curtas desta nova safra, incluindo filmes paraenses, como “O Rapto do Peixe Boi” (16h) e “A Onda – Festa na Pororoca” (14h), que serão exibidos nesta quarta, 26, e quinta-feira, 27, respectivamente, ambos do animador Cássio Tavernard, paraense que já trabalha no terceiro episódio de uma série de 13 curtas que será exibida pela TV Cultura em rede nacional. 

“É uma coisa bacana a explosão que a animação vive hoje. Aqui ainda não temos um núcleo grande de profissionais trabalhando, mas cada vez mais te gente interessada em produzir. Isso porque em Belém, também tem um público grande e também por sua vez interessado, que lota as sessões”, diz Tavernard que pelo segundo ano participa da Bacuri com seus filmes.

Também estão na programação Visagem e O Menino Urubu. Mas não é só de filmes paraenses que se faz uma Bacuri dessas. Nesta quarta-feira, 26, por exemplo, a mostra Bacurizinho, para a galerinha de 3 anos em diante, vai exibir nove curtas, dos quais se destacam “Buba e o Aquecimento Global (Eduardo Takao Nakamura, 01’, SP, 2010, 3D e computação gráfica), curta que retrata a relação bem humorada entre um homem das cavernas e seu dinossauro de estimação e mostra, de maneira divertida e educativa, os impactos causados pelos maus hábitos do homem moderno que prejudicam de forma direta ou indireta o meio ambiente. 

Co-Holdeman
Co-Holdeman - Outro filme imperdível desta quarta-feira, 26, é o Tchou Tchou, animação canadense de Co-Holdeman, um dos mestres da animação mundial. Fique ligado que nos sábado, 28, o diretor ganha uma mostra com seis de seus filmes, numa só sessão. Em Tchou-Tchou, uma cidade de construção, surge um dragão que desafia e perturba a todos. O que fazer e como remover o intruso? Usando blocos de madeira que se movem num cenário de cilindros, a animação feita com cubos e cones, este filme ressuscita em cada espectador o que tem de mais criativo universo das brincadeiras infantis. 

Também nesta quarta-feira, 26, será exibido “Castelo de Areia”, mais um curta de Co-Holdeman. O desenho animado ganhador do Oscar de 1977, produzido no Canadá. O filme, de vanguarda total, chamou a atenção da crítica pela estranheza que provocava nas platéias. Os personagens, estranhos que fazem e se desfazem num ambiente deserto são feitos de plástico com estrutura de arame. Juntos eles tentam construir um castelo. 

O Ogro
Terror - Na quinta-feira, 27, serão exibidos, entre outros, “O Ogro”, de Márcio Júnior e Márcia Deretti, que resgata a história de horror em quadrinho, desenhada por Julio Shimamoto e escrita por Antônio Rodrigues, publicada originalmente na edição nº 27 da revista Calafrio, em 1984. A programação da Bacuri vai até sábado com oficinas de desenho animado, stop motion, sombras chinesas e trilha sonora para animação, sempre pela manhã, das 9h às 12h e mostras de curtas das 14h às 17h. 

Tudo com entrada franca, graças ao patrocínio dos Correios. A realização é do Instituto Amazônico de gestão Urbana e Ambiental – IAGUA, idealização e produção da Comadre Produções Cinematográficas e apoio do Centro Cultural SESC Boulevard - SESC Pará, National Film Board (NFB), Consulado do Canadá, G2 Comunicações e Estúdio Onze. Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural Sesc Boulevard (Av. Boulevard Castilho França, 522/523) - Fone: (91) 3224-5654/5305. 

PROGRAMAÇÃO 

DIA 26 - QUARTA-FEIRA 

14 - MOSTRA BACURIZINHO
Remoto Controle Remoto (Bruno Bask, 02’34’’, SP, 2011, 3D); Buba e o Aquecimento Global (Eduardo Takao Nakamura, 01’, SP, 2010, 3D e computação gráfica); Asas da Liberdade (Cacinho, 02’11’’, MG, 2009, 2D); Liquidificador (Gabriel Tye e Morgana Duque, 09’36’’,SP, 2009, 2D e Stop Motion); Pombinha Branca (Fernando Augusto Dias, 2’55’’, 2010, SP, Animação 3D); Quanto Custa (Priscila Kinoshita, 47’’, 2010, SP, ANIMAÇÃO 3D); A Magia do Natal (Bruno Bask, 04’54’’,SP, 2011, 3D Computação Gráfica); Tchou Tchou (Co-Holdeman, 13’).

15h – MOSTRA BACURI VERDE  
O Rapto do Peixe Boi (Cássio Tavernard, 15’, PA – 3D); Dayane e Zé Firo (Marta Kawamura, 11’,SP,2009, 2D Quadro a Quadro); De onde vem a água do rio (Mateus Di Mambro, 2’45’’, MG, 2011, 2D Tradicional); Gorgon (Felipe Kehdi, 02’23’’, 2011, SP, Animação 3D); A volta do Trem das 11 (Cacinho, 05’24’’,MG, 2005, Stop Motion); Castelo de Areia (Co-Holdeman - 1977).

16h – MOSTRA BACURI MADURO  
Matrioska (Co-Gholdeman - 1970); O Mendigo Rico (Alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, 10’,2010, Recorte e Montagem); Alberico Procura (Raoni Vidal, 05’02’’,MG, 2005, Stop Motion); O Liquiidificador (Gabriel Tye e Morgana Duque, 09’36’’,SP, 2009, 2D e Stop Motion); Pronto para Assar (Gustavo Eggert Boehs, 1’25’’, 2009, SP, 3D); Um amor Salgadinho (Oficinas Kinoforum de Realização e Produção Audiovisual); Tchou Tchou (Co-Holdeman, 13’ - 1972).

DIA 27 – QUINTA-FEIRA 

14H – MOSTRA BACURIZINHO 
A Onda Festa na Pororoca (Cássio Tavernard, 15’, PA, Animação 2D); Botões: Animámico! Le grand Finale (Paulo Henrique de Aragão, 01’24’’, SP, 2011, Pixilation); O Menino e o Robô (Alexandre Jun Sokabe,2’’, 2011, SP, Animação 3D); Pombinha Branca (Fernando Augusto Dias, 2’55’’, 2010, SP, Animação 3D); Jardim das Cores ( Guilherme Reis, 7’40’’, MG, 2008, 2D Desenho e Digital); Viagem à Lua (Cacinho, 02’:24”, MG, 2006, 2D); Macaco e o Rabo Final (Direção coletiva dos alunos da disciplina Animação Digital do Curso de Design da UFPE-CAA, Orientados pelo Professor Marcos Buccini, 8’11’’, PE, 2011, Recorte Digital); A Caixa (Co-Holdeman, 10’ - 1989) 

15h – MOSTRA BACURI VERDE  
Visagem (Roger Elarrrat, PA, 15’); Por que não nascemos sabendo (Mateus Di Mambro, 1’30’’, MG, 2007, 2D Tradicional); Reciclando Ideias (Cacinho, 02’:58”, MG, 2007, Stop Motion); Mr. Burger (Pedro Andrade, 2’59``,2011, SP, 3D); No escuro (Letícia Pires, 11’, 2011, RJ, Stop Motion); Vida Maria (Márcio Ramos, 8’34’’, 2006, CE, Animação 3D); O Tesouro Do Fundo Do Mar (CO Hoedeman, 15’32’, 1980).

16h – MOSTRA BACURI MADURO  
O menino Urubu (Fernando Alves e Roberto Ribeiro, PA, animação 2 D); Autos Retratos (Alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, 10’,2010, Recorte e Montagem); Como conseguimos Lembrar das Coisas (Mateus Di Mambro, 1’30”, MG, 2010, 2D Tradicional); O Bem se paga com o Bem (Alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, 2009, Recorte e Montagem); O Ogro (Márcio Júnior e Márcia Deretti, SP, 8’); A Caixa (Co-Holdeman, 10’ 1989).

25.10.11

Primeiros Passos completa 20 anos de arte

Rafael Araújo - 1° lugar (2010)
O Centro Cultural Brasil Estados Unidos celebra este ano o 20° Salão de Arte Primeiros Passos. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do site da instiutição. 

Manter um Salão de Artes, ainda hoje, (apesar de todo processo de construções de grupos de coletividades, ateliers livres ou de produções com caráter mais independentes), é acreditar que os Salões de Arte ainda são grandes incentivadores e fomentadores para artistas em início de carreira. 

"O Salão Primeiros Passos é incentivo, fomento, estímulo, um impulso inicial aos artistas que estão começando a mostrar ou precisam de um espaço para mostrar seus trabalhos", diz a gerente artística da galeria Simei Bacelar. 

Nestes vinte anos apresentou artistas hoje reconhecidos no mercado, como Elieni Tenório, Pablo Mufarrej, Melissa Barbery, Werley Oliveira (1° lugar do 1° Salão Primeiros Passos), Tamara Saré, Irene Almeida, Nailana Thiely, Val Sampaio, Ana Mokarzel, entre outros. E em 2010 premiou o fotógrafo Rafael Araújo com o 1° lugar do Salão.

O 20° Salão de Artes Primeiros Passos dará ao terceiro colocado R$ 1.500,00, ao segundo colocado R$ 2.500,00 e ao primeiro lugar o prêmio de R$ 3.500,00. As inscrições para este ano comemorativo iniciam no dia 18 de outubro e encerram em 18 de novembro, as fichas de inscrição podem ser retiradas na Galeria de Artes do CCBEU ou acessadas para download no site www.ccbeu.com.br . 

Serviço 
20ª Mostra de Arte Primeiros Passos - CCBEU. Inscrições: até 18 de novembro. Informações: 3221.6143 ou www.ccbeu.com.br. Abertura do Salão: 01 de dezembro de 2011. Na Galeria de Artes do CCBEU.

Cinema e oficina de animação para a bacurizada

Clic acima pra ver a programação
A programação tem início nesta terça-feira, trazendo exibição de curtas de animação e oficinas, tudo com entrada franca, até dia 29 de outubro, no Centro Cultural Sesc Boulevard. Este ano, além destas oficinas, a Bacuri também levará uma oficina de stop motion e projeções de curtas de animação às crianças em tratamento de câncer no Hospital Ophir Loyola. 

Mais de 40 filmes serão exibidos na Bacuri - II Mostra de Cinema Infantil. São 46 curtas de animação realizados em diversas técnicas e selecionados dentro do vasto panorama da produção brasileira de cinema de animação. No sábado, 29, a mostra esibe 6 filmes do cineasta holandês, radicado no Canadá, Co-Hoedeman. Autor de obras aclamadas pelo público e pela crítica, como Matrioska (1970), Tchou-Tchou (1972) e a Caixa/The Box (1989), Hoedeman foi premiado com o Oscar de Melhor Curta Metragem de Animação em 1977, pelo filme “O Castelo de Areia/The Sand Castle”. 

Com curadoria de Valéria Blanco que trabalha também com o Festival Internacional de Cinema Infantil, organizado pela produtora, atriz e diretora Carla Camurati, além do entretenimento que o cinema proporciona, a Bacuri pretende também educar, trazendo filmes de temáticas diversas, como o ambiental, social e educativo. Entre as novidades, este ano, estão na programação filmes realizados em comunidades pelas oficinas Kinoforum e por Escolas Livres de Cinema em vários estados do país, além de uma mostra especial.

“O objetivo maior deste evento é promover atividades da área de cinema através de uma Mostra de Filmes de Animação Infantil de qualidade técnica e conteúdo apropriado ao público destinado. Optamos por filmes no formato de curta-metragem poucos exibidos em salas de cinema comercial, e que com certeza vão incentivar a criatividade das crianças entre 03 e 12 anos pelo conhecimento de como “produzir” cinema de animação, através das técnicas oferecidas por profissionais da área”, diz Paula Macedo, produtora executiva da Bacuri. 

A Magia do Velho Oeste
A programação inclui filmes das Escolas Livres de Cinema (ELC) de Santo André, Belo Horizonte, Recife, Nova Iguaçú e das oficinas da Kinoforun, que também tem um trabalho importante junto às crianças de periferia. Também serão exibidos filmes de produção regional de curtas do Pará. 

“A seleção foi feita a partir da sugestão da diretora Paula Macedo. Fomos atrás de filmes produzidos em oficinas e ELCs em comunidades de todo país, principalmente feitos por crianças carentes. A ideia é fazer uma troca de informações e principalmente incentivar a criatividade da criançada mostrando que elas também são capazes de colocar a mão na massa e ir atrás de seus sonhos”, explica a curadora Valéria Blanco. 

Oficinas - Além de filmes, a programação traz oficinas as quais somarão ao universo infantil o conhecimento educativo, através da arte cinematográfica. A programação está dividida por faixa-etária: Bacurizinho (3 a 5 anos) - oficina de Stop Motion; Bacuri Verde (5 a 8 anos) - oficina de sombras chinesas; Bacuri Maduro (8 a 12 anos) – oficina de desenho animado. Alunos das três faixas etárias poderão participar da oficina de trilha sonora. 

“As Oficinas serão realizadas no período da manhã, sendo estas previamente agendadas, desde que o menor esteja acompanhado por um responsável. Já a exibição dos filmes acontecerá no período da tarde, no auditório do SESC Boulevard, no período das 15h às 17h e aberto ao público geral...”,explica Paula Macedo da produção executiva. 

A Magia do Natal
Os Coordenadores das Oficinas são: Wilson Lazaretti (Oficina de sombras chinesas); Mauricio Squarisi (Oficina de desenho animado) e Anselmo Carvalho (Oficina de trilha sonora - música e efeitos), ambos integrantes e fundadores do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas/SP, além de profissionais da área de cinema de animação. 

Na oficina de Desenho Animado, os alunos irão produzir desenhos e recortes inspirados na fruta “Bacuri” e no “Bacurizeiro” (pé de bacuri). As crianças vão desenhar em papel, utilizando pranchetas-de-luz, para depois digitalizar os seus desenhos, colorizá-los e animá-los no computador. Na oficina de Sombras Chinesas, as crianças recortam os desenhos em cartão preto para filmá-los com câmera digital utilizando mesa multi-planos.

Já na oficina de Trilha Sonora, da qual alunos de todas as idades podem participar, o instrutor Anselmo Carvalho ensinará a produção de música e efeitos sonoros para compor o som dos filmes. Na oficina de Stop Motion, os alunos vão confeccionar bonecos e cenários com massinha de modelar para depois realizar as filmagens com câmera digital. 

O Ogro
A programação do hospital Ophir Loyola acontecerá no dia 27, contando também com exibição de filmes e a oficina de Stop Motion será ministrada pelos animadores do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas/SP. 

Serviço A programação acontece de 25 a 28, com oficinas de Desenho Animado, Sombras Chinesas, Stop Motion e Trilha Sonora, das 09h às 12h e sessões de curtas às '4h - Sessão Bacurizinho; 15h - Sessão Bacuri Verde e 16h - Sessão Bacuri Maduro. No sábado, 29, às 15h tem sessão de filmes Co Hoedeman, seguida, às 16h, da exibição de filmes paraenses. A partir das 17h, no encerramento, serão exibidos os filmes resultado das oficinas realizadas na mostra.

Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural Sesc Boulevard (Av. Boulevard Castilho França, 522/523) - FONE: (91) 3224-5654/5305.

23.10.11

2° Mostra APJCC de Cinema Paraense em Curitiba

Com a curadoria de Miguel Haoni e Cauby Monteiro, a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e a Cinemateca de Curitiba promovem nos dias 29 e 30 de outubro (sábado e domingo) uma ação cineclubista na capital paranaense. “Matinta” e “À Margem do Xingu”, entre outros filmes da produção paraense, estão na programação. 

A ação da 2° Mostra APJCC de Cinema Paraense, um projeto de intercâmbio cultural que a associação vem promovendo com objetivo de promover a troca de olhares e experiências, entre realizadores e cineclubistas paraenses com os do resto do país, permitindo o aprofundamento crítico e reflexivo sobre as funções estéticas e políticas da prática cineclubista. 

“A mostra oferece, em três sessões, uma fatia do que de mais interessante se produziu no Estado do Pará nos últimos anos em matéria de cinema”, diz Miguel Haoni, da APJCC. 

No sábado, 29, serão exibidos os filmes “Açaí com Jabá” (13 min.), de Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte, mostrando um duelo entre um paraense e um turista para ver quem consegue tomar mais açaí com jabá. 

Também será mostrado o experimental “Puzzle, de Marcelo Marat (12 min.), vídeo baseado no livro de contos do ator, diretor de teatro e escritor Saulo Sisnando; “Quero Ser Anjo”, de Marta Nassar: (14 min.) e “Os Comparsas”, de Marcio Barradas (16 min.), filmado em Mosqueiro. No sábado, ainda, tem “Matinta”, de Fernando Segtowick (20 min.), premiado com os Candangos de Melhor Atriz e Melhor Som no Festvial de Brasília do ano passado.

No domingo, dia 30, o público vai conferir “Kronos” de Rodolfo Mendonça (2 min.), e “Brega S/A”, de Gustavo Godinho e Vlad Cunha (113 min.) Gravado entre os anos de 2006 e 2009, o documentário Brega S/A fala sobre a cena tecnobrega de Belém do Pará.

Na domingueira, ainda, será exibido “À Margem do Xingu- Vozes Não consideradas” de Damiá Puig (90 min.) seguido de debate. O documentário discute a construção da hidrelétrica de Belo Monte através de relatos dos ribeirinhos, indígenas, agricultores da região.

Serviço
2ª Mostra de Cinema Paraense. D 29 e 30 de outubro (sábado e domingo), às 18h e 20h, na Cinemateca de Curitiba - Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco. No sábado, 29 haverá, às 18h, palestra sobre “Cinema e cineclubismo na Amazônia: desafios e perspectivas”. Entrada Franca. Informações: (41) 3321-3252 - (41) 3321-3270. Realização: APJCC e Cinemateca de Curitiba. Apoio: Centro Acadêmico Zé do Caixão.