9.3.15

"Barrela" de Plinio Marcos está de volta ao TUCB

Barrela, do dramaturgo paulista, Plínio Marcos, entra em cartaz, em terceira temporada em Belém, com o Grupo Os Varisteiros.  Além da apresentação, vai ter bate-papo com o elenco ao final do espetáculo.  Dias 12, 13, 14 e 15 de março, às 20h, no Teatro Universitário Cláudio Barradas. 
           
A obra de Plínio Marcos busca discutir a relação de opressão dentro dos presídios, estabelecendo uma visão maior para o social, a partir da sua disposição espacial e seus símbolos que entram em confronto com quem assiste. A peça narra  narra as relações conflituosas de cinco presos, que estão o tempo todo buscando maneiras de se assegurar perante os outros, por brigas, olhares, imposições e até mesmo pela demência. 

A montagem provoca um discurso a partir das imagens simbólicas de oprimido e opressor. Os presos que estabelecem uma ordem dentro da cela, o sistema carcerário que estabelece uma ordem dentro da prisão, a justiça que estabelece uma ordem no sistema, o governo que instaura a sua justiça e a sociedade que compactua. Mostrando assim, um sistema frágil em todas as suas relevâncias. Em sua terceira temporada o espetáculo sai do espaço alternativo e vai pela primeira vez para um teatro, o que possibilita para os encenadores outras experimentações. 

"Esse espetáculo tem me proporcionado outra compreensão da marginalidade, venho a cada ensaio percebendo o lado humano e sensível do personagem que por mais cruel que seja a realidade vivida, o lado humano nunca é anulado. 

Tirica personagem por mim representado nesta 3ª temporada, é rico de material dramático e representante de um ciclo de opressão onde os papeis de oprimido e opressor se alternam ou até mesmo sobrepõem-se. 

Plínio Marcos usa de uma linguagem crua nesse espetáculo, fazendo um recorte preciso da realidade rejeitada pelos olhos da sociedade. Ainda que tenham se passado mais de 50 anos que Plínio escreveu a obra, a atualidade presente na denúncia feita ainda nos envolve, atravessa e choca', declara o ator do espetáculo, Allan Jones. 

Sobre o autor - Considerado um autor maldito, o escritor e dramaturgo paulista, Plínio Marcos, foi um dos primeiros a retratar a vida dos submundos de São Paulo. Poucos escreveram sobre homossexualidade, marginalidade, prostituição e violência com tanta autenticidade. Era, segundo ele mesmo afirmava, "figurinha difícil". Seus personagens fogem de estereótipos, pois são retratados a partir de sua humanidade em ambientes hostis. Além de dramaturgo e escritor, foi diretor, ator e jornalista. 

Sobre o grupo - O Grupo de Teatro Os Varisteiros nasceu da união dos egressos do Curso Técnico de Formação em Ator (2011) da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará - UFPA, com o intuito de permitir a inserção dos recém-formados atores no celeiro de produção teatral da cidade de Belém. 

Fundado em 2012, fora dos parâmetros da academia, o grupo surgiu possibilitando a estes artistas à atividade criadora de pesquisa e experimentação cênica, as próprias montagens, a descoberta de uma poética de trabalho, a vivência em grupo de teatro e, sobretudo, viabilizando a realização de espetáculos ao grande público paraense.

Além do espetáculo "Barrela" do dramaturgo Plínio Marcos, o grupo tem em seu currículo os espetáculos “Nó de 4 Pernas” e “Sonho de Uma Noite de Inverno” , ambas do dramaturgo paraense, Nazareno Tourinho e "No Trono", uma livre adaptação da obra Palácio dos Urubus de Ricardos Meirelles.  

Ficha técnica:

  • Dramaturgia: Plínio Marcos
  • Direção: Maycon Douglas
  • Elenco: Bruno Rangel, Gabriel Antunes, Paulo César Jr., Marcelo Andrade, Allan Jones e Raoni Moreira
  • Produção e Assessoria de Imprensa: Laíra Mineiro
  • Iluminação: Paula Silva 
  • Teaser e Registro Fotográfico: Paulo Evander
  • Arte Gráfica: Raissa Araújo 
  • Social Media: Laíra Mineiro e Raoni Moreira

Serviço
Espetáculo "Barrela". Dias 12, 13, 14 e 15 de março, às 20h, no Teatro Cláudio Barradas. Ingresso: R$ 20,00, com meia entrada para estudantes. Classificação: 18 anos. Apoio: Dirigível Coletivo de Teatro.

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