29.1.16

Ousadia e performance na 6ª edição do Noite Suja

Existe apenas uma lei no Carnaval do Noite Suja: seja livre! O projeto, que chega a sua 6ª edição, resolveu celebrar a carne com um cortejo que sairá do Anfiteatro da Praça da República e seguirá para a Casa Dirigível, culminando em uma festa especial. A ideia é unir performers, drag queens, drag kings, drag queers, artistas, gente criativa e sem normatividade para brincar o carnaval. A programação será no dia 6 de fevereiro, a partir das 17h. 

“Venha celebrar a vida e a carne! Monte-se como se fosse a última vez. Improvise. Pegue emprestado. Sambe com toda e qualquer música! Costure-se e construa-se. Carnaval não é bagunça, é extravagância!”, avisam os idealizadores do projeto “Noite Suja”, Matheus Aguiar e Maruzo Costa, que também se apresentarão no dia.

Além do cortejo gratuito, o Noite Suja Carnevale terá uma festa especial com DJ’s, videomapping, drag drinks, performances drags e a novidade desta edição: a batalha de closes, que convida qualquer pessoa a se apresentar, mostrando que performar é um ato livre. 

Close e extravagância - O projeto Noite Suja vem para desconstruir, ousar e divertir. A edição “Carnevale” celebrará a essência do Carnaval, a liberdade em todas as suas formas. “Queremos instigar o público a sentir-se à vontade com a nossa Arte. 

Ser e viver a performance, viver a montação, ser e estar livre para desconstruir e construir qualquer padrão de imagem e beleza. Muito do que nós já fizemos estava agregado ao Drag, porém o Noite Suja tenta difundir a arte livre de qualquer definição”, explica o artista visual Matheus Aguiar.

Segundo ele, ao falar de arte drag ainda se enfrenta vários preconceitos, mas “montar-se” é necessário, principalmente como forma de contestação e desconstrução de padrões estéticos que imperam em nossa sociedade machista, provinciana e patriarcal. Fazer drag é um ato político. Além do Noite Suja, a cidade ganhou outros eventos que reavivam essa arte, como a Viada Cultural, criada pela drag Flores Astrais. 

Ode à carne - A ideia dos artistas Matheus Aguiar e Maruzo Costa é pensar nostalgicamente o Carnaval, relembrando não só da folia, mas de acontecimentos da TV, de Belém, da Amazônia e do Brasil nos tempos áureos e que atravessam gerações. Bozo, Planeta Xuxa, Kaveira, Eloi Iglesias, Roberta Close, Elke Maravilha, Marília Pêra, samba, arte digital, Radionovelas em geral e as aberturas do Fantástico. “Muitas vezes são coisas que nem pertencem ao nosso tempo, mas que de certa forma ainda ecoam numa memória psicodélica e coletiva”, diz o performer Maruzo Costa.

Segundo ele, a identidade visual do evento trata dessa comunhão de corpos libertos, enlouquecidos, que formam uma grande maquinaria de arte, cores e carnes. Sem esquecer que o Carnaval é uma história antiga que se transforma. “E se quisermos fazer uma festa de Carnaval cyber punk, de rock, de disco music ou tecnobrega, é possível. A montação nos leva a terrenos amplos, onde ficamos felizes com a premissa de que tudo é possível. Carnaval é tanto vida quanto morte, e tudo deve ser celebrado”, completa. 

Serviço

Noite Suja Carnevale
✤ Cortejo (Bloco de rua) - Inicia no Anfiteatro da Praça da República, às 17h, gratuito.

✤ Balada VIP depois do Cortejo (Casa Dirigível) - Tv. Padre Prudêncio, 731, Bairro Campina, às 19h, R$10 - Vendas antecipadas: Ná Figueredo da Estação das Docas - Pagamento apenas em dinheiro.

(Texto de Monique Malcher)

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