30.4.13

102 anos de cinema paraense na Pan Amazônica

De Líbero Luxardo aos novos realizadores. Esta será uma grande oportunidade para conhecer a vasta produção cinematográfica do Pará. A Mostra de Cinema Paraense “Esse País que se chama Pará” vai acontecer de 01 a 05 de maio (quarta a domingo), no Cine Estação das Docas (Teatro Maria Sylvia Nunes), das 18 h às 21h, com entrada franca. 

Além das exibições, haverá ainda, no sábado, 04, a mesa de debate “O Cinema Paraense em perspectiva: Passado, presente e futuro”, que terá como convidados, o realizador e coordenador do Núcleo Digital do Pará/IAP, Afonso Gallindo, as professoras do curso de cinema da UFPA, Ana Lúcia Lobato e Ana Cláudia Melo e o realizador Joel Cardoso, com mediação de Marco Moreira. 

“Acho muito importante o diálogo, o debate, a reflexão. Quanto ao tema, costumo dizer nas minhas andanças pelo mundo que sou de “Um país que se chama Pará”, como na música ‘Porto Caribe’ de Paulo André Barata”, diz Zienhe Castro, curadora da programação, montada com a colaboração do Instituto Culta e do Museu da Imagem e do Som do Pará. A mostra traz um recorte desta produção centenária, com algumas raridades do acervo do MIS, digitalizado recentemente. 

“Isso é muito importante para história do cinema paraense, que segundo dados históricos, neste ano de 2013 completa 102 anos. As obras mais recentes da década de 80 para cá, tive que contatar os realizadores para solicitar as cópias e autorização de exibição”, explica a produtora. 

“A ideia foi de apresentar um panorama com filmes que representassem as diversas fases da nossa produção. A produção cinematográfica paraense tem registros desde 1911 com o filme “Viagem de Lisboa ao Pará”, realizado pelo cinegrafista espanhol Ramon de Baños. Porém, lamentavelmente muitos desses registros foram extraviados e outros o tempo e a umidade corroeram”, comenta Zienhe Castro. 

Filmagens de Marajó...
Filmes de Líbero Luxardo em destaque 

Da década de 30, a peça de uma raridade. “Um Diamante e Cinco Balas”, o longa, está perdido. Ninguém sabe onde está.

Até hoje, pesquisadores, cinéfilos e até parentes de Luxardo tentam desvendar o mistério de onde o filme foi parar. 

Pode estar até esquecido em alguma gaveta ou fundo de armário, quem sabe escondido... há especulações à respeito. Realizado em 1931, o que restou dele será visto pelo público. Trata-se de um trailler do gênero grandes produções, de 3 minutos, em preto e branco. Você confere logo na abertura da mostra, nesta quarta-feira, 1º de maio. Vá!

No mesmo dia, mais duas pérolas de Líbero Luxardo. "Alma do Brasil", produzido no mesmo período que "Um Diamante..", em 1931/1932, com 1 hora de filmagem, em preto e branco. Já da década de 1960, temos “Um dia qualquer” (80 min), também preto e branco. Foi o primeiro longa metragem do cineasta. 

Traz no elenco Hélio Castro, Lenira Guimarães, Cláudio Barradas, Zélia Porpino e Nilza Maria, com fotografia de Fritz Mellinger e Rui Santos, som de João S. Nunes e a trilha com músicas de Waldemar Henrique e Bruno de Menezes. É uma coisa de se ver. Belém, suas ruas, os bairros da periferia, ainda repletos de igarapés. 

No set de Um Dia Qualquer
Em uma das cenas de festa tenho a impressão de ver Sebastião Tapajós, posso estar enganda, só revendo a ficha técnica. E outra, há  aprimeira cena de nudez do cinema paraense. Imagina o que foi a repercussão na época. Histórias que certamente Marco Antonio Moreira poderá nos contar no bate papo que vai acontecer no sábado.

A programação da Mostra de Cinema segue na quinta-feira, 02 de maio, com filmes produzidos na década de 1960. 

Abre com “Belém 350 anos” (10min/P&B/16 mm), direção de Líbero e a câmera, de Milton Mendonça, outro grande expoente da nossa produção em seu pioneirismo. Traz a música “Exaltação de Belém”, de José Macêdo executada pela orquestra Alberto Mota. 

Belém 350 anos, veja aqui
Na narrativa, os comentários enaltecem os 350 anos de Belém, com cenas do Círio de Nazaré, da fundação da Universidade Federal do Pará e do próprio Líbero Luxardo divulgando, junto com Lenira Guimarães, seu filme “Marajó: Barreira do Mar”. Traz uma Belém moderna, do cinema, do conhecimento. 

Completando o segundo dia de exibição com as obras de Líbero Luxardo, claro, tem “Marajó, Barreira do Mar” (1963/64 /80 min. p&b), o segundo longa, com direção e roteiro Libero Luxardo, músicas,mais uma vez de Waldemar Henrique e também de Sebastião Tapajós. No elenco, os atores Lenira Guimarães, Zélia Porpino, Luis Mazzei, Maria Gracinda e Cláudio Barradas. 

A mostra, que ainda percorre outros diretores, exibe neste dia, dentro do ciclo dos anos 1960, “Vila da Barca (1964/p&b, 16 mm, 10 min), com direção de Renato Tapajós, colaboração de Cláudio Barradas, Isidoro Alves, Acyr Castro, Poty Fernandes e José da Silva Marreco. 

O documentário de curta metragem aborda a favela construída sobre palafitas em Belém do Pará’ (1964-65), e ganhou prêmio de melhor documentário no Festival Internacional do Filme de Curta Metragem de Leipzig, Alemanha Oriental (1968). Foi o primeiro filme de Renato Tapajós. Permanência (1976/19m 59s), com direção, roteiro e montagem de Vicente Franz Cecim, fecha a noite.

Ópera Cabocla, de Adriano Barroso em pré-estreia
Mais recentes - A mostra segue até domingo, trazendo produções que vão dos anos 1980 até os mais recentes, incluindo ainda um lançamento.

“Ervas e Saberes da Floresta”, de Zienhe, finalizado em abril de 2012, mas só teve duas sessões fechadas para convidados em Belém.

Haverá um pré-lançamento, “Ópera Cabocla”, de Adriano Barroso, que terá sessão especial, no domingo, 05, encerrando a mostra. O filme documenta as óperas populares interpretadas pelo Pássaro Junino Tem-Tem do Guamá e as encenações feitas durante a quadra junina, na Cidade de Belém do Pará.

Atentos, vale repetir: vai ser uma oportunidade e tanto para ver, principalmente as obras restauradas, de Líbero Luxardo (lembrando que há muito mais de sua produção aguardando um trato no Museu da Imagem e do Som do Pará), mas também pra se atualizar quanto a esta produção centenária que o Pará tem em cinema. 

Serviço
A programação completa está no site da VII Feira Pan Amazônica do Livro, no site www.feiradolivro.pa.gov.br. Pode ser baixada em PDF. Acesse.www.feiradolivro.pa.gov.br

Olivar Barreto autografa CD na Feira do Livro

O cantor é um fã incondicional de Ruy Parantinga Barata, que recebe inúmeras homenagens nesta XVII Feira Pan Amazônica do Livro. Em 2011, o cantor lançou, na cidade natal de Ruy, em Santarém, no dia 25 de junho, em que o poeta e compositor faria 91 anos, o álbum "Esse Ruy é Minha Rua", que reúne 13 canções, de vários compositores, sobre textos do Ruy Parantinga Barata.

As músicas foram compostas em ocasiões diversas, ora no Bar do Parque, ora na casa de um dos parceiros ou em outros recantos boêmios da cidade. O CD já estará à disposição do público (R$ 20,00) a partir da tarde desta terça-feira, 01 de maio, ocupando, claro, o estande da Secult. 

Ornamentado com fotografias e frases do poeta, é o lugar ideal para que, nesta quinta-feira, 02, dia em que inicia o seminário “Escritor homenageado: Ruy Guilherme Paranatinga Barata”, o interprete Olivar Barreto esteja presente para autografar seu disco. E quem já tiver o CD, também será oportunidade para receber uma dedicatória do artista. 

Com as arranjos de Adelbert Carneiro, Minni Paulo, Floriano, Kzan Gama/Ney Conceição e Paulo André Barata, e estão no disco as músicas “Saudade da Maria e Deus”, de Kzan Gama; “Urgente”, “O vento e a Viagem” e “Sete Fitas”, de Galdino Pena (letra do Ruy e do Jesus Paes Loureiro); “Cabral 1500”, de Saint Clair du Baixo; “Leva Esta Saudade”, “Vim” e “Anjo Torto”, de Edyr Proença; “Canção Antiga”, de De Campos Ribeiro e “Ana Ortiz Y Castellar”, “Pacará” e “Porto Caribe”, de Paulo André Barata. As fotos que estão no CD são de Bruno Pellerin, com capa de Junior Lopes e projeto Gráfico de Maria Lidia e Olivar Barreto.

“O disco traz camba, marcha-rancho, bolero, canção, fado, ijexá e essa diversidade se deve ao fato dos poemas do Ruy terem sido musicados por grandes músicos de variadas vertentes”, diz Olivar. “A obra do Ruy consagrada é em parceria com o Paulo André mas acredito que este CD mostre um ‘lado B’ do poeta, canções despretensiosas, belas, pouco ou nada conhecidas do público mas sobretudo com a marca do grande escritor que era o Ruy Barata”, conclui o artista.

Ruy (Foto: Miguel Chikaoka)
Anote logo também a programação do Seminário  Sala Marajó -02/05

“Escritor homenageado: Ruy Guilherme Paranatinga Barata” 
16h às 17h30 - Organização: Tito Barata

Palestra 
 “O Político e o Poeta - A trajetória de Ruy Barata” 
 Ruy Antônio Barata – São Paulo/SP 

Exibição de Vídeo
“O Nativo” (vídeo/1993/UFPA )
17h30 às 18h30


Sexta-feira - 03/05 
Sala Marajó
16h às 18h
Mesa Redonda
Mediação: Marcílio Costa

"Ruy Guilherme Paranatinga Barata e a literatura de uma geração" 
Marinilce Coelho

"Ruy Barata: O Nativo de Câncer"
Pedro Galvão de Lima

"A poesia engajada de Ruy Barata"
Alfredo Oliveira

"Ruy Barata, o poeta e letrista"
João de Jesus Paes Loureiro

29.4.13

Encontro Literário recebe Cristóvão Tezza



Um papo sobre a situação atual da literatura brasileira. É o que o escritor Cirstóvão Tezza (SC) pretende desencadear na noite desta segunda-feira, 29, a partir das 19h, quando subir ao palco do auditório Dalcídio Jurandir, no Encontro Literário, que está acontecendo na XVII Feira Pan Amazônica do Livro, desde sábado, 27, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.

Em Belém desde, ontem, ele pretende puxar a conversa desta noite, contando um pouco sobre como escreveu seu último livro,“O espírito da prosa”, um ensaio autobiográfico.

“O contato com o público é sempre inspirador e muito assunto novo acaba surgindo. Todo evento que transforme o livro e a leitura em notícia é bem-vindo, e esta Feira, que é imensa, e já faz parte do calendário cultural do país, tem uma grande repercussão”, diz.

Após a programação do Encontro Literário, o autor vai autgrafar o livro mais recente, mas o público também terá à disposição duas outras obras do autor “Um erro emocional” e “Beatriz”.

“Beatriz, aliás, está sendo adaptada para o teatro e estreia no dia 9 de maio, no Rio de Janeiro, com a companhia Atores de Laura, que também montou a adaptação de O filho eterno”, comenta Cristóvão.
Para 2013, entre outros projetos, o escritor tem compromisso fora do país, mas pretende se dedicar a um novo livro. 

“Estou escrevendo um romance que vai levar ainda um bom tempo para ser terminado. Tenho duas viagens internacionais marcadas: para a Feira Internacional do Livro de Frankfurt, que este ano vai homenagear o Brasil, e devo ir também para a China, onde no segundo semestre vou lançar a tradução de O filho eterno, em mandarim”, diz.

Sobre o autor - Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, mas mudou-se criança para Curitiba, onde vive até hoje. Ficcionista consagrado, com incursões na área teórica e na crítica literária, é considerado um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos. 

Recentemente, lançou dois elogiados livros, o romance Um erro emocional e a coletânea de contos Beatriz. Em 2012, lançou O espírito da prosa, uma autobiografia literária.

A publicação do romance O filho eterno, de 2007, teve um impacto inédito no panorama ficcional do país, recebeu os mais importantes prêmios literários brasileiros e, traduzido em uma dezena de países, ganhou na França o prêmio Charles Brisset, de melhor livro do ano, e, em 2011, foi um dos dez finalistas do prestigiado prêmio IMPAC-Dublin de obras publicadas em língua inglesa.

28.4.13

Trapézio e treinamento para a estreia de Ciao!

“Ciao!Buonanotte,Finito” vai estrear no inicio de maio em Belém. Prêmio Funarte Petrobrás Carequinha de Estimulo ao Circo de 2012, o espetáculo tem no elenco o bailarino Danilo Bracch e o ator Antonio do Rosário, que encanam a história fragmentada de um encontro entre o palhaço Black e a bailarina Fassibinder, dois personagens criados por eles, anos atrás, e que agora estarão juntos no mesmo palco. 

Na cena, o clima é mágico, com trapézios, bolas, projeções de imagens e outros elementos que vão enfatizar a ilusão e a emoção circense. 

A montagem começa no próximo dia 6 de maio, no Teatro Cuíra, onde o espetáculo ficará em cartaz entre os dias 10 e 12 e depois 17, 18 e 19 de maio. Em abril, como parte dos preparativos do espetáculo, Danilo e Antonio receberam, em Belém, o ator Rafael Trajano, que veio do Rio de Janeiro para dar um treinamento de trapézio para os dois. 

“O meu intuito foi de limpar, acrescentar e tornar mais significante a coreografia de trapézio para este espetáculo, sem descaracterizar os personagens ou fugir do tema”, diz Rafael que já havia dado um treinamento geral em trapézio para Danilo Bracchi, pelo projeto Conexão Dança, da Funarte, no Rio de Janeiro.

“Desta vez quis dar mais uma visão de fora. Então eu trouxe alguns movimentos ao tema, para que eles pudessem se tornar únicos. Ensinei a forma de execução e acompanhei o processo durante essa semana.

E o ponto mais interessante pra mim, é o fato de serem dois personagens bem construídos, que já existem previamente, cada um no seu universo, ambos existindo num ‘enquadramento’ mais atual, mas dentro do clássico universo de encontro do palhaço com a Bailarina. É um universo bem mágico, e que foge um pouco daquele ‘conto de fadas”, comenta. Rafael.

Ele, que iniciou sua trajetória artística muito cedo, aprendeu a desenhar pintar e esculpir com seu tio avô, resolveu se dedicar aos mais variados tipos de arte, até que a vida o levasse aos cursos de teatro e interpretação, quando teve o primeiro contato com o circo e a dança, e depois de anos de aprendizado, em 2005, decidiu trocar os palcos italianos pelos picadeiros, ingressando na escola nacional de circo. Viajou o Brasil trabalhando com os mais diferentes projetos sociais e grupos circenses e atualmente se dedica ao seu próprio grupo circense, a GoGo Circus, que em meio a diversas apresentações em festas e casas noturnas do Brasil, busca montar o seu primeiro espetáculo, de cunho adulto.

“Estou motivado a focar no meu grupo e na concepção e criação do novo espetáculo, também de temática adulta, além de continuar tocando na noite carioca, dando continuidade ao meu mais novo desafio, que é estar me lançando no mercado da música eletrônica”, reflete. 

Rafael Trajano passou alguns dias em Belém e diz que gostou da cidade. “Ainda não conhecia e foi uma oportunidade incrível. Belém é apaixonante mesmo.

Achei a cultura muito forte e a arte muito presente por todos os lados. As histórias, lendas e tradições, ė tudo muito rico”, finaliza. Danilo e Antonio vão brilhar em cena, tendo em torno uma super equipe técnica, com Adriana Cruz (In Bust Teatro com Bonecos), na direção, Aníbal Pacha (In Bust), no figurino e Nando Lima (Reator), na articulação do cenário. 

Black e Fassibinder, em cena de ensaio
O ator e também bailarino Ícaro Gaya está na assistência de direção e coreografia, Patrícia Gondim na luz e os irmãos Armando e Mendonça e Thalles Branche, na criação da trilha original. 

A produção é da Trama Associação de Teatro e Dança da Amazônia e da Três – Cultura Produção Comunicação, com fotografia de André Mardock.

Agora é aguardar que “Ciao!Buonanotte,Finito” estreie, trazendo a fusão das linguagens da dança contemporânea com as técnicas circenses, em uma obra metáfora das transformações que acontecerão quando a Bailarina Fassbinder se deparar com o Palhaço Black.

Serviço 
“Ciao!Buonanotte,Finito” - Prêmio Funarte Petrobrás Carequinha de Estimulo ao Circo de 2012. Estreia dia 10 de maio e fica em cartaz nos dias 11, 12, 17, 18 e 19 de maio, no Teatro Cuíra – Trav. Riachuelo, c/ 1º de março – próx. À Praça da República. Mais informações: 91 8134.7719 (imprensa) e 8327.6779 (Tainah Fagundes - produção).

27.4.13

Cartunistas e caricaturistas decidem o páreo

1º lugar Ecologia
Enquanto acontecia o show de abertura da XVII Feira Pan Amazônica do Livro, na noite de sexta-feira, 26, no auditório Benedito Nunes, eles estavam reunidos, com a missão de escolher, entre os 160 trabalhos, os melhores do V Salão Internacional de Humor da Amazônia, nas categorias de Tema Livre, Ecologia e Caricatura.
 
Jean Galvão (SP), Ulisses Araújo (RJ); Cássio Loredano (RJ), Orlando Pedroso (SP) e François Gabourg (Martinica), cartunistas, caricaturistas, ilustradores, desenhistas e chargistas, renomados e reconhecidos por seus trabalhos independentes, em jornais, revistas e na internet, convidados para o júri desta edição, divulgaram o resultado ontem mesmo. Foi um julgamento tranquilo."Ninguém tinha punhal, nem faca. Foi pacífico”, brincou logo de cara o caricaturista Cássio Loredano, que participa pela primeira vez do salão.

“Foi tudo muito simples, fizemos alguns acordos, pois o nível é bom dos trabalhos, mas nós tínhamos um olhar parecido no panorama geral, de maneira que não houve briga nas decisões. Não é usual isso. Eu já fui jurado em Porto Alegre, em Teresina, em Piracicaba e no Rio, e sempre tem um pouco mais de briga, mas aqui foi tranquilo”, disse Loredano, um dos mais antigos e consagrados dos convidados deste ano. 

1º lugar Caricatura
PREMIADOS - Na categoria Tema Livre ganharam os cartuns “Violonista”, de Dereck (Brasil), em 1º lugar, e “Expulsão”, de Jota A. (Brasil), em 2º.

No tema Ecologia, os premiados foram os cartunistas Bíer (Brasil), com Árvore Envergonhada, em 1, e Liang Junqi (China), com “Mutation P.R”, em 2º.

Na categoria caricatura, os prêmios foram para Pakdel com “Humphrey Bogart” e, em 1º lugar, e Yaser, com Clint Eastwood, em 2º. Ambos, caricaturistas iranianos.

Para o júri, a escolha deste ano foi bem difícil pelo alto nível das inscrições.

“Na categoria cartum livre tinha muita coisa boa, também de outros países, coisas maravilhosas. Algumas vezes, há um número grande de inscrições, mas nem sempre tem tanto trabalho bom assim”, disse Jean, logo após a reunião que definiu os vencedores. 

ECOLOGIA  - O tema Ecologia, mais uma vez, com um grande número de inscrições, não foi uma tarefa fácil. “É um tema batido, ninguém pode escapar do lugar comum, está todo mundo pensando, ouvindo e dizendo mais ou menos a mesma coisa, e isso recai sobre o conjunto, um pouco repetitivo às vezes”, comentou Loredano.

“Outra coisa que eu notei é que o pessoal está gostando de trabalhar com técnica de computador, resultando em algo mais vistoso, e isso tira o foco da própria ideia, muitas vezes. Eu também gostei bastante de alguns trabalhos, e por acaso o pessoal do júri também gostou. Adorei o resultado da categoria caricatura. E a do Bogart, todo mundo ficou de acordo” concluiu Cássio, que está vindo pela primeira vez a Belém. 

1º lugar Tema Livre
PIADAS - “É, infelizmente foi assim, mas a coisa mais gostosa da votação é o pau, a briga... não, não, brincadeira”, tirou sarro, Orlando Pedroso. “Houve consenso de que os trabalhos escolhidos foram realmente os melhores. Teve alguns empates, fizemos votação.

No cartum eu fiquei muito surpreendido, positivamente. Fazer piada no Brasil já foi uma tradição muito grande, mas desenhar piada é uma coisa que se perdeu um pouco, com a coisa da Ditadura, tudo foi ficando mais pesado e agora me dá impressão de que isso está voltando, em boa fase", ressaltou o ilustrador.

"E digo ainda mais, Belém especialmente, tem ótimos cartunistas. No Brasil tem alguns bolsões desses caras que fazem piada. Belém e Curitiba são dois celeiros. São os dois lugares no Brasil em que tem o maior número de cartunista desse estilo”, encerrou o papo.

Os trabalhos vencedores e todos os demais selecionados pelo V Salão Internacional de Humor da Amazônia, podem ser vistos até o final da Feira Pan Amazônica do Livro, dia 05 de maio, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, com entrada franca. Os cartunistas convidados permanecerão em Belém por mais alguns dias e, junto com outros cartunistas paraenses, como ATorres, J. Bosco, Biratan, Waldez e Sérgio Bastos, entre outros, e participam da programação de workshops e mesas redondas, oferecidas até a próxima quarta-feira, 01.

Programação

Domingo - 28/04
Manhã 10h - Workshop - Desenho de Humor e Caricatura com Ulisses Araújo; Vagas: 20 pessoas.

Segunda - 29/04
Manhã 10h - Mesa Redonda - O Papel do Humor Gráfico na Contemporaneidade» com François Gabourg, Cássio Loredano. Mediador: J.Bosco; Vagas: 50 pessoas.

Terça-feira - 29/04
Tarde 16h- Workshop “A ilustração e a Liberdade de Desenhar” com Orlado Pedroso. Vagas: 30 pessoas. 

Quarta-feira - 01/05Manhã 10h - Mesa Redonda “Desenhos de Humor e Novos Mercados” com Sérgio Bastos, A. Torres, Waldez e Biratan. Mediador: J.Bosco. Vagas: 50 pessoas.

Veja todos os cartuns premiados e outros, na Fan Page do Salão no Facebook do Salão: https://www.facebook.com/salaointernacionaldehumordaamazonia

IAP divulga selecionados para Bolsas de 2013

Texto enviado pela assessoria de imprensa

Serão 450 mil reais investidos dentro de um ano para a realização dos projetos. Nesta sexta-feira, dia 26, o Diário Oficial do Estado publicou a relação dos artistas e projetos contemplados no Edital de Criação e Experimentação Artística.

Ao todo foram 194 projetos inscritos, concorrendo às 30 bolsas disponíveis. No decorrer deste ano, cada projeto receberá 15 mil reais para realização. Nomes conhecidos do cenário artístico figuram ao lado de artistas emergentes vindos do interior do estado. Dos 30 contemplados, 12 são de cidades como Castanhal, Marabá, Moju e Ananindeua, além de nomes importantes no cenário nacional como Alexandre Siqueira, Elza Lima, Leo Bitar e Cláudia Leão, por exemplo. 

Para a Gerente de Artes Plásticas e Visuais do IAP, Maria Christina, a importância dos nomes contemplados “indica a credibilidade que o IAP construiu junto aos artistas, inclusive com aqueles que já tem uma trajetória consolidada e procuram as bolsas como forma de desenvolver um novo trabalho, que nos indica uma profícua produção este ano. E também para os emergentes que, com esse aporte, poderão desenvolver suas ideias comprometidas com um resultado que alarga as divisas da cidade e do estado”, avalia a gerente. 

Maria Christina ressalta que o mais importante com este resultado é o fato de possibilitar um presente à Belém, com produções de altíssima qualidade que são mais que incentivo ao artista, são retorno para o público. 

Projetos e artistas contemplados

1. Alexandre Romariz Sequeira-Criação/Experimentação- Fotografia - “A Fotografia que nos está destinada”- Belém 
2. Ana Cláudia do Amaral Leão - Criação/Experimentação – Fotografia -“A Nau e a paisagem:Diário de bordo entre Belém e Chaves” - Belém 
3. Andreev Augusto Pena da Veiga - Criação/ Experimentação - Poesia-“Entre Portas-Passagens da Memória” - Belém 
4. Ana Carolina Castro Malcher - Divulgação/Mediação –Dança -“Mãos que falam: A prática da dança oriental e o seu encontro com mitos e lendas amazônicos para surdos” - Belém 
5. Arthur Espinola Oriente Vasconcelos - Criação / Experimentação-“Amazônia Samba”- Música - Belém 6. Elaine Andrade Arruda - Criação /Experimentação - Artes Visuais -“Imensidão íntima“ - Belém 
7. Elza Maria Sinimbú Lima - Criação /Experimentação – Fotografia - “Á Deriva” - Belém 
8. Flávio Cardoso de Araújo - Criação /Experimentação –Pintura -“Impermanências” - Belém 
9. Leonardo do Vale Bitar - Criação /Experimentação – Instalação -“Caixas Sonoras realidade Ampliada” - Belém 
10. Lindenberg Monteiro dos Santos - Criação /Experimentação - Dança-“Relações de Bolso” - Belém
11. Luciana Loureiro Figueira Magno - Criação /Experimentação –Performance - “Orgânicos”-Belém
12. Lucimary Govêa Maués - Divulgação e Mediação-Ensino/Aprendizagem - “Vamos ver a barca nova, que do céu caiu no Mar - Um olhar sobre as Cirandas Quilombolas” - Belém 
13. Maria Virginia A. Bastos de Sousa - Criação /Experimentação –Circo -“Akros: Um par de quatro acrobático” - Belém 
14. Marina Trindade Cruz - Criação /Experimentação-Circo - “Maresia”-Belém 
15. Michel Guilherme Gomes Amorim - Criação /Experimentação – Teatro - “Boneco no Tambor: Trajetória do Mestre Verequete a partir do teatro de Animação”- Belém 
16.Mindiyara Uakiti Pimentel Freitas - Criação /Experimentação - Música-“Kyrie eleyson (A Proteção Divina)”- Belém 
17. Paulo Sérgio das Neves Souza - Divulgação /Mediação-Curadoria - “Ver sentir fazer: Ações socioeducativa e processos de ensino - Aprendizagem na exposição traços locais” - Belém 
18. Rodrigo Otávio Maroja Barata - Criação /Experimentação – Romance –“Marina e o contentíssimo perdido: essa camada de coisa e tal” - Belém 
19. Alfredo Jorge Hesse Garcia Neto - Criação /Experimentação - Música-“Nossos Musicos” - Anannindeua 
20. Alyne Souza dos Santos - Criação /Experimentação-Dança“ - Ilhas: O ritmo dos Vida” - Anannindeua
21.Deize Almeida Botelho - Pesquisa/Critica-Pintura“ - Arte Relacional na Amazônia:Estudo sobre ação Barroco - Estética Tocantina”- Marabá 
22. Eduardo Henrique Chaves Dias - Pesquisa/Crítica-Música - “Elo de Villa Lobos com a Amazônia” - Santarém 
23. Elielson Almeida da Silva - Criação /Experimentação – Dança - “Giros da Dança ao Mundo”-Anannindeua 
24. Erik Paiva Lopes - Pesquisa/Crítica-Música -“Rock Belém 2000” -Ananindeua 
25. Francisco de Moraes Leão -Criação /Experimentação – Teatro - “A Mitologia Heróica dos Kaiapó-Xikrin: Uma transição para o Teatro de Sombras” - Anannindeua 
26. Izaque da Silva Aquino - Divulgação/Mediação - Música-“Arte ao Vento-Música em Movimento” - Paragominas 
27. Jarede Rodrigues Almeida - Criação/Experimentação-Música - “Canções de Pai pra Filha” - Marituba
28. Jose Sena da Silva Filho-Divulgação/Mediação-Teatro-“Teatrinhos Elétricos Itinerantes” – Curuçá
29. Raimundo Magno Cardoso Nascimento - Pesquisa/Crítica-Música-“Som de um Mestre” - Mojú
30.Ysmaille Ferreira de Oliveira - Criação/Experimentação-Performace-“Ladainhas para o Divino Espírito Santo” - Castanhal

26.4.13

A festa literária de um país que se chama Pará

Ruy em caricatura, no do salão de humor
A Feira Pan Amazônica do Livro, que iniciou bem menor, no Centur, nos idos anos 1990, ocupa em sua décima sétima edição, todos os espaços do Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, que aliás já está pequeno para o evento que hoje recebe 400 mil pessoas. Foi com esta lembrança que Paulo Chaves, titular da Secult, iniciou na manhã desta última quinta-feira, 25 de abril, a coletiva que reuniu jornalistas de impressos, Tvs, rádios, sites e blogs, no auditório Dalcídio Jurandir, que também será tomado a partir desta sexta-feira, 26, até 05 de maio, com a extensa programação da feira.

Este ano, o tema da Pan Amazônica é o Pará. Inspiração que veio da frase “Eu sou de um país que se chama Pará”, pinçada da música “Porto Caribe”, de Ruy Barata, o escritor homenageado.

“O país é o nosso, a frase de inspiração é do Ruy. É uma dívida que tínhamos com ele, que já deveria ter sido homenageado. Ruy sempre foi surpreendente, como esta feira também é”, comentou Paulo Chaves.

"Dentro desta programação, teremos ainda dois espetáculos imperdíveis. Um de abertura e outro de encerramento. Primeiro, um show que irá de Waldemar Henrique a Verequete, de Ruy Barata ao retumbão de Bragança. Será um panorama da música paraense. Nós todos estamos sendo homenageados”, enfatizou. 

“E para encerrar, teremos outro poeta que também como Ruy, foi ‘poeta no livro, na música e na vida’, em um show que tem seu grande parceiro Toquinho, com uma banda de oito músicos. Ruy e Vinícius, além de poetas, têm em comum a lembrança de um copo de whisky na mão”, bem citou o secretário. 

Coletiva de imprensa no Hangar (foto: Elza Lima)
Paulo Chaves também fez questão de ressaltar a homenagem que está sendo feita este ano na feira, ao livreiro Raymundo Jinkings, “muito perto do Ruy Barata em sua importância”, disse. 

Com uma trajetória de projeção nacional para o mercado literário, Jinkings realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém e formou muitos, dos grandes intelectuais paraenses. “Lembro ter encontrado, na livraria Jinkings, com Benedito Nunes, Paulo Mendes Campos, Benedicto Monteiro, entre outros”, disse o secretário. 

A literatura paraense é outro ponto alto do evento. Mais de 120 autores locais estarão representados dentro do estande do Escritor Paraense, um espaço cedido gratuitamente pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e onde escritores de vários municípios lançam livros, fazem sessão de autógrafos e promovem outros eventos que tornam o local uma grande vitrine da produção literária, que atrai não só os leitores, mas também as editoras e outras oportunidades de negócios. A Academia Paraense de Letras (APL) também recebe um estande próprio na programação 

No espaço "O País que se chama Pará", acontecerá diariamente o Encontro dos Escritores Paraenses, momento de maior interação entre autores e público, com Maria Stella Pessoa, Olga Savary, Daniel Leite, Benilton Cruz e outros, além de seminários, encontros e espetáculos, que terão, dentre os convidados, Amarílis Tupiassu, Victor Sales Pinheiro, Lília Chaves, etc. 

Já no evento “Coletiva de textualização musical”, serão realizadas entrevistas, depoimentos e apresentação musical, em um grande encontro de compositores paraenses e mestres da cultura popular, que falarão sobre suas obras e experiências dentro da temática “O Imaginário e o Cotidiano Amazônico”.  

Festival de quadrinhos da Comix é novidade
Investimentos e novidades - A feira cresce a cada ano. De acordo com o representante da ABDL, Robério Paulo Silva, presente na entrevista coletiva, haverá um aumento de 4% na movimentação financeira da feira e na circulação de publicações, entre lançamentos e relançamentos. 

Em um espaço 24 mil metros quadrados de área, 224 estandes montados (14 estandes a mais que a edição passada), a feira conta com 500 editoras representadas (50 a mais que a edição passada), 140 empresas participando diretamente do evento.  

Há 96 mil títulos disponíveis, esperando-se vender 825 mil obras, além de movimentar R$ 14.840.800,00 milhões em negócios realizados durante a feira. Haverá livros sendo vendidos a partir de R$ 3,00. Evento de grande importância para o mercado editorial, a feira conta com 150 toneladas de livros à disposição do público. 

Há novidades. Será badalada a participação da COMIX (livraria especializada em quadrinhos e mangás), que traz uma edição especial do Fest Comix, a maior feira de quadrinhos da América Latina, com aproximadamente 15 editoras especializadas em quadrinhos, e a da LIBRE – Liga Brasileira de Editoras, em uma edição especial da Primavera dos Livros, e com a representação de 25 editoras associadas. 

“A LIBRE é a cereja do bolo”, disse Robério. “Tem excelentes e diferenciados livros. É formada por editoras que se rebelaram dos eventos literários de São Paulo e Rio de janeiro. Vieram ano passado e não querem mais deixar a Pan Amazônica”, revelou o representante da ABDL.

150 toneladas de livros
“Na época, quando eu sonhei com esta feira, nunca imaginei a dimensão a que ela chegaria. A feira na verdade acontece o ano inteiro, com a Pan nos municípios, que irá para seis cidades do interior, e mais dois salões em Santarém e Paragominas”, reassaltou o secretário de cultura. 

Outra novidade também é o estande que receberá a Literatura de Cordel, conhecida no Brasil como folheto, um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos.

Internacional, a Feria Pan Amazônica do Livro terá representações de 11 países: Peru – Os Menores Livros do Mundo (São Paulo); EUA/Inglaterra – Queen Books (São Paulo); Argentina, Espanha, México e Venezuela – Letraviva Livros em Espanhol (São Paulo); Equador - Unamaz / NAEA (Pará); Guiana Francesa – Aliança Francesa (Pará); Espanha – Surlivro (Rio de Janeiro) e França – Livraria Francesa (São Paulo). 

Com mais de 100 câmeras espalhadas pelo Hangar, a Feira Pan Amazônica do Livro pretende reforçar a segurança, no período da feira. Para isso, a organização fez reuniões com a Polícia Militar e Polícia Civil. Os bombeiros estão presentes, assim como haverá durante os dez dias, uma ambulância no Hangar para atender possíveis emergências. 

“Fizemos tudo que é necessário pra receber o público, num evento que tem como foco o livro, a literatura”, reforçou o titular da Secult. “Enfim, esta é a mais paraense de todas as feiras. A energia polêmica do Ruy já está no ar, vamos viver estes dez dias de uma grande programação”, finalizou Paulo Chaves.

Show de abertura é uma passeio musical

Paulo André Barata, que estará no show de abertura
A XVII Feira Pan Amazônica do Livro abre nesta sexta-feira, 26 de abril, às 19h, no Hangar, com um show que reunirá grandes nomes da Música Popular Paraense. Será um passeio pelo repertório mais clássico da música produzida no Pará.

No repertório haverá canções de Waldemar Henrique, Mestre Isoca, Chico Senna, Ruy Barata, entre outros, interpretadas por Camila Honda, Nana Reis, Liah Soares, Olivar Barreto e Paulo André Barata.

Além das interpretações de canções de autoria de compositores, que marcam a história da música paraense, a apresentação vai contar também com a apresentação deTony Soares, Almirizinho Gabriel e Ronaldo Silva. 

Serviço 
A Feira do Livro, no dia 26 de abril, será aberta às 19h, com cerimonial, seguido do show de abertura. Entrada franca. A partir do sábado, 27 de abril, ficará aberta das 10h às 22h, até dia 5 de maio, com entrada gratuita em toda as programações. Mais informações no site: www.feiradolivro.pa.gov.br / https://www.facebook.com/feirapanamazonicadolivro.

23.4.13

"Trelelê" no lendário Teatro Waldemar Henrique

Pronta para experimentar-se no Waldemar Henrique
De jeito maroto e sedutor, cheia de carisma e talento, ela é só emoção. A artista fará o seu primeiro show, no Teatro Waldemar Henrique, nesta quarta-feira, 24, a partir das 20h, para celebrar um ano de lançamento de seu primeiro disco.

Com a carreira repleta de promessas e de alguns sonhos já concretizados, ela tem o que comemorar. “Foi um ano incrível. Os caminhos estão abertos e as pessoas cada vez mais atentas ao que fazemos aqui no Norte”, diz. Todos lá, pra cantar com ela, a partir das 20h, no recém inaugurado Teatro Experimental, que fica na Praça da República.

Além de sucessos do álbum de estreia, a cantora vai apresentar canções inéditas e versões de seus ídolos. Diversa na sonoridade, mas com foco em seu estilo, Aíla tem um trabalho de múltiplos acordes. E o repertório, que mistura carimbó e rock, mestres tradicionais e modernos, está neste miscigenado “Trelelê”.

Aíla, há um ano, conquista terrenos para além de sua cidade natal, e agora aporta novamente onde tudo começou. Com direção musical de Felipe Cordeiro, o disco alia às sonoridades amazônicas boas doses de música pop. As 11 faixas do álbum revelam o flerte com a lambada, o brega, a guitarrada paraense e o carimbó – pegada que dá o tom suingado ao projeto, que se mostra desprendido de convenções, mesclando aos ritmos tradicionais, efeitos modernos e riffs marcantes. 

Aíla encontra Arhur Espíndola e Marcel Barreto!
Nessa cena que fervilha sob o sol do Equador, Aíla demarca seu espaço. Partindo do regional, “Trelelê” ganha o mundo. “Tocamos por cidades como Macapá, Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro, dentre tantas outras. O momento é de festa!”, afirma. Em canções como “Preciso ouvir música sem você”, de Felipe Cordeiro, a salsa se mistura à inconfundível guitarrada paraense. 

A interpretação da música “Dona Maria”, do “rei do carimbó” Pinduca, é uma grande surpresa do disco, pela delicadeza e desdobramento poética da versão tradicional. Os mestres recebem nova reverência com “Proposta Indecente”, composição com Aíla recebeu de presente de Dona Onete, a dama do carimbó chamegado. 

O encontro de duas gerações ganhou a telinha e virou vídeo-clipe, o primeiro da carreira de Aíla. Lançado no último mês de março, o clipe foi dirigido por Carol Matos e Brunno Regis. Em meio a um baile da saudade e passos de bolero, um romance inusitado entre uma dançarina, paga para entreter os solitários, e um de seus clientes.  “Esta música é um amuleto para mim, é um presente que Dona Onete me deu. E gravar o clipe da música com a participação dela foi maravilhoso”, declara a artista.

Com João Paulo, D. Onete e Davi Amorim, c/ o Canal Bis
E como não faltam motivos para celebrar, o show desta quarta, com a direção musical de Davi Amorim, reúne Rafael Azevedo (contra-baixo e programações), Bruno Habib (teclado e synths), Adriano Sousa (bateria) e João Paulo Pires (percussão). 

No repertório, além dos sucessos de “Trelelê”, a inédita "Sabor de Sedução", de Dona Onete, composta especialmente para Aíla; "Quero você", clássica versão de Carlos Santos; e uma versão de lundú-rock'n'roll de Rita Lee, feita especificamente para o show, que traz ainda novas experimentações entre música e imagem, com video-mapping da artista visual Roberta Carvalho. 

Mas as surpresas não param por ai. Engrossando o coro nacional contra a homofobia e racismo, Aíla fará do show uma oportunidade para levantar a bandeira da tolerância. “No cartaz do show, usamos a hashtag #oAMORmeREPRESENTA com o intuito de escancarar minhas ideias e posições políticas acerca do que vivemos hoje no Brasil. Nesse show, quero exaltar o amor, e repudiar qualquer ação preconceituosa, homofóbica e racista. E terão algumas boas surpresas nesse sentido”, promete. 

Dando uma de percussinista, no show em prol Emaús
Na infância, a época do ano mais esperada por Aíla eram as férias de julho, ocasião em que ela visitava seu avô, Alexandre Magalhães, compositor e multi-instrumentista, na distante Conceição do Araguaia, no Sul do Pará. 

“Meu avô me alimentava do que eu mais amava, música, com referências que iam desde Tom Jobim à Villa-Lobos”. 

No restante do ano, a música também se fazia presente na vida de Aíla. Da vitrola da sua mãe, dona Wal, saíam os sons da Jovem Guarda e do Rock Psicodélico da Tropicália (Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa, os Mutantes), além dos bregas/românticos de Odair José, Osvaldo Bezerra e Alípio Martins, que invadiam os seus ouvidos pela Rádio Marajoara FM. 

Não demorou para Aíla deixar a condição de ouvinte e buscar o aprendizado musical. Dos 11 aos 13 anos, estudou Musicalização e Teoria Musical na Escola de Música da UFPA, enveredando para o canto popular. Na adolescência, venceu festivais escolares interpretando composições suas. E suas principais referências dessa fase vieram dos ídolos pops da música brasileira, Cazuza, Arnaldo Antunes, Marina Lima, Marisa Monte, entre outros. 

Diplomacia levada ao palco...
O sonho de ser diplomata e comunicadora, lhe levou ao curso de Secretariado Executivo Trilíngue, na UEPA. 

Mas, em meio ao curso, a paixão pela música falou mais alto e Aíla decidiu então se lançar profissionalmente como cantora em 2008. 

Nesse período passou a conviver com vários artistas na cena musical de Belém, entre os quais Felipe Cordeiro, com o qual participou de diversos festivais, sendo premiada como Melhor Intérprete em dois deles. Dessa parceria surge, em 2012, o Cd Trelêlê (c/ produção musical de Felipe Cordeiro), que passeia por referências que vão do brega ao pop, passando pela guitarrada, carimbó e jovem guarda, num diálogo entre a tradição e o contemporâneo, uma estética que sempre fascinou Aíla. Trelelê vem tendo excelente repercussão nacional. 

Aíla já levou seu show a importantes festivais independentes pelo Brasil, como o Quebramar (AP), Conexão Vivo (PA) e Contato (SP). Em 2012, foi escolhida para abrir o Festival Levada Oi Futuro (RJ), que destaca novos talentos da música brasileira. A cantora  também tem sido destaque em importantes publicações nacionais, como a Folha de S. Paulo, O Globo e O Dia (RJ), Correio Braziliense, Hoje Em Dia (BH), e A Gazeta (ES), além de ter seu primeiro disco resenhado na revista Billboard Brasil. 

Serviço
Show de um ano do disco "Trelelê", de Aíla, quarta-feira, 24 de abril, às 20h, no Teatro Waldemar Henrique (Av. Pres. Vargas, 645 - Campina). Ingressos: R$ 10. À venda nas lojas Ná Figueredo.

(com  informações da assessoria de imprensa)

Livro propõe experiência literária em Max Martins

Editado pela Invisíveis Produções, “Cartas ao Max”, de Élida Lima, terá bate papo e lançamento em Belém e um na capital paulista. O livro se revela em uma nova crítica literária, feita por meio de cartas, escritas para o poeta paraense, e construído ainda por ensaios, poesias e crônicas, resultado de mais de dez anos de diálogos poéticos da autora com a obra do poeta. Com 36 poemas, o livro tem texto de orelha assinado pelo o amigo de longa data de Max Martins, e professor da UNAMA/PA, Dr. Paulo Nunes.

As experiências com a escrita de Max levaram a autora à criação de cartas que propiciam trocas filosóficas entre o poeta paraense e pensadores contemporâneos como Gilles Deleuze, Roland Barthes, Maurice Blanchot e com ela mesma, o que gerou certo furor no meio universitário. 

O livro ganha um bate papo dia 29, no Hangar, das 17h às 18h, com mediação do poeta Vasco Cavalcante, no estande da Editora da UFPA, onde haverá também a exposição "Porto Max" com pertences do acervo de Max Martins. No dia 30, o lançamento será na Livraria da Fox, às 19h, e no dia 11 de maio, em São Paulo, na Livraria da Vila, das 15h às 18h. 

Max Martins, que parte em 2009, deixando, aos 82 anos de idade, uma obra literária das mais importantes para as letras paraenses, representou a renovação da literatura no século XX e colocou o Pará numa posição de destaque na literatura nacional, embora sua obra ainda seja pouco conhecida. 

"Cartas ao Max" foi escrito ao longo de dois anos no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC/SP, mas está longe do formato acadêmico. 

A obra, diferenciada, é um trabalho também da Invisíveis Produções, editora que traz perfil voltado para processos de criação e investigação que envolvem arte, ativismo e política. Com sede em sede em São Paulo, é dirigida pelo artista Daniel Lima. 

A pesquisa de Élida se transforma em um livro dentro do livro, convida o leitor para uma leitura singular de sua poesia e é, sobretudo, uma homenagem a um dos maiores poetas da literatura brasileira. A escitora publica o que é, hoje, um dos únicos títulos em livraria onde se reúne a poesia de Max Martins e o estudo da sua obra. 

Paraense, escritora, poeta, ensaísta e publicitária, ela é Bacharel em Comunicação pela UNAMA-PA (2005) e Mestre pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC- SP (2012). Élida também assina o livro de poesia "Voados" (2011), edição da autora, mas "Cartas ao Max" é seu livro de estréia na categoria de crítica literária. A autora conversou com o Holofote Virtual e falou de sua longa jornada percorrendo os caminhos literários traçados pelo poeta.

Foto: André Felício Sobral
Holofote Virtual: Dez anos de diálogo poético com Max Martins. Conta um pouco desse trajeto...

Élida Lima: Eu narro no livro, para o Max, nas minhas cartas, a forma que o conheci. Eu tinha 14 anos e ele 72, quando fui à sua casa entrevistá-lo para um trabalho do colégio. Antes da entrevista, fizemos uma pesquisa na biblioteca do Centur para conhecer a obra. 

Não era permitido tirar xerox, então copiamos à mão os poemas. E aquilo me causou uma estranheza, um desconforto, um interesse, uma fixação, um enigma que permanece comigo até hoje. É por isso que eu digo que são mais de dez anos de diálogo com a poesia de Max Martins, mesmo que esse tenha sido o único contato direto que tivemos. 

Holofote Virtual: E como você foi construindo este diálogo?

Élida Lima: Indiretamente em mim, e com várias pessoas à minha volta, começou a se estabelecer um diálogo constante, mesmo quando aparenta mudez, começou a se movimentar uma teia, ou trama, ou complexo de pontes que potencializam o estupor desses poemas, do qual o Vasco então faz parte, não só faz parte, como auxiliou a redescoberta que começou a tomar forma em cartas para o Max. Vasco, Marcia, Ney, Paulo e todos os hipnotizados pela poesia do Max que se prendem nessa teia, contínua e progressivamente. É o que espero para o livro, é o que as cartas esperam, a captura. 

Holofote Virtual: Você reúne criação de cartas, ensaios, poesias e crônicas... O que vamos saber mais sobre Max Martins neste livro? 

Élida Lima: Carta, ensaio, crônica, o que está por trás dessas formas de tocar no mundo é a criação, como você bem pontuou no início da pergunta. Um convite para continuar a criar, é isso o que a poesia do Max me pede. Os leitores saberão que o gesto poético de Max Martins é um gesto que pede continuidade. 

Holofote Virtual: No release diz que o livro causou furor universitário ao propor uma nova critica ao trabalho do Max. O que houve? 

Élida Lima: É inegável que isso aconteceu como tinha que acontecer. Sou muito grata ao Núcleo de Estudos de Subjetividade da PUC-SP, porque é o único lugar em que esse livro poderia ter sido escrito dentro da academia. Um lugar onde se desconfia do rigor metodológico, do azedume filosófico, onde se diz que o próprio fundamento teórico é tóxico.

O que importa para a subjetividade, mais do que supostas ciências, é a criação, a produção de si. O meu orientador, Peter Pál Pelbart, que foi aluno de Deleuze em Sorbonne, me deixou muito livre para escrever as minhas cartas, porque ele logo viu que ali tinha uma criação. Então ele me autorizou a escrever. É essa lição que o livro reitera: "Estás autorizado, a ti é dado um fio, és agora costureiro". É o início do capítulo intitulado Autorização. 

Voltando ao furor universitário, sempre que o trabalho tinha que se confrontar, dentro da academia, com outro núcleo que não o da subjetividade, o trabalho era questionado, desaprovado, deslegitimado. "Como assim você não tem fundamento teórico?! O que você está fazendo não é um mestrado?! Você não pode chamar o Max de meu amor!" Esse tipo de coisa eu tive que escutar dentro da universidade, e escutei com prazer, com o prazer de saber que o que eu estava construindo estava reverberando. 

Deleuze diferencia a vontade de potência entre afirmativa e reativa. Então eu diria que o meu livro, por ser afirmativo, teve que enfrentar muita força reativa (adaptativa, conformativa, utilitária). As velhas forças de conservação contra as quais Max Martins insurgiu-se muito cedo com seu "Morra a Academia!". 

Foto: André Felício Sobral
Holofote Virtual: Max Martins ainda é pouco conhecido. Você acredita que este trabalho poderá inserir Max em um contexto nacional do mercado literário? 

Élida Lima: Olha, eu espero que não. E eu digo isso nas cartas para o Max, que não seja eu a dar tapinhas nas costas dele. 

Por quê? Pelo simples fato de que a poesia dele jamais buscou isso. "Ter uma pessoa no mundo que compreenda o poema." Isso é o que buscava o Max e é isso que meu livro busca: que a compreensão sempre parta de uma singularidade, nunca de uma unanimidade. 

Cartas quer fazer de Max o que fazem dele seus poemas: sempre diferente de si mesmo. Mas meu livro tem inserido o Max nos contextos micropolíticos, ou seja, na realidade sensível em constante mudança. Venho espalhado o Max numa escala menor, mas intensiva. Deleuze e Guattari vão afirmar que a experimentação é a estratégia principal da micropolítica. 

Antes de qualquer coisa, meu livro, assim como a substância poesia, é um convite à experimentação. Linhas de criação, pulsantes na intensidade vital, que, em seus contágios, "abrem janelas". É aí que quero inserir o Max. 

Holofote Virtual: É seu livro de estreia na critica literária. Que outros trabalhos, obras você traz em sua trajetória, quais teus focos de interesse? Você se formou em Comunicação, não foi? 

Élida Lima: Trabalhei durante 7 anos como redatora em agências de publicidade, aqui em Belém na Gamma, DC3, Double M, CA. Em certo momento, tive que romper contra a força reativa, adaptativa, utilitária da publicidade em nome da força de criação poética e existencial que tomou forma em Cartas ao Max. Mas Cartas ao Max é também a minha reconciliação com a publicidade, pois esse furor da minha linguagem vem da escritora, sim, mas também vem da publicitária, daquela que não desperdiça uma linha da atenção do leitor, uma palavra. 

Por isso, faço uma crítica literária que é atraente, diferente, sedutora. Só depois de ter escrito, com toda a necessidade possível, as minhas cartas, vi: é crítica literária. E outros me ajudaram a ver mais longe: uma crítica literária intensiva. 

Holofote Virtual: Max deixou um grande acervo de livros, esctritos. Você tem notícia do que está sendo feito em relação a isso? 

Élida Lima: Não sei muito a esse respeito, aliás, não fica muito às claras para a população o que está sendo feito. Eu assinei a petição pela disponibilização do acervo do poeta à comunidade. No meu entendimento (já houve reportagem sobre isso), o acervo está em posse da UFPA, aguardando catalogação. Adoraria ter acesso, acredito que o contato com este acervo seria disparador de muita coisa em termos de continuidade do gesto poético de Max Martins. 

Holofote Virtual: Interessante a editora que lança seu livro. Fala um pouco do trabalho que ela desenvolve. Vale á pena, imagino que muitos poetas, escritores se interessem... 

Élida Lima: Invisíveis Produções é uma editora e produtora de São Paulo que trabalha com práticas culturais voltadas para processos de criação e investigação que unem arte, ativismo e política. Cartas ao Max é o primeiro título da editora na Série Literatura. Orgulho-me em dizer que participei no processo de criação do nome da editora e que assino a edição de Cartas ao Max junto com Daniel Lima, artista e diretor da Invisíveis Produções. 

A editora opera nos limites das categorias disciplinares, levando elementos de um campo a outro: artes visuais, audiovisual, música, literatura e urbanismo. É como uma política do impossível, uma maneira de (re)conhecer nossa maneira de conhecer. 

Holofote Virtual: A orelha é do Paulo Nunes. Assim como ele, você, Vasco, Ney, e outros, há com certeza, mais apaixonados e interessados em estudar a obra do poeta. Já dava pra fazer um simpósio... Ou não? 

Élida Lima: Sim, estou mais do que disponível. A ideia do livro é essa: reunir maxmartinianos para reviver um Max.