23.5.17

Breno Branches: EP entre livros e aromas de café

Breno Branches bate papo e apresenta “Enchanté”, o segundo EP, neste sábado, 27, lançando um novo projeto o “Vamos a um Café”, parceria com a Casa do Fauno. O convite vem revertido de sutilezas, ambientado com livros, em meio a um brechó e bistrô e ao som de folk. O sabor e o aroma serão de café, servido à vontade, a partir das 17h - grãos da marca Unique, produzidos na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. É preciso ter um passaporte, mas corra, porque o 1o lote já esgotou e o 2o está sendo vendido exclusivamente pelo SYMPLA. Super bem humorado, o músico falou ao blog sobre a apresentação e os projetos de um futuro bem próximo.

Breno Branches é paraense, nascido em Belém, tem 24 anos, e está cheio de sonhos. É arquiteto, profissão que ele assume de dia (risos), mas a ideia em foco, como vocês lerão na entrevista com ele, é seguir a carreira artística, na música para ser bem mais específica. Para isso, muito investimento e alegria de viver nessa premissa de sucesso. 

“Se você quiser/Vamos a um café/Ou qualquer lugar/Deste planeta//Hoje eu acordei/Com vontade de ser/Mais que um sonhador/Quero partir/Vou partir de trem, meu amor/Vou partir de trem, meu amor/...Então faz assim/Você cuida de mim/ E eu cuido de você/Neste vagão”. 

O que diz a letra da faixa “Do Trem” traduz a meta, traçada desde que aprendeu a tocar violão, bem mais jovem, em uma guitarra de brinquedo, treinando também voz. O projeto de vida é compor e levar sua música a um público de sotaques diversos. Estudou, abraçou o primeiro violão de verdade e, sem conhecimento técnico algum, começou a compor e gravar seus discos, como Enchanté, cujo processo de gravação foi feito todo em seu home studio, por ele mesmo.

“Enchanté” traz músicas que podem ser muito bem apresentadas em voz e violão, mas no projeto Vamos a Um Café, a banda estará completa. É a mesma que gravou o EP. Gustavo Mesquita no baixo, Mateus Pereira na bateria, e Breno, violão e voz. As composições autorais, trazem influencias de trabalhos como o Beirut, Damien Rice e Vitor Ramil. 

Foi assim, cultivando cada etapa da carreira, que o compositor começou a se ouvir em rádios nacionais e internacionais. Em 2015, lançou seu primeiro disco em português, o "Que Bolero". Em 2017, iniciou a divulgação do mais novo trabalho, o EP "Enchanté", que traz  quatro músicas marcadas por poesia e lirismo em temas sobre uma jornada de libertação e reencontro de quem não tem medo de se expor e se permitir sonhar.

Nenhum dos dois EPs, porém, são "preview" do que virá no disco. “O que vai ser gravado ainda esse ano, não vai ser diferente desses trabalhos, mas as canções favoritas vão ficar. Coisas novas virão”, surpreende. O lançamento do EP em Belém chega depois de uma temporada de apresentações em Santa Catarina e Goiás com apoio dos amigos e muito foco.

Holofote Virtual: Como sobreviver da arte?

Breno Branches: De dia eu sou arquiteto, por enquanto! A música já vem cada vez mais me ajudando na sobrevivência, mas eu vou aproveitar enquanto ainda consigo tirar um dinheiro fora da música, pra investir ao máximo nisso. Vai chegar um momento em que eu vou me dedicar só a isso, 100% do tempo.

Holofote Virtual: As viagens para divulgar o trabalho possuem algum apoio ou você também embarca nesta nova concepção que diversos artistas têm adotado para levar sua arte onde o povo está? Ou seja, investindo e colocando o pé na estrada, contando apenas com apoios locais, em que chega?

Breno Branches: Eu já fiz umas viagens pra Santa Catarina e pra Goiás. Em ambas, a situação foi a mesma: Eu vou onde meus fãs estão! Eu entro em contato com os fãs, vejo a possibilidade de eu organizar um evento lá, se eles me ajudam a arrumar mais gente para o evento, e desse momento pra frente eu decido ir! 

É quando vou atrás de alguma casa de show ou outro artista pra me ajudar a montar um evento também. Se eu conseguir, ótimo. Se não, eu toco em uma praça sim, sem problemas. O importante é que a música vá até quem queira ouvir! Já passei por muitas situações em que contei com a sorte. 

Em Goiânia eu já me vi em uma situação que não tive dinheiro nem para o almoço. Mas por sorte consegui fazer um excelente show e vender bastante discos, o que me deixou seguro até a volta. E são nesses vai-e-vens que eu vou e sigo nessa jornada de fazer o que amo. Sempre levando meu exemplo como o maior caso pros meus fãs, de que é sim possível ser viver fazendo o que se ama!

Holofote Virtual: E como você trabalha essa produção, se dividindo como arquiteto?

Breno Branches: Meu investimento vem totalmente de mim. Eu mesmo invisto nas viagens, nos discos, e etc. Já estava até acostumado a seguir essa viagem só. Minha primeira parceria foi essa com a Casa do Fauno, que super abraçou o projeto do Vamos a um café, e agora está nos ajudando a proporcionar essa experiência, e o meu maior sonho também né (sorrisos).

Holofote Virtual: Que massa, mas já não houve uma apresentação sua em um hostel? Lembro que topei ir, mas tive um problema e acabei não indo...

Breno Branches: Sim. A primeira foi totalmente organizada por mim, e sediada no Amazônia Hostel! Eu mesmo organizei o evento, a decoração etc. Na verdade eu não né, a Yorranna (Oliveira) e o Mateus (Pereira), que agora fazem parte desse time de produção que existe por trás do Breno Branches. Inclusive criamos um grupo com todos os convidados daquele show, e agregamos os que já confirmaram presença desta vez. Cada vez mais a comunidade de sonhadores vai aumentando (risos).

Holofote Virtual: Como será conduzido o bate papo e as intervenções musicais do Vamos a um Café? Qual a dinâmica, digamos assim?.

Breno Branches: Na verdade eu quero que as pessoas fiquem à vontade, praticamente ninguém estará avulso por lá, mas se houver, eu mesmo serei companhia para todo mundo (risos). Depois disso, a banda entra em ação, e a gente vai fazer o show com as melhores dos dois discos (EPs), e algumas novas também. O show tem alguns eventos e momentos de interação com o público, o que é bem interessante!

Holofote Virtual: O show vai ser no quintal ? Ou é tudo na livraria ? Achei que era tudo dentro, mas achava que era só você. Com mais gente agora fiquei na dúvida (risos)...

Breno Branches: Isso é uma coisa que eu ainda vou saber hoje, na verdade (mais risos). Ao que tudo indica a gente vai botar a banda nem na livraria e nem no quintal, e sim no meio do bistrô, misturado à mini galeria. Fazer uma adaptação, porque como vai ter café à vontade, fica perto do bar, e não corre o risco de ter acidentes com os livros e roupas. E, ao mesmo tempo, a gente queria fugir do palco lá de trás, justamente por essa experiência nova que a gente quer proporcionar.

Holofote Virtual: Você já chegou em outros estados. E em municípios paraenses? Conheces alguma cidade? Tens vontade também de interiorizar?

Breno Branches: Eu, infelizmente, não conheço outras cidades do interior. Eu gostaria com certeza de interiorizar o projeto. Tenho fãs em Tucuruí e Marabá. Seria muito legal mesmo poder levar isso pra lá. Uma experiência e tanto!

Holofote Virtual: Eu boto fé, esse estado é riquíssimo em cultura e certamente isso é favorável aos trabalho musicais ou outra linguagem artística. Só mais uma coisinha... És uma pessoa mística ? Ou seria mais para algo como um romântico ? Qual seu signo (risos)?

Breno Branches: Sou Libra! Mas eu particularmente não me considero muito ligado ao universo dos signos e etc e tal. E apesar de 70% do público do show serem casais, eu gosto de pensar que faço uma música pra quem simplesmente aprecia um aconchego! Não voltado pra algo romântico. Até porque sou muito brincalhão e palhaço para me passar pelo estigmado "cancioneiro romântico" e tal (risos). É comum do libriano não se achar ligado com signos?

Holofote Virtual: Não sou nenhuma astróloga, mas é sim. Libriano tem este suposto desligamento. O arquiteto pelo visto é o Breno Ramos, teu sobrenome. Branches é nome artístico mesmo?

Breno Branches: Isso. É Breno Branches, o nome artístico (muitos risos). Eu gosto de brincar que de dia sou arquiteto mas à noite me visto de preto e combato o crime. (riso pra todo lado).

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