5.4.12

Cia Moderno completa dez anos dançando Belém

Para comemorar a primeira década desta trajetória, a companhia apresenta o espetáculo “Lírica Morada”, que estreia no Theatro da Paz, no dia 19 de abril, e já tem agendadas apresentações no Rio de Janeiro e turnê por cinco cidades da Amazônia Legal, como premiação pelo Ministério da Cultura. 

Trazendo temas regionais ou a abordagem do “específico” que os temas universais assumem em Belém, o espetáculo “Lírica Morada” surge a partir do poema “Pare ler como quem anda nas ruas”, de João de Jesus Paes Loureiro.

O poeta já tem história ao lado da companhia – orientou a dissertação de mestrado da diretora artística da Cia, Ana Flávia Mendes e inspirou, com suas obras carnavalescas, o espetáculo “Serpentinas e Poesia”, de 2010. 

“Mais que representar as nossas ruas de pedras na Cidade Velha, as fachadas de antigos casarões ou a plasticidade do Ver-o-Peso, tentamos observar a cidade como se fôssemos suas próprias ruas, as paredes dos prédios ou os galhos centenários das mangueiras”, explica Ana Flávia. 

Além de 14 bailarinos, "Lírica Morada" tem a participação de cinco músicos, da figurinista Cláudia Palheta, dos iluminadores Sônia Lopes e Tarik Coelho, do diretor executivo Gláucio Sapucahy e do dramaturgo Saulo Sisnando. 

“O espetáculo fala sobre nós, sobre amar, viver, morrer, sofrer e ser feliz em Belém: amamos esta cidade. E não estamos aqui porque somos prisioneiros... Estamos aqui porque queremos estar aqui. Porque somos felizes em Belém. Porque amamos nossos amores aqui, porque perdemos nossos pais aqui, porque estudamos aqui, porque nos divorciamos aqui. Porque é aqui que somos isso que somos”, acrescenta o dramaturgo Saulo Sisnando.

Temas que identificam culturalmente o Pará, avanço estético-pessoal. A Cia vive um momento especial de reflexões e concepções cênicas. “Até pouco tempo, perseguimos obsessivamente o desejo de ter uma dança autoral, direcionando a investigação sobre imanências com vistas a implementar um vocabulário de movimentos próprio”, diz Ana Flávia. 

“Acredito que agora estejamos em outra fase, na qual já não importa tanto o vocabulário de movimentos, mas sim o nosso desejo de compreender quem somos, em que lugar estamos e o que nos faz ser Companhia. Essa busca acabou nos aproximando de forma mais evidente das nossas próprias vidas”, complementa a diretora. 

Além das montagens , a companhia vem atuando também em projetos como o Festival Escolar de Dança do Pará (Fedap) e o Aluno-Bailarino-Cidadão, que atende cerca de 50 estudantes das redes públicas com aulas de dança e acompanhamento psicológico e pedagógico. 

“Nada é fácil, nada veio fácil. Não somos somente artistas da cena que desejam estar no palco sob luzes e aplausos. Temos um comprometimento social com a cidade. É importante difundir nosso trabalho, mas o que desejamos de fato é que Belém seja melhor, por isso estudamos e trabalhamos tanto”, resume Ana. 

Serviço 
“Lírica Morada” - dias 19, 20 e 21 de abril, sempre às 20h30. Venda de ingressos na bilheteria do Theatro da Paz. Mais informações: 91 8146.3039 / 3222.7879.

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