18.6.12

Humor e delicadeza sobre o cotidiano da Amazônia

O princípio foi despretensioso. Nem por isso menos significativo. Quando começou a escrever “Causos Amazônicos”, o autor, Octavio Pessoa, dava concretude às dezenas de estórias que fazia a alegria dos amigos. Os mesmos que estimulavam transformar essas narrativas em literatura escrita. Em livro, que chega este mês às mãos dos leitores com o lançamento de “Causos Amazônicos”, nesta quinta-feira, 21 de junho. O evento será realizado na livraria da Fox Vídeo, da Dr. Moraes, às 18h30. Entrada franca. 

“No fim da minha gestão no Tribunal de Contas da União, no Pará, passei a escrever sistematicamente sobre situações que eu vivi ou ‘causos’ que ouvi na minha infância em Parintins, Amazonas”, conta Octavio, que passou a divulgar os textos em sites e blogs de amigos e, depois, no próprio blog. 

“Aí aconteceu o que melhor pode suceder a quem escreve. A interatividade com o leitor. Colegas de infância, novos amigos e até leitores que eu não conheço passaram a interagir comigo, elogiando meu texto e enviando-me argumentos que renderam algumas dessas crônicas. Percebi então, que em algum momento, a minha produção poderia render um livro”, diz Pessoa. 

Depois, veio a cobrança: estava na hora de editar um livro. Procurou então, opiniões de quem entendia do assunto. Com a aprovação de nomes como Amírilis Tupiassu, Oswaldo Coimbra, dentre outros da literatura e escrita paraense, Octavio Pessoa foi adiante na empreitada. Na obra, o autor emprega termos e construções do cotidiano do homem simples da Amazônia. Os costumes, os valores e as crendices do povo caboclo ganham amplitude e permeiam as crônicas do livro. Às amazônicas, Octavio junta quatro outras narrativas, cujo bom-humor é marca constante. 

“Quero morrer como um pássaro”, crônica de encerramento, é a homenagem do autor para um dos personagens do primeiro causo do livro. Personagem que faleceu, quando a obra já estava em processo de edição. “Mas Octavio eu não se perdoaria se não escrevesse o texto”, comenta ele, que dedica também a passagem aos homens e mulheres de rua. 

 Sobre o autor - Octavio é de Parintins/AM, onde viveu até a juventude. Ali estudou até o Curso Ginasial, quando acompanhou a família na mudança para Belém do Pará. Estudou no Colégio Estadual Augusto Meira e graduou-se em Direito e Jornalismo pela UFPA. 

Foi locutor de rádio, sócio de produtora de vídeo, agente administrativo do INPS, procurador autárquico do IAPAS e, em 2012, encerra sua carreira de servidor público, como auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União. Apaixonado pela palavra, escrita ou falada, tem artigos publicados em jornais da grande imprensa e realiza-se como cronista e articulista, nas mídias alternativas. 

O que disseram Oswaldo Coimbra: “[Os textos são] claros, escritos numa linguagem correta, dotados de humor - uma qualidade rara - e, sobretudo, expressam certo enternecimento com a ‘comédia humana’, o que certamente distingue quem é verdadeiramente um escritor”. 

Meirevaldo Paiva considerou “belíssimas crônicas sobre o cotidiano de Parintins ou de Belém. Gostei demais das primeiras que eu li e acredito que as outras estejam no mesmo nível de observação e de estudo das pessoas e do mundo”. 

A doutora Amarilis Tupiassu, evidenciando o domínio de Octavio sobre o próprio texto, observou que “ganha força e corre meio desembestado pela folha. E sai tudo muito gostoso de ler”, e concluiu “Tu tens muito a dizer. Escreve firme. A publicação chegará, mais cedo ou mais tarde. Espero que seja logo”. 

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