31.12.12

Um 2013 incrível!

Queridos amigos, aqui presentes na linha imaginária do tempo. Agradeço cada palavra recebida ao longo deste dia. A vibração de todas elas chega no meu coração, que se ilumina para 2013, ano regido por Saturno, planeta que representa o limite e a estrutura necessária à realização. 

Acordei recebendo ervas cheirosas, agora já maturadas e em plena ebulição no meu caldeirão! Despertei sob beijinhos e o carinho de tantos amigos. Pra mim isso vira festa!

As pessoas que me conhecem sabem que eu sou de virada, mas talvez não saibam o quanto isso é sério. Nasci dia 31 de dezembro, virada de ano. Era 1969, virada de década. Eram 3h45 da madrugada, já quase virava o dia, sob o signo de capricórnio e de uma certa canção defendida naquele ano por Evinha no IV Festival Internacional da Canção Popular. Eu gosto de celebrar!

E é com muita alegria que, nesta nova virada de ano, eu compartilho com vocês o presente enviado pelo amigo Mateus Moura, o 1º single da banda dele, Les Rita Pavone. Ouçam aqui. E fala de tudo que precisamos pra entrar em mais uma parte do resto de nossas vidas, querendo saber mais acesse aqui

Um excelente 2013. Desejo sucesso pra todos. Vamos fazer tudo direitinho! Além de Saturno, este ano também estará sob a égide de Obaluâe, orixá da morte. Não é algo negativo, mas um indicativo de mudanças e transformações, que podem tanto ser positivas como negativas.

Pra saber... "Obaluâe também tem um lado que representa o materialismo. Isto faz com que 2013 seja um ano favorável para ganhar dinheiro e melhorar sua vida profissional. Contudo, Obaluâe é um orixá severo e insensível, não se importando muito com o cumprimento de nossas expectativas e esperanças.

No seu lado positivo, Obaluâe é consolidador dos projetos e representa o nosso lado mais realizador e empenhado em construir algo de sólido em nossa vida. Ele tem um papel importante também em tudo o que diz respeito à nossa vida profissional, à nossa carreira e ao espaço que ocupamos na sociedade com nossa atividade e nosso trabalho.

E o tempo (“cronos”, o nome grego de Saturno), é um fator fundamental na maturação de tudo o que esperamos na vida, portanto a paciência e a perseverança também são elementos indispensáveis para podermos extrair o melhor que Obaluâe pode nos oferecer.

Leia mais aqui. Pra ver o álbum desta postagem no Facebook, vá neste link.

28.12.12

Olympia exibe Oscar de melhor filme estrangeiro

“Cinema Paradiso”, a obra onírica que homenageia o cinema e o fascínio que ele exerce sobre nós encerra a programação de 2012 no Cine Olympia. Filme mais famoso de Giuseppe Tornatore será exibido neste domingo, 30, na sessão Cinemateca programada pela Associação de Críticos de Cinema do Pará.

Nos anos que antecederam a chegada da televisão, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em uma pequena cidade da Sicília o garoto Toto (Salvatore Cascio) é hipnotizado pela magia do cinema através da amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista do Cinema Paradiso.

Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando Toto adulto (Jacques Perrin) é o bem sucedido cineasta Salvatore Di Vita, que ao receber a notícia de que Alfredo tinha falecido, volta a sua cidade e sua memória afetiva sobre os filmes e a arte cinematográfica. 

O magistral Ennio Morricone dá uma contribuição valorosa ao compor uma trilha inesquecível para o filme, que pontua as idas de Totó a cabine de projeção, os momentos em que ele assiste aos clássicos do cinema - pontuados pelo temor que o padre descubra, já que esse proibia o pequeno coroinha de ver as cenas de beijos -, até o romance que engata com Elena, a filha do prefeito, já na adolescência.

É nessa época que, com o incentivo do irritado porém generoso Alfredo, ele começa a se aventurar no universo das filmagens com sua pequena câmera. Tornatore tinha a intenção de que esse filme fosse uma espécie de "obituário" dos cinemas tradicionais e da industria cinematográfica em geral, que atravessava uma substancial crise no fim dos anos 80.

Porém, após o sucesso do filme, ele nunca mais fez menção a esse fato. Programador do cinema Olympia, o crítico de cinema Marco Moreira escolheu “Cinema Paradiso” para encerrar a programação de 2012 no espaço, por se tratar de um clássico do cinema que foi exibido no Olympia na época do seu lançamento e desde então vem emocionando o público. A sessão tem entrada franca. 

Serviço
Sessão cinemateca especial apresenta “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore. Dia 30, às 16h no Cine Olympia (Avenida Presidente Vargas, 918). Entrada Franca. 

(Texto: Lorenna Montenegro, da ACCPA)

André Coruja: "show do La Pupuña é só por hoje"

Final de ano e todo mundo quer mais é se divertir, chacoalhar o corpo com boas energias nos últimos dias que antecedem a chegada de 2013. É com este espírito festivo que a sexta-feira, 28, nos traz, como fórmula irresistível, muito rock, merengue, surf music, brega e guitarrada.O La Pupuña, grupo formado por Adriano Sousa (bateria), André Coruja (baixo e vocais - foto), Diego Muralha (guitarra), Luiz Félix (guitarra e percussão), Rodolfo Santana (teclado) e Ytanaã Figueiredo (voz e percussão) está de volta, não pra ficar. É só por hoje. 

A banda, que fez um enorme sucesso na primeira década dos anos 2000, se apresenta no Café com Arte, espaço que tem se afirmado como reduto roqueiro de Belém do Pará, ao lado do grupo Suzana Flag, também surgido na mesma época, vindo da cidade de Castanhal, e que segue na ativa até hoje.

 “O La Pupuña só vai fazer esse show. As pessoas têm perguntado sobre volta, mas nós nunca falamos sobre isso”, afirma André Coruja em entrevista ao Holofote Virtual. Criada em 2004, a partir de um projeto de pesquisa sobre guitarrada, a música instrumental com sotaque paraense, o grupo La Pupuña foi um dos responsáveis pela renovação do ritmo, misturando batidas eletrônicas e ritmos latinos como a cúmbia e o zouk.

A estreia, nos palcos do Rec Beat, em Recife, teve plateia com cerca de cinco mil pessoas. Um ótimo começo para algo que surgiu sem muita pretensão.  O grupo seguiu em frente com shows no Porto Musical, também na capital pernambucana e no carnaval de Olinda. Esteve na 4ª Bienal de Arte e Cultura da UNE, Projeto Eletroacústico do Auditório Ibirapuera, SESC Pompéia e Terruá Pará, em São Paulo.

Em Brasília passou pela Feira da Música Independente (Foyer do Teatro Nacional), Senhor Festival (Sala Cássia Eller), Super Noites Senhor F (Gate’s Pub), Arena e Criolina (Bar do Calaf) e em terra carioca causou no Rio Scenarium. 

No Pará, um de seus momentos inesquecíveis foi o show do Festival Cultura de Verão, em Algodoal. A carreira contou ainda com apresentações em Fortaleza, Belo Horizonte, Goiânia, Cuiabá e conquistou fãs como Miranda, Kassin, Pena Smith, Los Hermanos, Wander Wildner, Otto e Mombojó. 

É trazendo na bagagem esta trajetória que a banda ousa voltar ao palco, ainda que só por esta noite. O Revival do Café com Arte custa R$ 25,00. Além das duas bandas, as pistas eletrônicas contarão com os DJs Roberto Figueiredo, Flávio Lima, Cláudia Oliveira, Lorena Lago, Marcelo Papel e o duo Friday Shout.

O baixista e vocal André Coruja, em Belém neste final de ano, bateu um papo com o blog e falou mais sobre o fim da banda , de seu momento fora do país, a carreira musical e, é claro, sobre a atual cena da música do Pará, que reverbera pelo Brasil. 

“Eu já tinha vontade de morar fora há bastante tempo. Havia estudado no Canadá e tinha planos de ir para lá. Mas foi só na Áustria que eu consegui um trabalho. Em três semanas, resolvi sair. O meu propósito não tinha um lugar específico. Eu só queria, simplesmente, sair e ver o que aconteceria”, disse Coruja ao Holofote Virtual.

Depois de viver um ano na Áustria e na Alemanha fazendo música, trabalhando de motorista, estudando composição de canções, aprendendo alemão, dando aulas de música, ele agora faz Mestrado em Jazz na Universidade de Évora, em Portugal.

Holofote Virtual:  O La Pupuña vinha trilhando uma  carreira invejável.  A banda acabou por causa da dispersão dos músicos? 

André Coruja: O La Pupuña teve um desgaste com o tempo. Acho que tivemos um início muito meteórico. Quando esse furor inicial passou, nós voltamos a dar atenção a certas coisas que havíamos abandonado para nos dedicarmos à banda. E houve uma dispersão, sim. Acho que foi o momento adequado.

Holofote Virtual:  E o que vocês pretendem apresentar no Revival  do Café com Arte? 

André Coruja: O Revival é uma festa do Café com Arte. Na semana passada, nós seis, da formação original, nos encontramos para confratenizarmos e surgiu a ideia de tocarmos na semana seguinte (agora). Conversei com o Roberto, do Café com Arte, que é um cara muito próximo, e ele falou que calharia perfeitamente com a última festa dele no ano: o Revival. O show vai ser, sinceramente, aquilo que a gente conseguir tocar no ensaio. Termos apenas um ensaio e vamos tocar aquilo que os seis lembrarem. Hehehe! É só diversão, mesmo. Um reencontro nosso e nosso com o público.

Holofote Virtual: Mesmo extinta, a banda lançou mais um CD recentemente. Este show tem algo a ver com isso também?

André Coruja: Em 2009, lançamos o disco "All Right,Penoso!", o resultado natural da musicalidade testada nesses tantos festivais e shows por aí. Foi o estabelecimento do La Pupuña como banda. Acho que ele tem cara de disco de banda, é bem cheio, bem "ao vivo", apesar de ser de estúdio.

Há um mês, saiu o nosso novo disco, o "Disco Avuadô". É mais enxuto e dialoga com outras influências, além de ser um disco temático. Mas o nosso show desta sexta não é um show de lançamento do disco.

Holofote Virtual: Quais os próximos planos na tua vida em relação à música?

André Coruja: Meus planos são o de continuar a minha carreira na Europa. Tenho duas bandas lá, uma em Munique (Alemanha) e outra em Évora, Portugal, onde moro agora. Lá eu sigo uma linha de cantor/compositor com um trabalho acústico com violoncelo, violino, piano e percussão. É um som elegante, leve, bem adequado ao clima frio, a ambientes fechados. E com uma pitada de música paraense. A mudança para Portugal também foi um reencontro com a língua portuguesa. Eu voltei a escrever em português e recuperei músicas antigas no meu repertório.

Holofote Virtual: Estás há mais ou menos um mês por aqui. Como tens viso esse movimento musical do Pará na cena nacional? É moda?

André Coruja: Eu acho muito divertido. Tudo que eu disser é clichê, mas penso que os clichês só o são por serem "verdades" legitimadas pela repetição: a música daqui é diferente, a energia é diferente, as pessoas têm música no corpo. É algo que felizmente herdamos dos africanos.

Acho que o mercado está se profissionalizando, mas ainda precisa caminhar bastante. A criatividade da música seria melhor aproveitada se existisse mais estrutura e se as coisas fossem feitas com mais seriedade, menos daquela "brodagem" que se aproveita, que conta vantagem. É ser profissional, enfim. Mas vejo esse processo acontecendo pelo esforço conjunto de muita gente. E a prova está aí para todo mundo ver.

Holofote Virtual: Ainda assim, La Pupuña não pretende voltar?

André Coruja: Particularmente, não vi essa pergunta nos olhos de nenhum de nós. Acho que as coisas estão bem resolvidas e vamos aproveitar bastante esse momento sem cobranças, nem maiores expectativas. O bom é que valoriza sobretudo o que estamos fazendo. É legal isso de pensar num show único. Apesar de não sabermos quais músicas tocaremos porque só teremos um ensaio, nós vamos mesmo dar o nosso melhor.

27.12.12

CaBloco faz réveillon à beira da baía do Guajará

O CaBloco Muderno, grupo que reúne artistas como Marco André, Trio Manari, MG Calibre, Mestres de bateria das escolas de samba Piratas da Batucada e Bole Bole, além de músicos da Amazônia Jazz Band, terminará o ano em grande estilo, fazendo o show da virada no réveillon da Estação das Docas. 

O grupo estreou nos palcos de Belém durante as festividades do Círio de 2012. Chegou lotando o teatro Maria Sylvia Nunes. Depois, no início deste mês, levou uma multidão ao African Bar para uma apresentação ao lado de Pepeu Gomes, Paulinho Moska, Pedro Luis e DJs da Black Soul Samba. Agora promete empolgar quem for curtir a passagem do ano em frente a Baia do Guajará.  

O show começará às 22 horas, parando para a queima de fogos a meia noite. Em seguida o CaBloco ainda volta ao palco a fim de completar o roteiro do show, constituído de músicas já conhecidas do público. Tudo com arranjos inusitados, cercados de muita percussão, guitarras e metais. 

O réveillon da Estação das Docas é uma das opções aos que não sairem de Belém. A entrada é franca. Tá dado o recado! Feliz 2013!

Mais informações no blog: http://www.cablocomuderno.com.br/

20.12.12

Single do 1º CD de Os Grileiros já está na rede



No último sábado,  a banda Os Grileiros lançou o primeiro single do álbum “Piscar de Olhos”, produzido por Alcir Meireles. O single “13º” já está nas rádios da capital e do interior e na internet, pode ser ouvida aqui.  A música tem como cenário o período natalino, tratando dos problemas cotidianos de um casal e já está tocando . , via soundcloud/osgrileiros e pela fan page da banda no Facebook.
 
A previsão de lançamento do álbum é em janeiro, com patrocínio da VIVO, pelo programa Conexão Vivo, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Semear.

O projeto da banda Os Grileiros é unir o erudito com o popular, aliando as influências do rock e demais vertentes, aos arranjos de cordas e metais.

“Piscar de olhos segue uma linha temática sobre as fases da vida, retratando as relações humanas e as influências daquilo que nos rodeia. A paisagem sonora está diretamente ligada às letras, originando momentos tanto de simplicidade como de texturas densas”, diz o guitarrista Thiago Magalhães.

Originária de Belém do Pará, a banda teve seu núcleo formado em meados de 2010, com integrantes remanescentes da extinta banda Ultraleve. Durante essa trajetória aconteceram reformulações, tanto na formação quanto na sonoridade, que se apurou com experimentações a partir do rock.  Além de Thiago, o grupo conta com Will Mendes (vocal/baixo/violão/ukulele), JP Cavalcante (bateria/percussão/vocal de apoio). A produção do álbum ficou sob a responsabilidade de Alcir Meireles.

“Conhecemos o trabalho do Alcir Meireles com algumas bandas locais e também como arranjador erudito, e achamos que ele poderia ser a pessoa certa para tal produção e direção musical. O dia a dia das conversas e das gravações em estúdio mostrou que não estávamos errados. Ao decorrer dessa trajetória, percebemos que nossas referências musicais eram muito próximas e que ele tinha algo que também buscávamos, a vontade de fazer um trabalho diferente, de criar um clima para o disco, ou seja, de realmente se envolver com esse álbum temático”, continua o músico que também assume o violão e o apoio vocal do grupo.

Além deste single, antes do lançamento a banda pretende lançar mais duas músicas e um clipe até que os CDs estejam prontos. Depois de fazer o lançamento do álbum, com um show, em Belém, a ideia divulgar o trabalho em festivais do circuito independente do Brasil.

“Queremos dar  visibilidade a este trabalho, afinal foi um investimento alto por parte do patrocinador e muito esforço e dedicação da nossa parte e dos nossos colaboradores. Esse projeto é, de certa forma, ambicioso,  por isso estamos planejando cada passo para que nada a partir do lançamento fique aquém da proposta do álbum, tudo tem que estar conectado, e dessa forma conquistar nosso espaço em Belém, depois avançar as fronteiras do interior para em seguida ir em rumo aos outros estados e o mundo”, conclui Thiago. 


Black Soul Samba faz a festa de aniversário



O coletivo completa três anos com homenagem às duas décadas do movimento manguebeat. Além do show especial do grupo Lauvaite Penoso, o samba marcante da cantora Gigi Furtado chega pra dar o tom do universo da música brasileira, característico da Black Soul Samba. Tudo nesta sexta, 21, e mais cedo, a partir das 18h, no Palafita. 

Há 03 anos a noite de Belém começava a compartilhar do conceito de música negra para além do rap, funk e hip hop. A pesquisa musical realizada pelo Coletivo Black Soul Samba iniciava seu trabalho de realizar festas com todas as vertentes da música negra, principalmente suas raízes fincadas na música brasileira. Samba, axé, batuques, carimbó, tropicália, todos carregam o sotaque que a mãe África vem reverberando nas noites de sexta na capital do Pará.

Do início com os DJs Uirá Seidl, Homero da Cuíca, Kauê Almeida, Eddie Pereira e Fernando Wanzeler mostrando seus sets repletos da musicalidade universal, até os shows de artistas de renome nacional como Saulo Duarte (Ce/SP), Andréa Dias (SP), Jana Figarella (Pe) e Jimmy Luv (SP) entre outros, foram cerca de 110 festas. 

Sempre conceituais, as noites da Black Soul Samba também levaram importantes tributos e homenagens à ícones da música brasileira como Luiz Gonzaga – interpretado por Adílson Alcântara; Gilberto Gil – interpretado por Olivar Barreto; Caetano Veloso e Tropicália – interpretados por Rande Frank; Tim Maia – com Roguesi; e Clara Nunes – com a diva paraense Gigi Furtado. E é Gigi quem volta ao palco do Palafita para comemorar este aniversário de 03 anos, emprestando sua voz a sambas clássicos e ao melhor de Jorge Ben e da própria Clara Nunes.

Rodrigo, da Lauvaite Penoso
A festa desta “Black do fim do mundo” passeia ainda mais pelo cancioneiro brasileiro e celebra também os 20 anos do movimento manguebeat, considerado o segundo movimento musical contemporâneo mais importante, depois da Tropicália. Quem leva a tônica de Chico Science e Mestre Salustiano é o grupo de Icoaraci, Lauvaite Penoso, aportando na Black com todas as cores de rios, pontes e overdrives.

O sotaque do mangue - A Banda "Lauvaite Penoso" buscou através da música falar sobre o cotidiano nos movimentos culturais das baixadas de Belém e Icoaraci, junto à mistura de outros pontos fortes do que cada integrante da banda carrega consigo. Seu repertório autoral foi desenvolvido com bases na cultura popular amazônica e brasileira, com influências que vão do carimbó ao tecnobrega e das guitarradas ao maracatu.

A expressão “Lauvaite Penoso” vem das brincadeiras de pipa e rabiola, comuns na periferia de Belém. De acordo com o grupo, empinar uma pipa é voar com ela, explorar novos espaços, experimentar novos vôos! É a primeira viagem de muitas crianças pobres das baixadas de Belém que encontram nesta brincadeira nada mais que Liberdade. "Lavaite Penoso é o nosso grito, é a nossa brincadeira perigosa, já que todos têm que sobreviver em periferias violentas, trabalhando para se sustentar e ainda assim fazer música”, explicam os integrantes. 

Com uma cozinha carregada no batuque, o grupo tem Gabriela Maurity e Rodrigo Ethenos na voz e percussão, Gleideson Carréra na voz, percussão e efeitos, Johnny Craveiro com voz, violão e guitarra, Diogo Craveiro com guitarra e voz, Jassar Protázio no baixo e voz, e Júnior Dusik na bateria e sampleador. Para o aniversário da Black o grupo montou um repertório especial todo voltado ao manguebeat.

Criado na década de 90, O objetivo do movimento surgiu de uma metáfora idealizada por Fred Zero Quatro ao trabalhar em vídeos ecológicos. Como o ecossistema mangue é chave na biodiversidade global, o Manguebeat precisava formar uma cena musical tão rica e diversificada como os manguezais. Devido a principal bandeira do mangue ser a diversidade, a agitação na música contaminou outras formas de expressão culturais como o cinema, a moda e as artes plásticas.

O Manguebeat influenciou muitas bandas de Pernambuco e do Brasil, desde a própria Nação Zumbi,  Eddie, Mestre Ambrósio e Mundo Livre S.A, até o Cordel do Fogo Encantando e o músico Otto, entre tantos outros; sendo o principal motor para Recife voltar a ser um centro musical, e permanecer com esse título até hoje.
Samba, suor e “parabéns a você”

Gigi
Sambista e cantora lírica Gigi Furtado é uma das consagradas intérpretes da música negra em Belém. Elza Soares, Chico Cézar, Jorge Ben e Paula Lima estão no repertório da cantora, montado com arranjos especiais, trazendo todo o batuque afro para cada música interpretada. 

No show desta sexta Gigi também presta homenagem especial a cantora Elen Oléria, vencedora do concurso nacional The Voice Brasil. No decorrer do espetáculo este repertório vai sendo todo alinhavado e costurado durante a apresentação, levando o público a uma atmosfera musical, proporcionando momentos de entretenimento e boa música. Além é claro, do carisma evidente de Gigi Furtado, que interage de maneira efetiva, dando dinâmica diferenciada ao show.

Acompanhada da banda “Cavaleiros de Jorge”, com quem divide o palco há mais de três anos, Gigi está a frente de um laboratório comprometido com o fazer musical. Composta por André Andrade no violão, André Brasil na bateria e Alexei Moreira no baixo, os “Cavaleiros de Jorge” serão os responsáveis por todo o swingue brasileiro do show de Gigi, que entoará também o “parabéns à você” ao coletivo Black Soul Samba.

Sonoridade, pesquisa e conceito - Vindo de Manaus, o nome “Black Soul Samba”, foi trazido pelo DJ Homero da Cuíca, que realizou a primeira BSS na capital do Amazonas, antes das festas de Belém. De acordo com Uirá Seidl, um dos produtores e DJ da BSS, era a peça que faltava para dar vida ao coletivo. 

“O nome nos deu inclusive o insight para a festa sair um pouco daquele padrão comumente associado as festas de black music, onde focam quase exclusivamente no hip hop e o funk. Tivemos então a convicção que deveríamos ampliar o escopo da sonoridade do evento, e estender  o termo ‘black music’ para o que de fato é : ‘música negra’. Samba, reggae, afrobeat, muitos estilos, inclusive o blues, são frutos diretos da cultura negra. Os reflexos dessa cultura na música brasileira são indizíveis, e é indissociavelmente ligada a África. Até o tropicalismo não existiria, se não fosse a cultura africana”, acredita.

Buscapé Blues
Mas não foi só, o ano de 2012 foi marcado ainda pela presença cada vez maior do som paraense nas festas. Nilson Chaves, Arthur Espíndola, Buscapé Blues, Curimbó de Bolso, Juliana Sinimbu, Pipira do Trombone, Pio Lobato, Nazaré Pereira, Joelma Kláudia, Rádio Cipó, MG Calibre, Eloi Iglesias e CaBloco Muderno foram alguns dos paraenses que deixaram suas marcas nas noites de sexta no Palafita, alargando o conceito da musicalidade negra e principalmente mostrando às novas gerações que o som produzido no Pará é universal. 

Se não bastasse, a Black Soul Samba também tem contribuído para a integração das artes, investindo nos cenários assinados por Aldo Paz e levando exposições fotográficas e de audiovisual em momentos pontuais, incluindo a apresentação de malabares circenses, performances e feiras de acessórios da Madame Bijoux, que também estará nesta próxima sexta.

Na festa deste 21 de dezembro, as trombetas do apocalipse soarão música brasileira com samba, soul e todo o colorido da black music. E é bom aproveitar, pois os DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuica, Fernando Wanzeler e Eddie Pereira retornam apenas em fevereiro de 2013; isso é claro, se o mundo não acabar depois deste aniversário.

Serviço
Aniversário de 03 anos da Black Soul Samba. Nesta sexta, 21, no Palafita - Rua Siqueira Mendes ao lado do Píer das 11 Janelas, Cidade Velha. A partir das 18h. Ingressos: R$ 5,00 das 18h às 20h (promocional sem meia-entrada) e R$10 ( valor normal com meia-entrada) após às 20h.

(Texto enviado por Dani Franco - jornalista - assessora de imprensa da Black Soul Samba)

19.12.12

Livro reúne palavra, imagem e movimento



A Companhia Moderno de Dança lança nesta quarta, 19, o livro “Para ler como quem anda nas ruas”, com poema de João de Jesus Paes Loureiro e fotografia de Luiz Braga. O lançamento é mais uma ação da compnahia que comeora seus dez anos de criação.  A partir das 19h,  no Pólo Joalheiro.


O poema de Paes Loureiro, inspirado na cidade de Belém do Pará, foi indutor criativo do espetáculo comemorativo de uma década da Companhia Moderno de Dança. "Lírica Morada" estreou em abril de 2012 e já fez temporadas em Belém, Rio de Janeiro e Manaus. 

O fotógrafo Luiz Braga faz a leitura visual do espetáculo que, somada ao poema de Paes Loureiro, integra esta recente publicação como forma de culminância das comemorações de 10 anos da companhia.

 Além disso, como se trata de uma edição comemorativa, a obra traz ainda uma análise do espetáculo "Lírica Morada", feita pelo próprio poeta e um texto elucidativo acerca da trajetória e filosofia do grupo, escrito por Ana Flávia Mendes (diretora artística) e Gláucio Sapucahy (diretor executivo). 

Trata-se de uma grande imbricação de vertentes artísticas. Um poema que gera espetáculo e espetáculo que gera fotografia. Ao fim de tudo, as três vertentes, juntas, geram o livro. Nesta imbricação, o espetáculo eternizado pela imagem fotografada é, mais que um registro fotográfico, um outro olhar sobre a cena. É uma espécie de releitura e, ainda, uma forma de divulgá-lo e difundí-lo enquanto obra de arte fundamentalmente efêmera.

“Para ler como quem anda nas ruas”, publicado pela Escrituras Editora, é uma obra acessível a qualquer pessoa. Como trabalho que congrega diferentes campos da arte, é leitura para qualquer apreciador, sendo ainda relevante para compor a biblioteca de artistas visuais, poetas e estudiosos da literatura e, claro, de bailarinos e artistas da cena em geral.



Serviço
Lançamento do livro  "Para ler como quem anda nas ruas". Nesta quarta-feira, 19, a partir das 19h no Pólo Joalheiro, em Belém do Pará.