26.10.16

Minha Nossa Cia mobiliza público para espetáculo

Os atores e técnicos da Minha Nossa Cia, de Curitiba (PR) já estão em Belém, e realizaram nesta terça-feira, 25, e quarta-feira, 26, uma ação de sensibilização em escolas e instituições, convidando alunos do ensino público e educação especial para assistirem  “O Homem do Banco Branco”, espetáculo que  terá quatro sessões na capital paraenses. Duas delas, gratuitas, nesta quinta-feira, 27, às 15h e 16h30, para este público convidado, e, na sexta, 28, e sábado, 29, às 18h30, aberta ao público em geral, com ingresso a R$ 10,00 e R$ 5,00. Tudo no Teatro Waldemar Henrique, com serviços de libras e audiodescrição em todas as sessões.

O projeto de circulação do espetáculo, patrocinado pelo Ministério da Cultura e Petrobras Distribuidora, com produção local dos Produtores Criativos, traz como proposta não somente as apresentações para um público amplo, em teatro, com ingressos acessíveis. O espetáculo, construído para crianças, também dá acesso às pessoas de todas as idades e alunos especiais e de rede pública, oferecendo os serviços de Libras e o Áudio-descrição. 

“Não é um espetáculo especificamente para este público, mas antes das apresentações, fazemos uma ação com crianças de escolas públicas e instituições de educação especial, convidando a todos para assistir a peça”, diz Moira Albuquerque, atriz, performer, contadora de histórias e produtora da companhia. A ideia é trazer o público para mais perto do artista. 

E para trazer ao espetáculo, tanto os alunos da rede de ensino estadual e municipal, quanto pessoas com problemas auditivos e de visão ao teatro, não basta divulgar que é gratuito e oferece acessibilidade. Daí que a Minha Nossa Cia colocou em seu processo, as ações de sensibilização pedagógicas, a fim de garantir a meta do projeto, que é ter de fato este público acessando o teatro. 

Os atores e técnicos se dividiram em grupo e visitaram, entre ontem e hoje, o Centro de Capacitação Profissional em Educação e Atendimento a Pessoas com Surdez - Marco; o Instituto Felipe Smaldone - Umarizal; o Centro de Educação Ronaldo Miranda/Centro de Reabilitação e Organização Neurológica do Pará - Nazaré; a Unidade Técnica José Alvares de Azevedo - Marco, e as escolas de Ensino Fundamental, Lar de Maria – São Braz,  Florestan Fernandes – Bengui/Parque Verde e José Alves Cunha /Tapanã.

Desafio de fazer as escolas chegarem no teatro

"De forma geral fomos bem recebidos em todos os lugares, e criamos diálogos sensíveis com as especificidades de cada público, jogos corporais com os deficientes auditivos, sensoriais com os deficientes visuais (através do toque no figurino para identificar quem são os personagens dessa histórias) e também musicais e de percepção de grupo", diz Moira Albuquerque.

Algumas escolas possuem transporte próprio, outras não. Ir em busca de soluções para isso também foi tarefa para a produção do espetáculo. Moira conta que foi realizada uma ação numa das escolas em que nesta quinta-feira, no dia de apresentação para os alunos, não haverá aula, assim os pais podem ser os responsáveis por esse deslocamento ao teatro. 

“Estamos torcendo para que os pais consigam levá-los, pois participar da ação de formação para assistir a peça, e não concluir o ciclo é muito frustrante tanto para nós como para esses alunos, já criamos um laço com eles e ver seus olhinhos brilhantes nas poltronas do teatro fazem concretizar nosso proposito. Que o prazer e a curiosidade de ir ao teatro se estenda por toda sua vida, sua formação cultural e que transmita isso as suas próximas gerações”, diz a atriz, referindo-se às apresentações que serão realizadas às 15h e às 16h30, para essas escolas, no Teatro Waldemar Henrique. 

Uma história de amor e novas experiências

“O Homem do Banco Branco e a Amoreira” conta a história de um homem que espera seu amor perdido nos trilhos do tempo, para juntos compartilharem os frutos da amoreira. Desenvolvido para crianças, o espetáculo remete-se ao ambiente lúdico e às possibilidades imaginativas utilizando-se de poucos signos, com figurinos e cenário que ganham contornos e tessituras em composição com a iluminação.

As ações nas escolas duram entre 30 e 40 minutos e são um encontro prévio precioso com os alunos convidados a assistir a peça. O contato é olho no olho, de toque, brincadeiras e sonhos. "O que você vai ser quando crescer?, perguntamos. E ouvimos respostas como médico, professora, policial, artista, cantora, tapioqueiro. Uma realidade que se apresenta a partir dos desejos”, conta Moira. 

E ao perguntar aos alunos quem já tinha ido ao teatro... “Nos surpreendemos ao saber que poucos haviam ido, principalmente com as turmas de surdos e cegos, o que faz do nosso espetáculo ainda mais especial, pois será o primeiro na vida de muitos. Ao saber que iriam provar uma geleia de amora na entrada do teatro, a empolgação foi unanime, em experimentar um fruto pouco conhecido por aqui, e sentindo o primeiro gostinho do que é O Homem do Banco Branco e a Amoreira, uma peça para todos os públicos que conta uma história de amor”, relata Moira.

A montagem do espetáculo, em 2009, surge com o projeto “O jogo teatral na construção do espetáculo”, de Leo Moita, na Faculdade de Artes do Paraná, em Curitiba, no Paraná. O texto é fruto do processo iniciado numa oficina de pesquisa a novas dramaturgias de teatro para crianças. O encontro dos jovens artistas, na época universitários, foi essencial para a realização da peça, e se desdobrou na criação da Minha Nossa Cia de Teatro, que hoje possui um trabalho constante, reunindo atores, performers, músicos, dramaturgos, artistas visuais e arte-educadores, fortalecendo o cultivo de um lugar poético de reflexão, crítica e criação artística. 

Atualmente é composta pelos artistas: Álvaro Antônio (músico, sonoplasta e artista gráfico), Erica Mitiko (iluminadora e cenógrafa), Felipe Custódio (figurinista, ator e produtor), Fernanda Perondi (atriz, performer e arte-educadora), Léo Moita (diretor, dramaturgo, ator e arte-educador), Moira Albuquerque (atriz, performer, contadora de histórias e produtora), Raul Freitas (iluminador e maquiador), Val Salles (ator e figurinista).

Serviço
Espetáculo “O Homem do Banco Branco e a Amoreira”. Dia 27 de outubro, às 15h e 16h. Entrada gratuita. Dias 28 e 29 de outubro, às 18h30. Ingresso: R$ 10,00 - inteira - e R$ 5,00 – meia. No Teatro Waldemar Henrique - Praça da República. Patrocínio: Ministério da Cultura e Petrobras Distribuidora. Produção local dos Produtores Criativos. Informações: 91 3088.5858 e 98134.7719.

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