20.5.13

Solo de Marajó ganha espaço no Museu Histórico

Depois da circulação que fez pelas cidades marajoaras de Muaná, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras, durante os meses de abril e maio, “Solo de Marajó”, da Usina Contemporânea de Teatro, estará em cartaz em Belém, de 21 de maio a 26 de junho, às terças e quartas, sempre às 20h, no Salão de Artes do MHEP. 

Em “Solo de Marajó”, o ator Claudio Barros narra oito histórias tiradas do “Marajó”, o segundo romance escrito por Dalcídio Jurandir. No palco vazio, Cláudio constrói em cena um universo poético para expressar o drama do homem amazônico, refletido de forma tão profunda na extensa obra do autor. 

A circulação pelo arquipélago, região em que nasceu o escritor, teve público de mais de mil pessoas. Além do público comum, as plateias estiveram repletas de estudantes e professores de literatura, que enriqueciam o debate proposto pelos artistas logo após cada apresentação. 

 A experiência recente de levar as narrativas de Dalcídio para mostrar ao próprio povo que a inspirou, no Marajó, revelou-se surpreendente para os criadores do Usina, pelo nível de identificação que despertou nos espectadores em relação ao espetáculo.

Nesta reestreia em Belém (“Solo de Marajó” ainda não foi apresentado na capital este ano), o espetáculo vem aquecido pelo intenso contato com o público e pelos constantes ensaios que ator e diretor realizaram durante a circulação, sempre com o objetivo de tornar a atuação cada vez mais viva no corpo do ator. 

As oito narrativas de “Solo de Marajó”, escolhidas pelo ator e diretor do espetáculo, Alberto Silva Neto, em parceria com o dramaturgo Carlos Correia Santos, possuem autonomia dramatúrgica e não procuram dar conta da fábula do romance. Juntas, as histórias constroem um panorama da vida no Marajó ao misturarem, no mesmo universo poético, temas como infância, paixão e saudade, com dramas amazônicos tais como exploração de crianças, violência contra a mulher, adultério e morte. 

Durante a criação do espetáculo, o ator utilizou como matéria prima experiências de vida e referências pessoais para compor sua atuação, construindo uma partitura de ações físicas que remete a sua própria memória enquanto narra as histórias contadas no romance por Dalcídio. 

Com este “Solo de Marajó”e também “Parésqui”, o outro espetáculo de repertório do Usina no qual as atrizes Valéria Andrade e Nani Tavares imitam gesto e fala para narrar histórias de vida de uma família de ribeirinhos que mora na Ilha do Combu, o grupo Usina Contemporânea acredita estar construindo uma poética cênica amazônica, que parte da pesquisa sobre o ator como narrador. 

Para o futuro, o grupo planeja realizar um terceiro exercício cênico, a partir de narrativas míticas de povos indígenas que habitam a Amazônia. E ainda realizar uma segunda circulação de “Solo de Marajó” que alcance outros municípios marajoaras. “Solo de Marajó” conta, ainda, com produção executiva de Sandra Condurú, assistência de direção de Fátima Nunes, iluminação de Iara Regina de Souza, fotografias de JM Condurú Neto e projeto gráfico de Alan Moraes e Paula Henderson. 

Serviço
Solo de Marajó (55min.). Realização Cia Usina Contemporânea de Teatro e Tá Produuções. De 21 de maio a 26 de maio, às terças e quartas-feiras, às 20h, no Museu Histórico do Pará (MHEP) - Palácio Lauro Sodré. Entrada franca. Apoio Cultural: Centro de Danças Ana Unger.

(com informações da assessoria de imprensa)

Nenhum comentário: