18.9.13

O Navio Fantasma de Wagner estreia neste sábado

Nada de cortinas vermelhas
A primeira apresentação de uma ópera do alemão Richard Wagner (1813-1883) no Pará promete muitas surpresas ao público. Os detalhes foram apresentados à imprensa no início da noite desta terça-feira, 17, pela direção do XII Festival de Ópera do Theatro da Paz em entrevista coletiva.

O Navio Fantasma estreia neste sábado, 21, com mais duas récitas na segunda, 23, e quarta-feira, 25, mas todos os ingressos para o espetáculo – terceiro e último da programação do Festival – já estão esgotados. Para o diretor artístico do evento, Gilberto Chaves, a estrutura montada para “O Navio Fantasma” está superando até a da aclamada “Salomé”, ópera de Richard Strauss apresentada no Festival do ano passado e tida, até então, como o maior desafio já abraçado por este evento. 

“Assim, para nós, este é um momento extremamente delicado, mas, ao mesmo tempo, delicioso e gratificante, por sabermos que estamos prestes a fazer história, a criar um marco, o que, sem dúvida, será um motivo de grande orgulho para todos nós, paraenses”, destacou. 

O coro: marinheiros
A grandiosa estrutura diz respeito, entre outras coisas, ao monumental cenário especialmente concebido para a montagem, cujo principal elemento é um navio, que surgirá no palco do Theatro da Paz, não à altura dos olhos dos expectadores, mas descido do alto, justamente para dar a dimensão fantasmagórica a que a história se refere.

“A construção desse cenário foi, especificamente, um grande desafio para os funcionários do Theatro da Paz e para toda a equipe técnica envolvida no Festival. Sem dúvida, saíremos dessa experiência cansados, mas não abatidos e com um grande aprendizado acumulado em diferentes áreas”, explicou a diretora do Theatro da Paz, Ana Cláudia Moraes. 

A mesma ideia tem o encenador Caetano Vilela, que vive, em Belém, o seu debut como diretor de uma ópera de Wagner, apesar de ter uma vasta experiência com o compositor alemão, já tendo atuado em sete montagens inspiradas em obras dele, embora em outras funções, sobretudo como iluminador – tarefa que também acumula nesta oportunidade. 

Caetano Vilela
“Considero este espetáculo de uma grande importância, não só porque em 2013 comemoramos o bicentenário de nascimento do compositor, Wagner, mas também porque é a primeira vez que uma obra dele é apresentada em Belém. 

Além disso, esta é uma das óperas mais difíceis de Wagner, representando um grande desafio para todos, orquestra, elenco, direção e demais profissionais”, ressaltou. 

Vilela disse que procurou construir um espetáculo com uma visualidade mais contemporânea, sem localizá-lo em um determinado período de tempo, embora respeitando os princípios fundamentais estabelecidos no libreto de Wagner. “A partir do momento em que o Festival cresce, mais é exigido, não só do elenco, mas de todo o aspecto artístico que envolve os espetáculos, o que, certamente, é um grande investimento, até porque tudo isso fica aqui”, completou. 

Já o outro diretor artístico do Festival, Mauro Wrona, enfatizou o primoroso trabalho realizado pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do seu maestro titular, Miguel Campos Neto, que comporá a base musical do espetáculo, a exemplo do que aconteceu em “O Trovador”, segunda ópera apresentada no Festival deste ano. 

Os solistas Rodrigo Esteves e Denis Sedov (Russia)
“Consideramos o Miguel como um dos melhores regentes de ópera do País no momento. Não à toa, é ele quem prepara a orquestra para todos os espetáculos apresentados no Festival, o que exige uma grande dedicação e é feito com extrema competência”, observou. 

“O Navio Fantasma” tem no elenco principal o barítono carioca Rodrigo Esteves, a soprano paulista Tati Helene, o baixo russo Denis Sedov, o tenor paulistano Ricardo Tamura, além do tenor Antônio Wilson Azevedo e da mezzo-soprano Jéssica Wisniewski, ambos paraenses. O coro, formado por 60 cantores, é totalmente paraense e foi preparado pelo maestro Vanildo Monteiro. 

Serviço
A estreia do espetáculo acontece neste sábado. 21, às 20 horas, e haverá mais duas récitas na segunda (23) e na quarta-feira (25), sempre no mesmo horário. A segunda récita, no dia 23, será transmitida ao vivo pela TV Cultura do Pará. Também haverá transmissão ao vivo pelo Portal Cultura (www.portalcultura.com.br) e por um telão montado no Teatro Maria Silvia Nunes, da Estação das Docas, com entrada franca. 

Fonte: Agencia Pará
Texto: Elck Oliveira - Secom

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