27.3.14

Abril traz festa estranha com gente esquisita

Personagens excêntricos e estilos musicais fora do padrão são a tônica do 11º Mongoloid Festival, que será realizado pela produtora Dance Like Trash, no próximo dia 4 de abril, no bar Red Pub, em Belém. Na programação: Molho Negro (PA), Vjölenza (PA), Manduca Na Roça (PA), O Lendario Chucrobillyman (PR), Mullet Monster Mafia (SP) e Merda (ES), além de DJs Igor Ribeiro e Dance Like Hell. Antes de fazer barulho, porém, os promotores do evento vão oferecer ao público, no dia 3 de abril, em um lugar na Rua da Olaria, periferia de Belém, sessão de cinema e comida vegana (texto enviado pela assessoria de imprensa).

A palavra ‘Mongoloid’ batiza o festival. ‘Merda’ é o nome de uma das atrações. Pornogrind é um dos estilos que dão o tom do evento. Definitivamente, o politicamente correto passa longe do 11º Mongoloid Festival. O nome do evento, controverso, lhe foi dado em homenagem aos americanos do Devo, em referência a música “Mongoloid”, do álbum “Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!”, de 1978.

Na programação, os capixabas do Conjunto de Música Jovem Merda unem uma boa dose de escracho ao hardcore. “Nem todo mundo que gosta de futebol gosta do Neymar” é um exemplo do humor nonsense da banda que se apresenta pela primeira vez na capital paraense. 

A música faz parte do seu mais recente álbum, “Índio Cocalero” (2012), uma homenagem à Amazônia bem peculiar: junta sacoleiros do Paraguai, hinos religiosos do Santo Daime e versões punks de bregas de Frankito Lopes e Alípio Martins.

Mesmo não se levando a sério, Merda é uma banda respeitada no cenário hardcore. Criado em 2001 em Vila Velha (ES), o grupo formado por Fábio Mozine (guitarra e vocal), Japonês (baixo e vocal) e Alex Vieira (bateria), tem uma prolífica discografia, reunindo quatro álbuns oficiais e meia dúzia de splits, EPs e compilações, alguns desses lançados em países como Japão e Estados Unidos. 

A banda já fez turnê na Europa e a viagem está registrada no DVD “Breaking Brazilian Bones in Europe Tour”, de 2010, e aos EUA, em 2012. Sem contar que seus integrantes tocam em outros projetos como Mukeka di Rato, Zémaria, Morto Pela Escola, The Barlfly Surfers e Os Pedrero. Nada mal pra uma banda com um nome tão horrível, hein?

Quem também faz parte da programação é ‘The Mullet Monster Mafia’, outro tipo excêntrico: o grupo de surf music foi formado em Piracicaba, interior de São Paulo, três horas distante do litoral. Composto por Ed Lobo Lopez na guitarra, Emiliano Ramirez na bateria e Marcondez Verniz no baixo, a banda estreou em 2009 com o disco “Power Surf Orchestra”, à moda  de Dick Dale, um dos mestres do gênero. 

A banda também toca pela primeira vez na cidade durante o Mongoloid. Com apresentações em festivais como Abril Pro Rock (PE), Virada Cultural Paulista (SP), Psycho Carnival (PR), Festival PIB (SP) e Red Foot Stomp (PR) e duas turnês europeias na bagagem, o Mullet Monster Mafia apresenta aqui músicas do seu mais recente trabalho, “Adrenaline Explosion”, quarto álbum da carreira, lançado este ano.

Orquestra de bolso - Encarnado pelo paulista radicado no Paraná Klaus Koti, ‘O Lendário Chucrobillyman’ é uma monobanda, formato no qual o músico toca três ou mais instrumentos ao mesmo tempo, sendo um deles harmônico e outro percussivo. 

No caso de Chucrobilly, sua orquestra de bolso inclui bateria, violão e base eletrônica, mas no seu quarto e mais recente álbum “Man-Monkey”, de 2013, ele improvisou na percussão: entram em cena caixas de papelão, panelas e até escorredor de macarrão. 

O repertório mistura o punk, blues, rock de garagem e psycobilly, além de incorporar a viola caipira, base de sua pesquisa desde “The Chicken Album”, trabalho pelo qual foi indicado ao Prêmio Aposta, no Video Music Brasil da MTV, em 2011.

O barulho das bandas de cá - Entre as atrações paraenses, está o trio de fastcore Vjölenza, do distrito de Icoaraci, região metropolitana de Belém. 

Formada por Júnior Carioka (vocal), Daniel Ferraz (guitarra) e Olívio Portugal (bateria), o grupo tem um disco lançado, a demo “Los Hombres de Guadalajara”, de 2012.

‘O Manduca na Roça’ segue na linha do hardcore, só que mais explícito. Único representante local do subgênero pornogrind, o Manduca gosta de falar de sexo nas suas músicas. Um monte de sexo. Sua segunda demo, “B.D.S.M” (2012), toca em temas como sadomasoquismo, toda sorte de fetiches e pornografia, como a faixa “Kid Bengala”, por exemplo, em homenagem ao ator brasileiro de filmes adultos.

Já o Molho Negro faz um rock garagem, com influências de Black Rebel Motorcycle Club, Black Keys e The Vines. Formado por João Lemos (voz e guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Augusto Oliveira (bateria), o power trio paraense lançou em 2012 o seu disco de estreia, o homônimo “Molho Negro”, com produção de Gustavo Vasquez, que já trabalhou com Black Drawing Chalks e Macaco Bong. A banda faz um rockão tradicional, com letras que falam sobre garotas e festas, como "Ela prefere ouvir o DJ" e "Se ela não é lésbica, tem namorado".

Zumbis, Veganos e Curiosos

O esquenta do 11º Mongoloid Festival será no dia 3 de abril, com direito a cinema, DJs e comida vegetariana. A edição especial da festa Veg Casa vai exibir “Zombio 2: Chimarrão Zombies”, do diretor barriga-verde Petter Baiestorf, inédito em Belém. 

Continuação do cult movie "Zombio" (1999), da Canibal Filmes, considerado o primeiro filme brasileiro de zumbis, Zombio 2 conta a história de mortos-vivos contaminados por uma erva mate radioativa. 

A sessão dupla ainda exibe “Planeta Terror” (2007), do mexicano Robert Rodriguez. Depois de você se empanturrar com muita pipoca e pizza vegana, que serão distribuídas para o público, a festa continua com os DJs da Dance Like Hell e Copparola Records, tocando o melhor do punk, surf music, skinhead e reggae.

Serviço
O Veg Cine, edição especial da festa Veg Casa será no dia 3 de abril, a partir das 16h, na Rua da Olaria N°32, entre Roso Dani e Silva Rosado, Terra Firme. Ingresso: R$ 3. Acesse: http://goo.gl/X62xVM. O Red Pub, onde será realizado o 11º Mongoloid Festival, no dia 4 de abril, às 20h, fica na Av. Senador Lemos 252 B, esquina com a Av. Alm Wandenkolk. Ingressos: R$ 25, antecipados, e R$ 30, na porta. Posto de vendas: Xani Club, na avenida Nazaré, 441, e Abunai Shop, que fica na avenida Presidente Vargas, Galeria Comercial, 560. Contato: 83831757.  Acesse: http://goo.gl/Z5Z4lR.

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