12.9.12

Carolina Baía canta Marisa Monte em show solo

Musa inspiradora de várias gerações, Marisa Monte foi a intérprete escolhida por Carolina Baía para focar em seu show de estreia, nesta quarta-feira, 12, no Teatro Universitário Cláudio Barradas, 20h. 

O repertório traz canções que marcaram a carreira da cantora, reunindo entre outras pérolas, “Bem que se quis”, “Dança da solidão”, “De mais ninguém” e “Não vá embora”. A apresentação conta com participações especiais de Larissa Leite, Aíla e Lais Amoedo. Escolher Marisa Monte para cantar não foi difícil. A cantora é uma das maiores referências de Carolina, que bateu um papo bem descontraído aqui com o Holfote Virtual. 

Admiradora confessa de Marisa, ela diz que pensou em trazer ao público algo que ainda não foi feito e ao mesmo tempo a deixasse à vontade. “Apesar de muitas pessoas acharem a Marisa é cult, ela tem muitos fãs, de várias idades, que gostam de vários estilos musicais e nem por isso deixam de gostar dela”, diz Carolina, que acaba concordando com auto defesa da própria cantora, que é capa da Bravo! deste mês. Em entrevista ao redator-chefe da revista, o jornalista Armando Antenor, ela enfrenta a crítica de “estar se tornando popular”, afirmando que sempre cantou para multidões. 

E o show de Carolina reafirma mais ainda isso, ao trazer para o público algumas das músicas que marcaram a carreira de Marisa e sempre fizeram todos cantarem juntos. Não irão faltar coisas do tipo “De noite na cama”, “Na estrada”, “Não é fácil” e nem mesmo “Velha infância”. 

“Carolina Canta Marisa” em 17 composições, que passeiam pelos principais álbuns lançados entre 1989 e 2011, com Os Tribalistas, mas vem também até o momento mais atual. Carolina espera que as pessoas recebam bem o show, que se sintam à vontade pra cantar junto, dançar e participar. 

Além de abordar a discografia que o público já conhece Carolina também vai dar uma pincelada no disco mais recente, "O que você quer saber de verdade", para que possamos notar também as mudanças de arranjo e interpretação que a cantora foi alternando ao longo da carreira. 

“O processo de escolha do repertório foi bem complicado, porque sou muito fã da Marisa e tenho muitas músicas preferidas. Além disso, acabo tendo um carinho especial pelas músicas nem tão conhecidas da maioria do público. Mas como a intenção do show é agregar tanto os fãs conhecedores de toda a discografia dela, como aqueles que a conhecem de maneira mais superficial, ou seja, só os principais hits, eu contei com a ajuda de algumas pessoas próximas pra me ajudar a escolher as músicas mais conhecidas, pois queria um show com todo mundo cantando junto do início ao fim”, explica Carolina. 

Ela conta que precisou elaborar uma lista das principais músicas de cada álbum de Marisa e a partir daí foi "enxugando" e elegendo uma a uma. Foi uma espécie de eleição com direito a voto e tudo. 

“Foi doloroso, confesso (risos). Tive que deixar de fora muitas músicas que adoro. Agora, acho legal que o público não espere ver uma cover da Marisa. Até porque, mesmo ela sendo uma das minhas maiores referências, não tenho a intenção de imitá-la. E nem que eu quisesse eu poderia, pois temos timbres bem diferentes. A intenção é apresentar as músicas dela pras pessoas que gostam do trabalho dela, simplesmente assim. Espero que gostem”, complementa! 

Banda - Para acompanhar Carolina estará no palco, o baixista e diretor musical do show, Idaías Souto Jr. “Ele é meu professor de canto há uns dois anos e meio, a nossa parceria vem daí”, vai explicando. Também com ela, está o baterista Leandro Machado, músico da noite, que participou da gravação de algumas músicas do EP que ela pretende lançar em breve. 

O percussionista é João Paulo Pires, que também acompanha vários outros cantores em trabalhos autorais, e o tecladista é Kaká Carvalho, professor de música. “Ele acompanha grupos musicais em eventos, casamentos, além de tocar na noite”, diz Carolina. Na guitarra e violão tem Paulinho Poça e no saxofone e flauta, tem Zé Gabriel. “Ambos são músicos integrantes do grupo Gambôa e tocam muito samba na noite de Belém”, ressalta ela, lembrando o quanto foi difícil conciliar a agenda de todos para agendar os ensaios. 

Carolina está na expectativa. Afinal, como tudo em sua primeira vez na vida, a gente nunca esquece. E este pode até não ser o primeiro trabalho profissional como ela mesma admite, mas quem sabe não será o primeiro passo em direção a isso? 

“Te confesso que não me vejo como cantora profissional, porque não consigo me sustentar com o que ganho da música. Infelizmente, viver de arte nesse país é um negócio extremamente complicado e sou admiradora daqueles que conseguem”, diz ela que é advogada, e faz música por amor, ainda que tenha vontade de viver disso. 

Trajetória – Carolina Baía vem cantando na noite como forma de prazer na vida, mas traz com ela também um compromisso de fazer bem feito. Por cerca de dois anos, integrou uma banda chamada SiVuPlê, que tocava música pop.  Depois que a banda se desfez, ela começou a investir na carreira solo, acompanhada por alguns músicos e com um repertório mais MPB. E houve a fase em que ela passou a fazer eventos fechados. 

“Cantar na noite é uma grande escola, mas tem muitos pontos negativos também. Recentemente gravei um EP, um mini-álbum contendo cinco músicas inéditas, o qual espero lançar o mais breve possível”, vai revelando. 

Ela acha que sua trajetória na música começou meio tarde. Em casa, porém, desde a infância teve contato com a música. Os pais costumavam receber amigos para "rodas de viola", onde todo mundo cantava e batucava.  “Quando eu era criança, ficava distante, mas à medida que fui entrando na adolescência comecei a estar mais presente e a me interessar. Foi então que resolvi aprender violão. Aos 13 anos comecei a fazer aulas com professor particular”, diz. Mas vai logo emendando. 

“Não, eu não sou violonista (risos). Toco violão bem mal por sinal, mas as aulas me serviram pra compreender melhor o universo da música, como funciona e a descobrir minha paixão pelo canto. Aí entrei em banda de colégio, cantava na missa, no recreio, essas coisas”, lembra.  

Aos 16 anos, estava prestando vestibular para música na UEPA. “Então, soube que tinha um exame habilitatório pra ser feito antes do vestibular. Fui atrás do programa e vi que não sabia nada, só sabia ler partitura superficialmente e lentamente (risos). Mas eu já tinha decidido", conta. "Fiz dois meses de aulas particulares pro exame, consegui aprender o suficiente pra ser aprovada".

Depois de passar no vestibular tudo ficou mais fácil. "Consegui cursar um ano e meio, mas como paralelamente estava cursando Direito, eu não consegui levar os dois cursos adiante, simultaneamente. Larguei música né?”, diz ela meio que lamentando.  Tudo isso, porém, serviu de grande aprendizado, afinal ela não está hoje aqui apresentando seu show solo e com promessas de fazer outros, quem sabe com músicas autorais? Vamos aguardar. 

Serviço
Carolina Baía Canta Marisa Monte. Participações especiais de Larissa Leite, Aíla e Lais Amoedo. Nesta quarta-feira, 12, no Teatro Cláudio Barradas (Jerônimo Pimentel, entre D. Romulado Coelho e D. Romulado de Sexias), a partir das 20h. Mais informações: 91 8859.8333.

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