20.10.16

Vadim convoca VKTrio para os 10 anos do Jivelox

O  russo Vadim Klokov reúne-se a músicos paraenses para noite de celebração. Jivelox está de volta ao centro das atenções na cena musical da capital paraense, neste sábado, 22, às 20h, no show do grupo VKTrio a ser realizado no Teatro Waldemar Henrique – Praça da República - Ingresso R$ 20,00.

Neologismo da união das palavras Jiv - vivo, raiz da palavra vida em russo e Velox - veloz em latim – Jivelox significa "vida intensa" e deu nome ao primeiro CD do músico russo Vadim Klokov, gravado no Brasil, influenciado pelas transformações que as diferenças entre Moscou e Belém lhes suscitaram. O álbum levou quase dois anos pra ser concluído, reúne 15 composições com as influências do erudito, rock, rock progressivo e estará à venda no Waldemar Henrique. 

No show, Vadim que é mais conhecido por seu trabalho erudito como Fagotista, seu instrumento de estudo e pesquisa, assume o piano e se une aos músicos Carlos “Canhão” Brito, na bateria, e a Tom Salazar Cano, no baixo e guitarra, para trazer o ‘espírito’ Jivelox à tona e também mostrar novas composições executadas pelo trio.

Encontro com Canhão em São Paulo dá início ao VKTrio
O VKTrio surgiu em 2009, quando Vadim e Carlos  “Canhão” (A Euterpia e Albery Project) moravam em São Paulo. “Na época morávamos junto numa casa dividida por vários músicos onde começamos a ensaiar”, conta Vadim. 

“Depois se juntou a nós Saulo Rodrigues, um excelente baixista de Atibaia (SP), e com esta formação se apresentaram em várias casas e clubes de Sampa”, relembra ele que em Belém fez o convite a Tom (A Euterpia e O Não Lugar) para assumir o baixo.

“Tom, Canhão e eu nos conhecemos há muito tempo. Trabalhei na Fundação Carlos Gomes por 12 anos, entre 1994 e 2006, e daí por diante, formando o VKTRIO, vivemos e trabalhamos dentro do mundo musical Paraense”, explica o músico. “Depois do concerto deste sábado, 22, já planejamos nos trancar em um estúdio aqui em Belém para gravar 15 novas composições inéditas do trio”, diz Vadim. 

Belém é uma paixão na vida do fagotista

Guitarrista Tom Salazar vai assumir também o baixo
Vadim chegou ao Brasil em 1994 e durante de 13 anos morou em Belém, onde atuou como músico e professor da Fundação Carlos Gomes, Universidade do Estado do Pará – UEPA – e tocou na OSTP – Orquestra Sinfônica do teatro da Paz. Em 2006, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no Pró-Música, Orquestra Sinfônica da Petrobras.

“Em 2007 tomei a decisão de dar um tempo das orquestras e me mudei para Tebas, pequena cidade de Minas Gerais, onde comecei a compor as música e criar projetos como músico independente e foi nesse tempo que comecei a pintar”, relembra Vadim.

Em 2009 foi para São Paulo, onde reencontrou Carlos “Canhão” Brito. “Foi aí que intensamente a gente começou a ensaiar e surge então o VKTRIO, grupo que traz influências, à primeira vista, antagônicas e paradoxais: Stravinsky dançando Carimbó, Bach fugindo da própria Fuga, através do Progressivo, e entrando na cadência da Vanguarda Acadêmica. Às vezes é jazz, outras rock suave, ou ainda um blues tonto. Tudo isso quer ser óbvio, sem camuflagem, mas as personalidades dos três músicos revelam texturas e sonoridades que refletem um trabalho em constante pesquisa", define.

Músico diz que fica mais tempo em Belém

Vadim Klokov sem fagote nos improviso do piano
Vadim Klokov está cheio de planos e avisa que este show não será ainda a sua despedida de Belém, onde também mostra sua veia de artista plástico com uma exposição no Cosanostra Caffé até o final deste mês.

“Ficarei mais tempo, pois tenho algumas encomendas interessantes de pintura, inclusive retratos, além da ideia da gravação do novo disco”, continua ele que já deveria ter voltado em setembro para Moscou.

“Também tenho um grande projeto de Musical nos EUA - Spark , The Stone Man -, dentro do qual compus e gravei as 30 composições do musical, junto com canções e árias baseadas nos textos de uma escritora americana Asya Pekurovskaya”, comenta.

O projeto bilíngue - russo e inglês - se encontra numa fase final de pré-lançamento. “Quem sabe, vai chegar no Brasil para fazermos a versão  em Português”, diz com esperanças de sempre voltar por aqui.  Belém é sua paixão. “Eu escolhi esta cidade e ela me escolheu”, diz ele que precisa mais uma vez retornar à Moscou, mas que já sonha com um retorno em 2017.

CD Jivelox será vendido na noite do show

O CD Jivelox tem participações especiais de Luís Pardal, Delcley Machado, Daniel Delatuche, Albery Albuquerque, Príamo Brandão, Any Lima e outros. “Esse trabalho desenvolveu-se sob as graças das transformações que as diferenças culturais entre Moscou e Belém suscitaram em mim”, reflete o músico.

As letras em russo foram compostas por Vadim; as inglesas têm parceria de Isabela de Luca; e os versos em português são de Carolina Diniz e também de Isabela de Luca. Todos os arranjos são de Klokov, que junto com o músico Elton Brandão, produziu a obra.

O encarte tem a figura de uma obra do ilustrador peruano, naturalizado norte-americano, Boris Vallejo, que cedeu a imagem depois de ouvir o CD e se apaixonar pelo trabalho.  O CD teve apoio da loja Ná Figueredo, responsável pela parte gráfica e venda. E as fotos do encarte são de Walda Marques.

Serviço
Show VKTRIO – 10 anos de Jivelox. Neste sábado, 22, às 20h, no teatro Waldemar Henrique. Ingresso R$ 20,00. Apoio: Cosanostra Caffé e Ná Figueredo. Mais informações: 02196529-9259 e 91 3088.5858.

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