16.10.16

3o FICCA em campanha de financiamento coletivo

O Festival Internacional de Cinema do Caeté está com uma campanha de financiamento coletivo pela plataforma CATARSE, até dia 26 de novembro. Qualquer pessoa pode acessar e colaborar com a doação em valores que caibam no bolso de cada um, pode ser 10, 25, 50 ou 100 reais. O festival se traduz em uma jornada cultural sem fins lucrativos que inverte a lógica do mercado audiovisual e potencializa a liberdade criativa. 

A programação será realizada de 8 a 10 de dezembro, com as bençãos das festividades de São Benedito, tradicional cultura bragantina, na zona do salgado paraense. Só por isso, a iniciativa já pode ser considerada relevante e merece a sua colaboração, mas é importante saber como o festival funciona e quais as suas lógicas.

O FICCA toma como espaços o IFPA - Campus Bragança, o Quilombo do América e a praia de Ajuruteua, entre outros locais.  Este ano, o festival homenageia o cinema africano, particularmente o de Cabo Verde, que nos trará as obras dos cineastas Júlio Silvão (foto) e João Sodré. A mostra é resultado de contatos feitos ano passado, que também possibilitaram a vinda do jornalista e realizador Carlos Alberto de Sá Nogueira, de Cabo Verde.

Outra novidade é que vai ter mais incentivo à literatura na edição deste ano. Sob a coordenação dos poetas Denis Girotto de Brito e Carpinteiro de Poesia, Bragança, também será realizada no mesmo período e integrando o festival, a I Feira do Livro de Bragança, com lançamentos de obras presença de autores, venda e troca de livros, além de diálogos e rodas de conversas sobre literatura e leituras de poesias. A realização é da Academia de Letras do Brasil - Seccional Bragança-PA em parceria com o FICCA e o IFPa.

A programação conta com o lançamento da obra "Anarcometodologia - O que pode uma pesquisa em arte?", do Professor-Doutor Luizan Pinheiro, e que será lançada dia 8 de dezembro na abertura do III FICCA - Festival Internacional de Cinema do Caeté, antecedida por conferência proferida pelo próprio autor, que vai acompanhar todo o festival além de participar com o LP #PROJET no Sarau da Lua Minguante, que será celebrado no encerramento (10/12), no Espaço de Cultura Vacaria Club.

O encerramento contará também com a presença de Clei Souza, Cobra Venenosa, Cuité Marambaia, Flavio Gama Dagama e o Vagalume Boi Bumbá da Marambaia.  Iso tudo além das sessões de filmes nas mostras especiais e competitiva, evidenciando o papel de valorizar o cinema nacional e fortalecer a cinematografia que se faz na Região, particularmente aquela produzida no Pará.

CATARSE - Link para as doações.
https://www.catarse.me/ficca_braganca_2016

Festival caminha com as fortes tradições bragantinas


Chegada do Santo Preto pelo rio Caeté, em 8 de dez. de 2015
O FICCA é realizado no início do mesmo mês, quando a cidade recebe a procissão fluvial, exatamente no dia 8. Estivemos na segunda edição do festival, em 2015. 

Chegamos em Bragança neste dia, por volta das 16h, horário em tempo de ver chegar tal procissão (foto). Uma verdadeira visão, com direito a muita emoção. Foram as bençãos do santo ao festival, cuja abertura foi realizada em seguida, no campus da Universidade Federal do Pará.   

Feitos um para o outro, a reverência ao santo preto e  paixão pelo cinema, São Benedito e FICCA seguem juntos. Ano passado entre os convidados estavam o jornalista caboverdiano Carlos Alberto de Sá Nogueira e o cineasta Sérgio Santeiro, que veio do Rio de Janeiro. Ambos conheceram a paisagem e a cultura bragantina, além de participarem das rodas de conversas, programas de rádio, e integram o júri, elegendo os filmes ganhadores da edição.

Cidade Histórica do Pará, de forte tradição cultural, Bragança também é o maior pólo pesqueiro do estado, possui praias belíssimas, não só a de Ajuruteua, a mais conhecida.

O potencial turístico e cultural de Bragança em dezembro, se amplia com a Marujada, na festividade de São Benedito, que alcança seu apogeu em 26 de dezembro, com a realização da grande procissão do santo preto, quando a cidade fica lotada. 

O festival soma com a lógica cultural da cidade. A festividade de São Benedito é uma das mais bonitas tradições de nosso estado. O cinema é uma das mais belas formas de se mostrar ao mundo a força de uma tradição, a realidade cultural de um lugar ou simplesmente as muitas histórias que revelam todas as nossas referências.

Intercâmbio cultural e valorização do cinema nacional

Sérgio Santeiro (RJ) e Carlos Sá (Cabo Verde), à beira do 
Caeté, em 2015, intercâmbio em Bragança. 
Nos seus três anos, o FICCA recebeu inscrição de 142 filmes, divididos pelos anos de sua realização. Assim, em 2014, foram 36 filmes inscritos, 5 dos quais estrangeiros e 31 nacionais, sendo 21 de origem amazônica (13, de autores paraenses).

Em 2015, 52 obras foram inscritas. Destas, 8 obras estrangeiras, e 42 nacionais, das quais, 10 realizadas por paraenses. Já em 2016, foram 54 inscrições, 5 estrangeiras 48 nacionais, 7 paraenses. Entre os países que mais enviam obras ao festival, destaca-se Portugal, com 11 obras, divididas pelos anos de realização do evento, ou seja: 4, em 2014; 5, em 2015; e 2 em 2016.

Cabo Verde também se destaca, com o envio de 5 filmes, sendo 2 em 2015, e 3, em 2016. Os estados de São Paulo (27), Rio de Janeiro (17), Rio Grande do Sul (9), Goiás (5), e Rio Grande do Norte (7), Bahia e Minas Gerais (3, cada), são os que mais se destacam entre aqueles que mais enviaram filmes ao festival.

Com 30 filmes enviados, o Estado do Pará está na frente da Região como aquele que mais marca presença no FICCA. Esta empreitada, portanto, já é uma marca no calendário cultural de Bragança e a afirmação histórica da força incondicional de todos que fazem o FICCA ser o que ele é.

Roda de conversa em comunidade quilombola
Em sua terceira edição o FICCA permanece firme em seus propósitos de facilitar o intercâmbio entre realizadores e produtores - das mais diversas origens, e com as suas infinitas propostas de linguagens estéticas, e de formas de captação, fora dos mercados tradicionais e mais próximos das comunidades locais.

Em três anos de atividade, o festival também ajuda a consolidar a cultura cineclubista e cinematográfica, a partir de uma perspectiva democrática, e de um olhar crítico sobre o cinema (notadamente o brasileiro – amazônida - paraense). Com oficinas, conferências, rodas de conversas, e sessões cinematográficas, nas escolas públicas, comunidades quilombolas, praias, e praças, o FICCA se constitui numa práxis de resistência cultural, independente, nas áreas urbana e rural, do Município de Bragança.

Premiações e categorias em 2016 -  O III FICCA premia filmes nacionais e estrangeiros, independentemente do formato de captação e do tempo de duração da obra, e mediante critérios de ordem artística, estética, poética, pedagógica, política, e social, nas seguintes categorias:
  • Grande Prêmio do JURI (Concedido pela Comissão Oficial de Juris pela sua qualidade estética, técnica, artística e política, em geral);
  • Prêmio do Juri Popular (Critério livre, concedido a partir de votação popular);
  • Prêmio Imagem-Tempo (abrange as categorias: cenografia, figurino, fotografia, maquiagem);
  • Prêmio Imagem-Movimento (abrange trilha sonora, montagem, roteiro, direção);
  • Prêmio Experimental (abrange animação, videoclips, e outras experiências audiovisuais).
Prêmio especial e apoios 

Equipe do festival, após sessão em um centro comunitário 
Além destas categorias, o III FICCA concederá o “Grande Prêmio FICCA de Direitos Humanos” ao filme cuja narrativa seja sobre os direitos humanos, de juventude, mulheres, comunidades LGBTs, indígenas, e tradicionais, pescadores, e extrativistas, realizados com um caráter político e pedagógico, e que sejam suportes em projetos de escolas e comunidades públicas.

O Festival é uma realização do Jornal Tribuna do Salgado, em parceria com a Academia de Letras do Brasil - Seccional Bragança, e Programa “Tô na Rede” (Fundação educadora de Comunicação – Bragança Pará). Nos seus primeiros dois anos, teve apoio precioso da UFPa - Universidade Federal do Pará – Campus Bragança. E hoje conta com o apoio do Instituto Federal de Educação do Pará - IFPa. E também com a #REDE de hotéis municipais (Aruans/Solar do Caeté/Alternativo/Palace/Pousada de Ajuruteua).

Esta rede de apoios pode aumentar com o financimento coletivo. Além dos apoios institucionais que permitem que o festival seja minimamente viabilizado em sua logística, pode-se colaborar com as doações no link do projeto, do Cartarse. O sistema é seguro e já ajudou a financiar in´mero projetos culturais em todo o país. O financiamento coletivo vai permitir o desenvolvimento de um projeto que traz novos olhares e intercâmbios culturais para a região.

Os premiados em 2015

Prêmio Imagem-Tempo, em 2015
Em 2015,  o troféu de Melhor Documentário foi para o filme "Feli(Z)cidade" (Documentário / 12 minutos / Clementino Júnior / Rio de Janeiro, 2015), o de Melhor Longa Metragem, para "Sinfonia da Necrópole" (Ficção / 85 minutos / Juliana Rojas / São Paulo, 2014). 

O Melhor Média Metragem foi para "O Time da Croa" (Documentário / 26 minutos / Jorane Castro – Pará, 2013) e o Melhor Curta Metragem, para "João Heleno dos Brito" (Ficção / 20 minutos / Neco Tabosa / Pernambuco, 2014).

Nas categorias especiais , o Prêmio Imagem-Tempo foi para o "Memórias do Cine Argus" (Documentário / 20 minutos / Edivaldo Moura / Pará, 2014/2015), o Prêmio Imagem Movimento ficou com "Janaína Colorida Feito o Céu" (Ficção / 15 minutos / Babi Baracho / Rio Grande do Norte, 2014) e o Prêmio do Júri Popular concedido a "Sêo Inácio - ou O cinema do imaginário" (Documentário / 13 minutos / Helio Ronyvon / Rio Grande do Norte, 2014).

Como apoiar este projeto

CATARSE - Link para as doações. 

Leia e conheça melhor o projeto e a plataforma. É seguro e prático. Caso não seja alcançada a meta de arrecadação, as doações são devolvidas ao dono.

OUTRAS MATÉRIAS

Mais informações: 
Festival Internacional de Cinema do Caeté
91 - 988212419 / ficcafestival.blogspot.com.br

(Holofote Virtual com informações da Fanpage do festival e blog Tribuna do Salgado)

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