15.2.16

Dramaturgia de Ilo Kruglí chega em solo paraense

Fotos: Cacá Bernardes
Circulando pela primeira vez na Região Norte, a Cia. São Jorge de Variedades (SP) traz ao público paraense o espetáculo “São Jorge Menino”. Elaboado pelo diretor Ilo Krugli, fundador do Teatro Ventoforte (SP), à convite da companhia, a dramaturgia inédita surge a partir da figura legendária do cavaleiro São Jorge. A programação, que inclui também uma oficina de teatro, será realizada em Santarém Novo e Belém,  nos dias 16 e 17, e 19 e 20, respectivamente. Tudo gratuito e aberto ao público de todas as idades. 

O dramaturgo llo Krugli ao falar de seus trabalhos infantis – inúmeros e de excelência incontestável – diz que trata-se de um teatro feito para crianças de até 100 anos. Um dos maiores artistas do teatro brasileiro, Ilo tem em sua trajetória larga experiência em movimentar o imaginário de todas as idades.

A circulação também é comemorativa aos 15 anos de existência da companhia, que se aventurou numa experiência artística voltada para o público infantil e seus familiares. Com esta montagem, o grupo concretiza o sonho antigo de criar uma peça em que as crianças e seus familiares participam ativamente da apresentação, festejando a possibilidade de encontro e sonho que o teatro proporciona.

O texto de Ilo Krugli, São Jorge Menino, conta a história de Jorge, um menino de rua, que dorme em cima de uma estátua de São Jorge no momento de sua inauguração. Ao retirar os panos que cobrem a estátua, todos ficam em dúvida sobre o verdadeiro santo, o menino ou a estátua. E assim, Jorge começa a caminhar e a levar o público por uma verdadeira saga de São Jorge. 

Já na saída, a grande mãe, a nossa mãe da rua, o batiza de São Jorge e o menino segue a sua trajetória por uma imensa rua de papel que surge aos olhos do público. Jorge conhece os pintores Candinho e Dica, que pintarão o futuro e o passado dentro do espetáculo, uma homenagem clara aos pintores Candido Portinari e Di Cavalcanti.

Uma imensa Lua traz o descanso, os momentos onde Jorge dorme e pode sonhar. O menino conhece também os habitantes de um muro, onde estão presos como escravos, índios, e trabalhadores. Jorginho conversa com o muro e com as pessoas que estão presas atrás dele, sonhando um dia poder libertá-las.

Das lágrimas de Jorge surge Glauber, uma referência ao cineasta Glauber Rocha, que o ajuda a enfrentar os dragões da Maldade e o ensina sobre utopia. Por fim - após perder a visão na luta com os dragões ao tentar libertar sua amiga, Mariela do Campo Limpo, que estava presa num arranha-céu moderno, espelhado e muito alto - Jorge volta à estátua de São Jorge, se encaixando na mesma posição do início da história. 

Nesse momento, Mariela do Campo Limpo retorna após fugir da ‘Torre’ e de suas lágrimas Jorge volta a enxergar. A peça termina com a festa de casamento de Mariela e Jorge. “São Jorge Menino” é apresentado em espaços abertos e acontece no formato de um grande cortejo cênico que se desenvolve no percurso de uma ponta à outra de uma “rua”. Em cima da concretude empoeirada da cidade, desenvolve-se a história e constrói-se uma rua poética. 

Em Santarém Novo, o espetáculo será apresentado no Ginásio da cidade e em Belém, na área aberta do Centur, na Fundação Cultural do Pará. A peça investiga o tempo/espaço dos rituais e das festas, numa manifestação artística onde a plateia interage diretamente na encenação celebrando o encontro. Crianças e seus familiares são também protagonistas da obra tanto quanto os artistas em cena. A montagem conta com dez atores e quatro músicos que regem a festa no intuito de transformar a encenação numa grande e gostosa brincadeira.

A direção geral  é de Rogério Tarifa.  A direção musical é de Lincoln Antonio, que também é integrante do grupo A Barca. As composições são de Jonathan Silva , o cenário é assinado pelo Ateliê La Tintota e os figurinos por Anahí Santos.

Todo o cenário e os figurinos são confeccionados com diferentes tipos de papéis. Já que no espetáculo são prestadas homenagens aos pintores Cândido Portinari e Di Cavalcanti, a ideia é que esses corifeus junto com seu coro (público), literalmente pintem o cenário. 

Como a encenação acontece em uma “rua” feita de papel, ela é construída diariamente junto com o público e ao final de cada apresentação temos uma rua diferente numa grande instalação construída por todos. Nessa via, as crianças conhecem os pintores Dica e Candinho,  participam com os atores da apresentação e descobrem que o teatro é invenção de mundo, é jogo, é uma relação criativa com a vida.

Oficinas - Além das apresentações, a Cia. São Jorge de Variedades oferece também gratuitamente a oficina “Ao Coro Retornarás” para interessados em geral. A oficina é ministrada por integrantes do grupo e aborda temas e processos que fundamentam a criação do espetáculo e a prática artística da Cia. São Jorge.

Todas as atividades são realizadas com o apoio da FUNARTE, pelo Prêmio Myriam Muniz – Circulação de espetáculos de Teatro. No Pará o espetáculo tem parcerias com a Fundação Cultural do Pará, Casa Sesc de Artes Cênicas, Secretaria Municipal de Assistência Social e Diretoria de Esporte e Lazer de Santarém Novo.

Serviço
  • Em Santarém Novo
  • Dia 16/02 (terça) – Oficina “Ao Coro Retornarás” – de 15 às 18 h, no Salão do CRAS (Av. Francisco Martins, Centro) – Inscrições Gratuitas.
  • Dia 17/02 (quarta) – Apresentação do espetáculo – às 19 h, no Ginásio Municipal – Entrada Franca.
  • Em Belém
  • Dia 19/02 (sexta) – Oficina “Ao Coro Retornarás” – de 9 às 12 h, na Tv. Pe. Eutíquio, próximo ao Shopping Pátio Belém, Batista Campos - Inscrições Gratuita.
  • Dia 20/02 (sábado) – Apresentação do espetáculo – às 19 h. na Praça do Povo do CENTUR – Entrada Franca.
Informações: 
Isabel Soares / Produtora – (11) 99644-8014
Isaac Loureiro / Prod. Local – (91) 99993-2613 / 98191-6690

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