30.6.17

Pavulagem derruba os mastros da quadra junina

1o  domingo, final do cortejo, sem palco
Lá vem o Pavulagem pelas ruas de Belém. Neste domingo, 2, encerrando os festejos do mês com a derrubada dos mastros juninos, iniciando às 9h, com a Banda de Sopros da Associação Musical de Santa Cruz do Arari, na escadinha da Estação das Docas. Vai rolar Dona Onete, Lia Sophia, lambadas e clássicos do brega paraense, além das canções do anfitrião.

Fotos: Dah Passos

O Arraial do Pavulagem exalta as cores, os ritmos e os saberes dessa terra. O compromisso continua após três décadas de desafios, apostando na capacidade transformadora da cultura, honrando a memória de quem ajudou a construir essa história e contribuindo para um mundo melhor de se viver inspirada na sabedoria dos grandes mestres populares da Amazônia e do Brasil. 

“É o resultado desse trabalho de dedicação para a difusão e o fortalecimento da cultura brasileira praticada em nossa região. Nesse momento, nos resta compreender a tarefa de continuar aprimorando nossas metas e organizando esse sonho lindo que é o Arraial do Pavulagem. Vida longa e entusiasmo para todos nós”, diz Ronaldo Silva, um dos fundadores do grupo.

Na Praça dos Estivadores, o Grupo de Carimbó Sancari pede passagem com os sons dos tambores para iniciar a cerimônia de derrubada dos mastros, simbolizando o encerramento da quadra junina. Mas antes de derrubá-los, tem o desafio de subir nos mastros e recuperar a bandeira de São João lá no alto, uma brincadeira inspirada nas festividades de santo do interior do Pará. 

O domingo promete momento emoções. Logo após a derrubada dos mastros, o Batalhão da Estrela sobe a Avenida Presidente Vargas colorindo e alegrando a rua com os sons e os bailados das quadrilhas, das toadas de boi e do carimbó em um festejo com destino definido: a Praça da República tomada de gente que se encontra domingo após domingo para cantar e dançar com a banda Arraial do Pavulagem.

O evento conta com o apoio da Fundação Cultural do Pará, Estação das Docas, Fundação Hemopa, Santa Casa de Misericórdia e Prefeitura Municipal de Belém, que voltou atrás, após protestos dos brincantes nas redes sociais, e colocou o palco para as apresentações ao final do cortejo, na Praça da República.

Valorização de 30 anos de história

No palco, no segundo domingo depois que o povo reivindicou. 
O Arraial do Pavulagem é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belém, oficializado em votação unânime do projeto de lei na Câmara Municipal de Belém, no último dia 27 de março. Um reconhecimento inegável e que já vem de muito tempo, principalmente por parte daquele que realmente o consagra, ou seja, o povo brasileiro e de todos aqueles que o acompanham de pertinho nestas três décadas. Espera-se que a votação dos vereadores possa agora garantir mais que uma sessão solene.

Vale lembrar que o Carimbó também se tornou Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro em uma luta também extensa de mais de dez anos, mas o que vemos pelo interior do Pará são mestres esquecidos e uma nova geração desinteressada em levar adiante a tradição, por que ainda é bem pouco o incentivo e a política pública que lhe é direcionada, garantindo seu repasse e sua permanência. A guitarrada também foi decretada patrimônio cultural do Estado do Pará, mas se não fosse um ritmo, que se desdobra em projetos independentes, e projeta a música do Pará no mundo, politicamente também morreria à míngua.

Serviço
Arrastão do Pavulagem 2017 – Cortejo de encerramento da quadra junina. Derrubada dos Mastros de São João. A partir das 9h, na escadinha da Estação das Docas + 9h30 – Apresentação do Grupo de Carimbó Sancari e derrubada dos Mastros de São João na Praça dos Estivadores + 10h – Saída do cortejo com destino à Praça da República + 11h30/12h – Show do Arraial do Pavulagem e convidados na Praça da República. 

28.6.17

Estúdio Reator apresenta sua MostraMídiaMovediça

As noites quentes de verão e o escurinho do cinema não serão mais os mesmos depois do cineclube contemporâneo que o Estúdio Reator vem propor à cidade, a partir deste final de semana, abrindo o verão. Haverá projeções na sexta, 30, e sábado, 1º de julho, e novas incursões enigmáticas e sensoriais, na próxima semana, dias 7 e 8, sempre a partir das 19h. O convite diz que é para ativar o olhar em direção à luz e a tudo do muito que nos move, comove, remove, e amalgama sombra e cor. A entrada é quanto puder.

A MostraMídiaMovediça traz curtas, longas, ficção, videoarte, performances, videodanças, documentários, e mais o que você não terá como imaginar se não for ao Estúdio Reator. É para olhar, falar, ouvir e tocar o outro, além de degustar bebidinhas e petiscos deliciosos. 

A produção em contínuo processo do Estúdio Reator chega ao público com releituras, reedições e algumas estreias. A programação não provoca apenas o olhar, mas o encontro em bate papos entre os que se interessam e se incomodam, provocam a vida e realizam arte, como um exercício de (re)criação.

Em todos os dias, haverá performance e projeção, antes mesmo que o público pise dentro do espaço. Começa na rua. Por isso, chegue no horário. A seguir, você será convidado a subir as escadas para o Reator, onde a Tenda de Yeyé Porto afetará seu paladar e onde também poderá ser vista a mostra de vídeos em looping, originados em produções do Reator. Na sala central, a atração principal. No Teraço, encerrando tudo, música e projeções de imagens.

Na programação de abertura, nesta sexta-feira, 30, na frente do Reator, haverá uma vídeo instalação inspirada nas peças “Um Grito Parado”, música de Toquinho e texto de Francisco Guarniery, e “Gota D’Água”,  música e texto de Chico Buarque, uma alusão direta ao momento atual do país. Na sala principal tem Sessão Movediça, com curadoria de videos de Ana Lobato, Dudu Lobato e nando Lima. No Terraço o som será de vinil e a projeção em videomapping. Os detalhes você confere na programação postada no finalzinho desta matéria.

Em processo de expansão e (re) criações

A Maquina de Morel, videoperformance - Nando Lima
Tudo isso traz à tona um fluxo de coisas que dizem respeito ao Estúdio Reator. Ao longo de um ciclo de sete anos a ser completado em novembro, o espaço se abre a experimentações que se interligam pela imagem e pela performance, conectadas a diversas outras linguagens da arte.

“O que vamos mostrar é mais uma faceta disso tudo, na verdade, mas o que é comum nesta ideia é estar trabalhando sempre na borda, no limite das linguagens, chegando ao lugar em que elas ficam borradas e se misturam. É isso que a gente vem fazendo desde que iniciamos o Reator e seguimos fazendo”, diz Nando Lima, que fundou o Estúdio em 2010.

A estreia para o público, no início de 2011, foi com o espetáculo “À Sombra de dom Quixote”, do Coletivo Miasombra, e que bem traduz tudo o que se acaba de dizer acima. O Holofote Virtual estava presente nesta abertura e desde então vem acompanhando, ora mais de perto, ora nem tanto, as envergaduras de parcerias que desencadearam diversos outros processos, seja pela colaboração, conexão direta e até espécies de residências artísticas no Reator.

“E justamente, por conta de tudo isso, temos uma gama enorme de materiais que nos permitem ir para uma fronteira mais borrada do teatro, da dança, da música, e cada uma dessas linguagens abre um leque de novas possibilidades. Especificamente agora a chave central são as imagens em movimento, sendo, ao mesmo tempo, algo para te mover e te engolir. Por isso MostraMídiaMovediça”, ressalta Nando.

De volta ao verão

Belterra, de Luciana Magno
Esta é também uma retomada de verão. Ano passado, não houve programação. O Yellow Cake, projeto que vinha sendo desenvolvido no mês de julho, abrindo o Reator nos finais das tardes ao público, não rolou, porque Nando trabalhava outro projeto, o “Reator Eterno”, premiado pelo Edital Rumos Itaú Cultural e que volta, em parte, na programação da MostraMídiaMovediça, neste sábado, 1º de julho, em frente ao Reator, na rua, para a qual foi criado o projeto.

O Reator Eterno levou quatro meses de trabalho intenso e ao final teve um resultado vasto. “O projeto construiu uma montanha de material para ser processado e que vai gerar várias outras coisas. Tenho vontade de fazer uma mostra permanente, não aqui, mas na Rua 3 de Maio, à beira do canal chamado Honorato Filgueira, onde a gente foi filmar o vídeo À Margem do Canal

Atualmente, o Reator trabalha na edição do “Jantar Zumbi”, espetáculo gravado para ser transformado em um filme de longa metragem. “Temos 30 horas de imagens captadas por dez câmeras, das quais pretendo tirar duas horas de filme editado, no máximo. Editamos isso diariamente e queremos lançar em maio de 2018. Quando e como ainda está sendo articulado”, diz Nando.

“O espetáculo reuniu 11 atores com agendas dificílimas, foi bem complicado de realizar, só conseguimos ensaiar todos juntos uma semana antes da apresentação. Foram rês meses tramando, dentro de um cronograma apertado”, conclui.

Vídeos inéditos entram na mostra

Umbral, Dir. Ana Lobato
A programação da MostraMídiaMovediça traz três momentos inéditos, dois deles a serem apresentados no dia 7 de julho, na Sessão Movediça.

A documentarista e professora do curso de cinema da UFPA, Ana Lobato, exibe pela primeira vez “Umbral”, vídeo de 3 minutos que realça a “travessia vivenciada através dos tempos; passos que não passam”, como define a sinopse. E “Bailarina Fassbinder”, com direção de Felipe Cortez, que retrata uma personagem inspirada no teatro de Luis Otávio Barata e no cinema de Rainer Werner Fassbinder, que ganha vida pela interpretação do bailarino e coreógrafo Danilo Bracchi. Tem cinco minutos.

No dia 8, a atração inédita será a mais nova performance “Black Rock”, de Nando Lima, também com apresentação na sala principal do REATOR. O trabalho aborda a impermanência das coisas e do mundo e surgiu anos atrás quando nando mirou em algumas pedras com encaixe que pareciam ser tijolos. Ele juntou vários, que pesaram quase tonelada e trouxe de Salinas para Belém. O que ele fez com isso, vamos ver agora, em 70 minutos.

PROGRAMAÇÃO
Estúdio Reator - Travessa 14 de abril 1053, entre Av. Magalhães Barata e Gov. José Malcher

Sexta-Feira, 30 de junho
19h - Abertura
  • Grito Parado, e A Gota de Água - Videoinstalação (Na frente do Estúdio REATOR) 
  • Tenda da YeYé (no hall de entrada do REATOR) - Cachacinha+Cervejas+Sucos+Petiscos

20h - Sessão Movediça (Sala principal)
  • Belterra (Dir. Luciana Magno/2015/2min44) - Obra apresentada, durante a Exposição Alastramento, no ATELIÊ397 / SP;
  • Castelo de Sonhos (ou o instante da morte) - (Dir. José Viana/ SP/ 2015/2017/3min.26) - Registro da obra apresentada, durante a Exposição Alastramento, no ATELIÊ397.
  • A Maquina de Morel  (Dir. Nando Lima /SP/2015/2017/61min.)- Registro poético/videoperformance, realizado por Nando Lima durante a abertura da Exposição Alastramento, no ATELIÊ397.
  • Segundas Intenções - Conversa sobre o pensamento artístico, poéticas, registros, documentação, e a onipresença das mídias de captação de imagem em movimento - Convidados: Alexandre Sequeira, Armando Queiroz, Camila fialho, Elaine Arruda, José Viana, Keyla Sobral, Lucas Gouvêa, Luciana Magno, Luis Júnior, Marcílio Costa, Nando Lima, Pablo Mufarrej, Paula Sampaio, Wellington Romário, Veronique Isabelle

22h - Sessão Lunática (no Terraço do Estúdio REATOR)
  • JAZZandHOPPER - audição com Leo Bitar, o jazz e seus timbres assombrados, vozes soberbas, som de vinil. Somando a delirios e vislumbres de quadros, representações realistas da solidão na contemporaneidade, o eterno verão de Edward Hopper.

Sábado, 1º de julho 
19h - Reator Eterno - Videoinstalação na frente do Estúdio REATOR
  • Tenda da YeYé (Hall de entrada) - Cachacinha+Cervejas+Sucos+Petiscos 
  • LooP-Vídeos (Hall de entrada) - Mary Ann + O Pier - De Tadeu Lobato (produção de 2012) 

20h - Sessão Movediça (no Estúdio sala principal do REATOR)
  • Cine-performance: Sangue, Sangue (2017 /30 min.) - De Tadeu Lobato, Alberto Amaral, Nando Lima - Memória e consciência nasceram pelas violências praticadas contra determinado ser vivo, como forma de gravar com sangue no corpo determinadas experiências. Já o esquecimento é uma forma de superar essa violência, uma possibilidade de abertura às energias plásticas, à alegria.
  • Segundas Intenções: conversa em torno da memória, esquecimento, marcas, vivências ins- critas nas fotografias. Convidados: Afonso Medeiros, Nani Tavares, Alberto Amaral, Armando Sobral, Tadeu Lobato, Rosangela Britto, Iomana Rocha, Iara Souza

22h - Sessão Lunática (Terraço)
Insulada - o ato de se transformar em ilha - 
de: Rosilene Cordeiro - Pedro Olaia - Dudu Lobato - Alesson Barros 
mesa cheia de gostos, fluidos da pele, seivas da floresta, sonoridades aquosas, pulsantes.

Sexta-feira, 07 de julho 
19h: e:Eletrans Videoinstalação (na frente do Estúdio REATOR)
  • Tenda da YeYé (Hall de entrada) - Cachacinha+Cervejas+Sucos+Petiscos 

20h -Sessão Movediça (Sala principal)
  • Acalmia (Dir. Ana Lobato - 2010 - 9min.) - O corpo ora é acolhido pelo mar, se movimenta no seu balanço, expande e transforma o impulso que recebe, ora se move em sentidos e intensidades distintos dos produzidos pelo fluxo da maré, numa espécie de embate propulsor. 
  • Rosalina (Dir. Ana Lobato - 2014 0- 22 min) - O filme aborda a história de Rosalina, irmã cobra de Ana Bahia Pereira, fruto de uma relação extra-conjugal mantida por seu pai, Veríssimo. O pai batiza sua filha-cobra com o nome de Rosalina, que passa a viver no rio Jatuíra, nas imediações de sua residência. Rosalina é também uma entidade de cura da Umbanda, que baixa em sua irmã Ana, o que acontece em poucas ocasiões, como no dia de seu aniversário, a 30 de agosto, que costuma ser festejado por sua irmã, com um bolinho e toque de tambor.
  • Rebuçado (Dir. Ana Lobato/ 2015/ 7 min.) - O oculto, velado. O que está na origem ou no âmago. O íntimo e o profundo. Enfim, "Rebuçado": um experimento em videodança que explora estéticas em trânsito entre diferentes tribos, sabores e desejos. Partituras corporais são indutoras de imagem e som para uma reflexão audiovisual sobre cidades imaginárias, prisões interiores e indiferença. A vida segue doce em compasso delicado, um espírito stiletto pisa em doces, Bboys e conecta, em edição, as cenas. A música dança o músico-dançarino e a performance se completa em três corpos do diverso. Ao fim, o doce nem importa tanto assim. Pode ser pisado. E esquecido.
  • Umbral - Estreia (Dir. Ana Lobato/ 2017/3min) - Travessia vivenciada através dos tempos; passos que não passam.
  • Bailarina Fassbinder - Estreia (Dir. Felipe Cortez/2017/5 min) - Uma personagem inspirada no teatro de Luis Otávio Barata e no cinema de Rainer Werner Fassbinder ganha vida pela interpretação do bailarino e coreógrafo Danilo Bracchi.
  • Segundas Intenções: conversa sobre modos de produção, poéticas, filmes de guerrilha, baixo orçamento, maneiras possíveis de realização - Convidados: André Mardock, Ana Lobato, Cleber Cajun, Felipe Cortez, Nando Lima, Marcelo Rodrigues, Armando de Mendonça, Alex Damasceno, Lucas Escócio.

22h - Sessão Lunática (no Terraço do Estúdio REATOR)
"Em Caso de Emergência Quebre o Vidro" - inspirado na Dramaturgia de Denio Maués.
Com: Dudu Lobato - set list dos anos 80/90, Pauli Banhos - locução e Nando Lima – vídeos.

Sábado, 8 de julho
19h - E:Eletrans videoinstalação (na frente do Estúdio REATOR)
  • Tenda da YeYé (no hall de entrada do REATOR) - Cachacinha+Cervejas+Sucos+Petiscos 

20h - Performance Black Rock  - De Nando Lima - Estreia (2017 duração: 70 minutos) -  Na sala principal - A impermanência das coisas e do mundo. A sincronicidade, a experiência de observar ou sentir esses padrões, os encontros, as arestas dos desejos, os nivelamentos e deslizes que experimentamos nesses momentos nos deslocam para o próximo nível de nossa vida; e passamos por necessidades, tentativas, perdas, posses e mesmo a morte (que é de cada um) se desdobra em elos e sequências necessárias, para que tudo continue.

26.6.17

A Cia Sorteio de Contos no final de semana do Sesc

O teatro e a cultura popular de raiz, os jogos de roda e as brincadeiras populares brasileiras norteiam um espetáculo que coloca nas mãos do público a escolha de três histórias a serem encenadas. Sorteio de Contos será apresentado no Sesc Boulevard, neste sábado, 1º , e domingo, 2 de julho, às 10h, com entrada franca.

A pesquisa central desse trabalho é fundamentada nas expressões artísticas da Capoeira Angola, Coco-de-roda, Samba-de-roda e Teatro de Rua, tornando o espetáculo festivo e livre para todas as idades, principalmente para os curumins. 

"A dramaturgia do espetáculo tem o intuito de apresentar sérios problemas sociais para as crianças, mas com resoluções simples, que optem pela generosidade, o amor e a inteligência como forma de soluções para os problemas da nossa sociedade", diz o ator e contador de histórias, Lucas Alberto.

Além das cinco histórias que vem sendo contadas nas diversas apresentações já realizadas pela Cia do Sorteio de Contos, outras duas cartas serão colocadas na roda, desafiando ainda mais a atuação do ator criador. E o objetivo é ir incorporando, a cada nova temporada, novas histórias ao seu acervo. Tudo é feito de forma lúdica, espontânea e bem conduzido por Lucas.

Na cena inicial, criando um elo com o público, o personagem Ubirá, que se auto identifica como o Servo do Caos, canta a Ciranda-do-Sorteio onde se explica algumas regras, já tomando a atenção da plateia. Depois escolhe alguém que irá puxar três das cinco cartas que oferecem histórias a serem contadas. Cada carta tem um nome e sua origem vinda de três regiões diferentes do mundo: O continente Africano, a América Latina e o Oriente.

Mais duas cartas entram no jogo do sorteio

O púbico que já esteve na plateia dessas apresentações já pôde ouvir "A história do professor e seu aluno", sobre a relação entre um antigo e mestre e seu aluno; "Savitre", sobre uma princesa astuta enganou que enganou a morte e era temida pelos homens, além de "O conto das areias", que relata o sonho que um garoto de 12 anos teve depois de ter escutado os contos do mais velhos da aldeia e ainda a história indígena "Makunaima", que revela demônios engolidores de gente.

Desta vez, serão colocadas no jogo do sorteio, pela primeira vez, a carta "Como Ananse se tornou o dono de todos os contos", em que o contador de histórias, vindo da África, revela como conseguia, através de seu conhecimento de mundo e perspicácia, negociar qualquer coisa com qualquer pessoa. 

A outra carta traz como inspiração as históricas tentativas de divisão de terras brasileiras e o sapateado do Coco Raízes do Arcoverde. "Homenagem ao Agricultor" fala sobre a importância de plantar igualdade, dividir o amor e colher amizades.

Desafios para o ator contador de histórias

"O espetáculo agora se torna mais desafiante para mim como ator e mais divertido para o público", explica Lucas Alberto. "Agora são sete as opções de histórias e cada conto é diferente um do outro, vindos de lugares diferente, com soluções cênicas diferentes", finaliza o ator.

A companhia também mantém suas ações artísticas na casa de cultura Casarão do Boneco, um espaço auto-gestionado por um coletivo de artistas. No Casarão, a companhia mantém, junto com parceiros, o Coco-do-Casarão, um grupo de estudos sobre esta tradição, e apresenta seus materiais cênicos durante a mostra mensal de teatro do Casarão do Boneco o Amostr Aí.

Ficha técnica
Direção Paulo Ricardo
Produção: Atelier de Nanan
Figurino: Nanan Falcão e Maria Angélica Alberto
Luz: Thiago Ferradas
Artes plásticas: Mauricio Franco
Comunicação multimídia e Atuação: Lucas Alberto.
Apoio: Casarão do Boneco.

Serviço
Espetáculo teatral: Sorteio de Contos. neste sábado, 1º , e domingo, 2 de julho, às 10h, com entrada franca no Sesc Boulevard - Av. Castilho França, em frene à Estação das Docas. Informações: 91 98955.9135 ou e-mail: sorteiodecontos@gmail.com. 

24.6.17

Márcio Câmara: O Som Direto no Cinema Brasileiro

O livro Som Direto no Cinema Brasileiro: fragmentos de uma história, de Márcio Câmara será lançado em Belém nesta sexta-feira, 30, às 18h30, na Livraria Fox (Travessa Dr. Moraes 584 - Batista Campos). O evento inclui um masterclass com o realizador audiovisual e técnico de som direto, que também é professor e pesquisador do tema.

O livro é resultado de uma pesquisa inédita que aborda as técnicas de gravação utilizadas e o papel criativo dos profissionais em filmes que fizeram história. O autor já está em Belém fazendo o som direto do novo filme de Roger Elarrat "Eu, Nirvana", com quem trabalhou em Juliana Contra o Jambeiro do Diabo pelo Coração de João Batista. 

Já um conhecido do meio artístico do cinema paraense, Márcio Câmara (Fortaleza, Ceará, 1963), já participou também em Belém de filmes de Jorane Castro - Para ter onde ir, Ribeirinhos do Asfalto, Quando a chuva chegar, Invisivéis Prazeres Cotidianos, Mulheres Choradeiras e com Marta Nassar em A Origem dos Nomes.

Lançou em 2017 o longa metragem documentário Do Outro Lado do Atlântico, premiado em Cabo Verde, Berlin e Rio de Janeiro e exibido em Lagos, Nova Iorque, Lisboa, Habana e Trieste, e em diversas cidades brasileiras. O filme será exibido em Belém, no dia 3 de julho, seguido de debate, com o diretor no Cine Olympia.

O livro "Som Direto no Cinema Brasileiro" é baseado na pesquisa de dissertação de mestrado do autor apresentada na Universidade Federal Fluminense. A obra resgata o caminho percorrido pelo profissional que exerce a função de técnico de som direto no cinema. Na obra, o autor defende a importância técnica e criativa do som direto para a densidade narrativa de um filme. 

Uma das contribuições importantes do livro está o encontro com Mark Van der Willigen, profissional da área que morou por 20 anos no Brasil e que esse ano ganhou o prêmio de melhor som pela Associação Brasileira de Cinematografia pelo seu trabalho em Chatô. 

Willigen participou de filmes da retomada do cinema brasileiro, imprimindo rigor técnico, por meio de equipamentos de gravação de som que ainda não estavam disponíveis no Brasil, disseminou conhecimento e formou diversos técnicos que atuam no cinema brasileiro.

O doutor em Comunicação pela UFF e autor de Som no Cinema Brasileiro, Fernando Morais da Costa, assina o prefácio. Referência no campo de estudos de som no Brasil, o professor afirma que o texto de Márcio Câmara é o resultado das inquietações que movem o profissional, no que diz respeito ao papel criativo do técnico de som direto. 

“A minha ideia foi propor uma pesquisa sobre a participação criativa do Técnico de Som Direto dentro da cadeia audiovisual. Para falar disso, utilizei de conversas com diferentes Técnicos de Som Direto, de diferentes épocas, com destaque no cinema brasileiro, para que eles me indicassem a participação criativa de cada um dentro da cadeia de produção de som no cinema brasileiro. Com isso consegui construir uma pequena história, mesmo que fragmentada, do desenvolvimento e da prática do som direto no cinema brasileiro”, diz  Márcio Câmara.

O livro será lançado na Livraria Fox com a realização do masterclass onde o autor abordará a trajetória do som direto no cinema brasileiro desde dos anos 60 até hoje, com a exibição de entrevistas gravadas com os participantes dessa história, além de trechos de filmes que assinalam a participação criativa desses profissionais. Evento aberto ao público com entrada gratuita, às 18:30hrs.

Realizador e Técnico de Som de Direto

Graduado em Cinema pela San Francisco State University, Márcio é Mestre em Comunicação, na área de Estudos de Cinema, pela Universidade Federal Fluminense. Produziu. 

Já dirigiu dirigiu Rua da Escadinha 162 (2003), ganhador de 30 prêmios entre eles o de Melhor Documentário Curta Metragem Brasileiro pela Academia Brasileira de Cinema (2004) e os também premiados Identidades em Trânsito (2007), Torpedo (2009), Saudade de Andrea (2010), Doido pelo Rio (2011), Joaquim Bralhador (2014) e Quitéria (2016), que fizeram carreiras em diversos festivais e mostras nacionais e internacionais. 

Foi indicado cinco vezes ao prêmio de Melhor Som Direto pela Associação Brasileira de Cinematografia e quatro vezes ao da Academia Brasileira de Cinema pelo som direto de filmes como A Ostra e o Vento (1996), Lavoura Arcaica (1999), Deus é Brasileiro (2001), Peões (2002), Amélia (2002), Cinema, Aspirinas e Urubus (2003), Zuzu Angel (2004), Os Desafinados (2005), Mutum (2007), Salve Geral (2008), Elvis e Madona (2009), Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios (2010), Jogos da Paixão (2012) e Fera na Selva (2017).

Lançamento Literário
Som Direto no Cinema Brasileiro: fragmentos de uma história 
Autor Márcio Câmara / RDS Editora, 100 págs
valor R$40,00
Dia 30 de junho de 2017 (sexta-feira), às 18:30hrs
Livraria FOX - Trav. Dr. Moraes, entre Av. Conselheiro Furtado e Rua dos Mundurucus

23.6.17

Joelma e Mahrco Monteiro no Festival Latinidade

Espetáculo com repertório que reúne os principais clássicos de dois estilos musicais que sempre fizeram sucesso junto ao público, o show “O Brega é Rock”, com Joelma Kláudia e Mahrco Monteiro, é atração do Festival Latinidade, nesta sexta-feira, 23, no Espaço Fiteiro (Doca), a partir das 21h. Ingresso R$ 20,00, e meia R$ 10,00.

O baile O BREGA É ROCK é um punhado de clássicos bregas em ritmos de rock e vice-versa. Um portal para décadas anteriores com a pegada das batidas atuais. Uma trama aonde o roqueiro dança brega e o bregueiro dança rock!

Trazendo a latinidade da música amazônica, o festival traz desta vez dois shows completos e dançantes. “Além da minha banda, os convidados trazem seus shows no formato completo, não são de participação com duas ou três músicas. E, neste caso, um trabalho novo que teve poucas apresentações, mas todas com muito sucesso”, ressalta Bruno.

“O Brega é rock” faz releitura de bregas e rocks, com versões misturadas. “Achei a ideia muito interessante, porque acaba que isso nos traz uma leitura da cultura do rock e do brega, mostrando o lado mais globalizado da cultura Amazônica”, diz o cantor e multi-instrumentista Bruno Benitez, o anfitrião do Festival latinidade.

O músico mostra em sua apresentação as músicas de seu CD ainda inédito “Miscigenado” e clássicos da música latina. “Faço meu trabalho autoral, mas trago coisas da minha pesquisa sobre ritmos latinos e principalmente dos ritmos latino amazônicos, criados e gravados na região há muito tempo”, continua Bruno.

A noite dá direito a oficinas de dança durante o show do Bruno Benitez, ministrada pelos professores Joelson Chaves e Jean Patrick. A discotecagem fica a cargo de José Ramos, pesquisador musical e idealizador da festa Salsa Night, tradicional no calendário da dança de salão. No setlist muita Cumbia, merengue, salsas, lambadas e sons latino-amazônicos. 

Idealizado pela MM Produções, o Festival Latinidade tem incentivo da Lei Tó Teixeira, Prefeitura de Belém e patrocínio da Unama, instituição do Grupo Ser Educacional, O Festival Latinidade segue na semana que vem com show da banda Fruta Quente, na sexta-feira, dia 30 de junho, também no Fiteiro. 

Serviço
“Festival Latinidade”, com o baile “O Brega é Rock”, com Joelma Kláudia e Mahrco Monteiro + Miscigenado, com Bruno Benitez. Nesta sexta, dia 23 de junho. Espaço de Show Fiteiro (Doca), às 21h.  Ingressos R$ 20,00. Mais informações: 91 3355.8668.

Auto da Lua Crescente se apresenta no Amostra Aí

Além da contação de história com Nanan Falcão, Adriana Cruz e Cincinato Jr, a programação deste Amostra Aí conta com o grupo Auto da Lua Crescente, da Fundação Curro Velho, que apresentará “O Presente de Sinhazinha”. Neste sábado, 24, a partir das 18h30, no Casarão do Boneco - Av. 16 de Novembro- 815. Ingresso é Pague o Quanto Puder.

Projeto cênico que vem se desenvolvendo há três anos, no Curro Velho, o Auto da Lua Crescente teve origem em uma oficina em que se trabalhou a pesquisa sobre folguedos populares, que se tornou a linguagem principal do grupo. 

Desde então apresentam espetáculos teatrais inspirados na cultura popular, sempre embalados por cancioneiro e ritmos principalmente paraenses, mas também sendo inspirados por grandes artistas brasileiros, como Clara Nunes, Jakson do pandeiro, Antonio Nobrega, entre muitos outros.

Neste mês de junho, o Auto da Lua CRescente traz como brinquedo, os folguedos juninos tradicionais. Encenando "O Presente de Sinhazinha", uma comédia de boi bumbá, o grupo homenageia os grandes mestres desse gênero popular.

História de guarda-roupa pra começar

Antes da apresentação do Auto da Lua Crescente, o público assiste duas contações de histórias. “As histórias que meu guarda-roupa guarda”, Nanan Falcão re-conta os fios que tecem a linha de tempo da humanidade se perguntando: Imaginem se as roupas falassem? 

O que aquela blusa de duas décadas atrás contariam sobre você? E aquele vestido de sua avó, como ele contaria a história de sua família? A atriz  traz várias narrativas, construídas a partir de sua pesquisa pessoal com figurino, que passa pela China, onde descobriram a calça mais antiga do mundo, até as costuras da atual América, com calças Saruel.

E aquela sobre uma Festa no Céu

Em seguida, “A Festa no Céu”, com Adriana Cruz e Cincinato Jr., traz um sapo que arma de tudo para chegar numa festa para bichos voadores, sem ser convidado. "Conto esta história como os antigos, lendo e brincando com o livro, com muita musicalidade, acompanhada do músico Cincinato Marques Jr. ao violão", diz Adriana Cruz. 

Produção e comidinhas

A produção do Amostra Aí fica por conta de Leonel Ferreira, Paulo R. Nascimento, Lucas Alberto, Fátima Sobrinho, Thiago Ferradaes, Maurício Francco, integrantes do coletivo que ocupa a casa. Tamb[em tem comidas típicas juninas e veganas com Alimentação Gentil, os doces da dona Socorro e o tradicional chopp da dona Simone do Bairro de Fátima. 

AMOSTRA AÍ

18h30 - As histórias que meu guarda-roupa guarda
19h00 - A festa no céu
19h30 - O Presente de Sinhazinha

Serviço
Amostra Aí. Dia 24 de junho, às 18h30. No Casarão do Boneco - Av. 16 de Novembro, 815, próx. Praça Amazonas. Ingresso: Pague O Quanto Puder. Mais informações: (91)32418981/ salvecasarao@inbust.com.br. Apoio: Holofote Virtual/ Padaria 16 de Novembro.

22.6.17

Três shows e dois lançamentos na Casa do Fauno

A Casa do Fauno apresenta programação de quinta a sábado, anote: Tem show do músico compositor Marcelo Sirotheau, nesta quinta, 22. O Arraial do Fauno, na sexta, 23,  recebe Renato Lú, que traz a música amazônica de seu novo trabalho "Arraial das Abelhas". E no sábado, 24, tem os lançamentos do livro "Ovo de Osga", de Ailson Braga, obra premiada e que traz contos que se passam no mês de junho, e da coleção "Lençóis de Cetim", da Loboho, com show de Danniel Lima.

Marcelo Sirotheau é médico,músico e compositor com 18 anos de carreira musical. O show "Canções à meia Luz", conta com participação da cantora Patrícia Rabelo. No repertório o músico mostra seus trabalhos inéditos, sucessos da música brasileira e ainda faz homenagem ao músico e compositor Chico Buarque, que aniversariou esta semana.  

Marcelo possui várias de suas canções gravadas por importantes nomes da música paraense, como Vital lima, Pedrinho Cavalléro, Alba Maria, entre outros. Atualmente vem trabalhando no roteiro da Opereta “Ilusão Maquiada” e no lançamento do Cd “Fantasiado” , também autoral, em parceria com Jorge Andrade.

Um arraial com Rentao Lú

Na sexta-feira, 23, a partir das 22h, o Arraial do Fauno recebe o cantor e compositor Renato Lu. O artista apresenta o trabalho de novo álbum intitulado “Arraial das Abelhas”, resultado de uma pesquisa profunda acerca da musicalidade Brasileira, mesclado aos ritmos Amazônicos. 

Renato Lu é cantor e compositor paraense, com trajetória musical iniciada nos anos 90, participando dos principais festivais de musica do estado. Esteve presente nos principais acontecimentos culturais do cenário paraense. Como interprete de Bandas locais, ou cantando na noite. 

Histórias com bençãos juninas

"Ovo de Osga" é o segundo livro do jornalista, escritor e ator Ailson Braga, que recebeu na categoria Conto, o Prêmio Dalcídio Jurandir de 2013, e obteve a publicação pela Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. O livro ganha um lançamento na cidade, neste dia 24 de São João, a partir das 20h, na casa do Fauno. Entrada franca. 

O livro tem seis contos, 83 páginas e custa R$ 20. As histórias se passam todas no mês de junho. O clima e a geografia paraenses são "personagens" de todas as seis narrativas. As influências de Dalcídio Jurandir e Raul Bopp são claras e evidenciadas nesse livro. As memórias de infância, relatos feitos ao autor e notícias de jornal foram as matérias-primas dos contos de "Ovo de Osga".

Música e Moda

Já no sábado, 24, a partir das 22h, tem show com lançamento da nova coleção de acessórios da Loboho e show de Danniel Lima, na Casa do Fauno. O show "Lençóis de Centim" é título da faixa lançada num EP em comemoração aos seus 8 anos de carreira, e também serviu de inspiração para a marca de acessórios femininos e masculinos da Loboho. 

O trabalho musical do artista inspirou uma coleção que misturou paleta de cores do clipe do artista. São elementos visuais e sonoros, com texturas entre materiais como couro, pedras brutas e pedrarias lapidadas, que têm como objetivo de transmitir, em objetos, as mensagens que o músico passou em sua obra, provocando o mesmo sentimento de sedução e todo cheio de si, como lençóis de cetim. 

“Lençóis de Cetim” é composição de Débora Vasconcelos, que tornou-se sucesso nas rádios locais levando a produção de um vídeo clipe pela Platô Produções (Web Série “Sampleados”). Já Danniel Lima é compositor e intérprete da nova cena musical, finalista de diversos festivais e traz na bagagem shows sucesso de público como o autoral “Universo Paralelo”, a releitura jazzística de Cazuza chamada “Com Sabor de fruta Mordida”, uma visão Pop com releituras em Rock, brega e até reggae da obra de Roberto Carlos, “#OREIEEU”, entre outros. 

Serviço
Casa do Fauno - Rua Aristides Lobo, 1061, entre Benjamin e Rui Barbosa. Couvert R$ 15,00. Mais informações e reserva de mesa pelo fone 98705.0609.

20.6.17

"Retumbante Natureza Humanizada" em catálogo

Luiz Braga lança o catálogo da exposição "Retumbante Natureza Humanizada", no Museu de Arte Sacra, em Belém, nesta quarta-feira (21), às 19h30. A publicação tem editoração e projeto gráfico de Paulo Maurício Coutinho, com selo da Secretaria de Estado de Cultura, e será vendido por R$ 50,00. Um vídeo de sete minutos, de Thiago Peales, que rememora a mostra, será projetado na ocasião do lançamento, e haverá música ao vivo com Luiz Pardal e Trio. Entrada franca.

Nas páginas, memórias da mostra que teve curadoria de Diógenes Brandão e de demais colaboradores como os professores da UFPA Ernani Chaves e Alexandre Sequeira, que fizeram uma palestra sobre a obra do artista; do historiador e professor também Michel Pinho, que realizou uma caminhada pela Cidade Velha; da curadora Rosely Nakagawa; do poeta João de Jesus Paes Loureiro e do músico Salomão Habib; da fotógrafa Irene Almeida; da cineasta Jorane Castro. 

A escolha de Luiz em lançar a publicação apenas este ano da mostra que ocorreu entre setembro e novembro do ano passado, no Museu do Estado do Pará (MEP), de deve ao fato da espera ter suas vantagens para maturar ideias a respeito do produto. Ele diz que assim foi ideal para se debruçar sem pressa sobre o conteúdo e sobre os detalhes do livro - que traz imagens das obras expostas e frases dele, do curador e de visitantes.

"A ideia foi fazer um catálogo que não tivesse apenas as obras, mas todo o processo de realização da mostra, da montagem, da visitação e da programação com um todo. Foi uma forma que encontrei de fazer o livro de forma mais serena, sem estar no meio do trabalho, já que a ideia inicial era lançá-lo ao término da mostra", comenta Luiz Braga.

Itinerância e desdobramentos 

O vídeo com direção de Thiago Pelaes pode ser transformado em documentário, que mostrará um outra etapa da carreira de Braga - quando o artista chega aos 60 anos. O realizador pretende unir o que gravou durante os meses que acompanhou a exposição e  já tem em mãos a carta Tó Teixeira.

A expectativa agora é fazer com que as mais de 100 imagens retiradas de seu extenso acervo, feitas entre 1976 e 2004, todas guardadas no Estúdio de Luiz Braga, e que não serão comercializadas, circulem pelo Brasil. A próxima cidade que receberá a mostra é Goiânia, na programação do Goyazes - Festival de Fotografia, a ser realizado em setembro.

Mais de 200 exposições 

É este o recorde do fotógrafo que já realizou diversas individuais e coletivas no Brasil e no exterior, tendo suas fotografias em coleções públicas e privadas importantes, como a do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, do Centro Português de Fotografia, do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e da Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras. Em 2005, comemorou 30 anos de carreira abordando os diversos segmentos de sua obra na mostra Retratos Amazônicos, no MAM/SP, e na exposição Arraial da Luz, a maior de sua carreira, montada ao ar livre num parque de diversões em sua cidade natal, a qual recebeu mais de 35 mil visitantes. Em 2009, foi um dos representantes do Brasil na 53ª Bienal de Veneza. 

LP traz "Canções urbanas praianas existenciais"

Abrindo as energias de novo projeto, o Casulo Cultural convida LP e suas canções urbanas, praianas, existenciais para uma noite de música na sexta (23), a partir das 18h30, com performance de Cleber Cajun. “É o registro de um percurso artístico, musical, existencial e afetivo culminando neste ano”, afirma o cantor e compositor LP.

O show é uma prévia do cd que está em processo de gravação, com o nome canções urbanas praianas existenciais. “LP é uma alusão às iniciais do meu nome, assim como uma fundamental homenagem e dedicatória aos discos de vinis os chamados LP’s Long Plays”, explica Luizan. Ele será acompanhado no show por uma harmonia musical que integra  violão, flauta, gaita, caixa, tambor, sax, e até um pedaço de cano, com os músicos Luizan Pinheiro (violão e voz), Melk Moraes (percussão e voz), Luany Ferreira (flauta), Gabriel Pinheiro (banjo), Cliverson Luiz (violão e voz).

O artista vai apresentar canções autorais que trazem consigo influências de Caetano Veloso, Lô Borges, Beto Guedes, Paulo Leminski, Travis, Radiohead, e citações que surgiram no tempo dos acontecimentos compositivos: Drummond, Bukowski, Max Martins. 

Outros lugares como Tamaruteua, Vigia, Belém, Rio de Janeiro, as praias de Algodoal, Mosqueiro, Ajuruteua também inspiraram esse novo repertório.  Parcerias musicais como de Renato Torres, Di Poeta, Ricardo Smith, a companhia de Gleidson Carrera, Clyverson Luis, Gabriel Pinheiro, Luany Ferreira e Melk Moraes fazem também parte desse universo musical e poético do LP. 

“Acontecidos num tempo de instabilidade fluidez perplexidade desse olhar pro mundo, cidades, praias e coisas que nos tocam de algum modo. Estética da existência e vida artista a se afirmarem nas intensidades dos dias em canções: poesia e música, sonoridades e timbres, influências tantas da música brasileira e coisas que a-pareceram necessárias e aleatórias”, poetiza LP.

Casulo Cultural - O Casulo convida é um dos projetos do Casulo Cultural, um espaço que surgiu da necessidade de um ‘lugar’ que proporcione encontros, vivências e relações entre as pessoas e as ideias, para a difusão e construção de saberes, onde o trabalho coletivo e a difusão de conhecimentos artísticos e culturais possam alçar outros voos, com a proposta de criar diálogos entre diferentes linguagens artísticas e discussões político-culturais.

A ideia é abrir espaço para novas canções, músicos e compositores para uma troca com o público, em um espaço colaborativo e independente de arte. O Casulo está localizado nos altos de um antigo casarão de esquina, no bairro da Campina, parte do centro histórico de Belém, que sofreu um processo de descaracterização e degradação, onde se desenvolveu o centro comercial da cidade, no cruzamento da travessa Frutuoso Guimarães com a rua Riachuelo, conhecida historicamente como a zona de meretrício da cidade. 

Hoje o bairro abriga diversas casas de artistas, que tem contribuído com uma tentativa de revalorização dessa área a partir de ações culturais voltadas para a comunidade. O espaço prioriza ações em várias linguagens, de circulação entre diferentes tipos de artistas, comunidades e ativistas políticos-culturais: um público extremamente diversificado em termos de número, gênero e idade.

Serviço
Casulo convida LP nesta sexta, dia 23, às 18h30, no Casulo Cultural - trav. Frutuoso Guimarães nº 562, esquina com trav. Riachuelo, altos. Mais informações na fanpage facebook/casulocultural. Entrada gratuita.

18.6.17

Em debate a política cultural e gestão de espaços


Gestores que partciparam da oficina de “Planejamento de Gestão em Espaços Culturais e a Relação com a Cidade”, trouxeram informações sobre projetos, manifestações e ações culturais em Ananindeua, Icoaraci, bairros da Campina e Cidade Velha, e a UFPA, e município de São Caetano de Odivelas. Na próxima quinta-feira, dia 22, a segunda oficina, "Exercício de Gestão em Espaços Culturais", é direcionada a artistas de todas as linguagens e agentes culturais.

Ministrada por Elis de Miranda, na última quinta-feira (15), no Casarão Viramundo, a primeira oficina foi estabelecida uma grande troca e iterlocução de ideias e relatos de experiência em gestão cultural e entendimento de uma relação com a cidade e ainda sobre políticas públicas de cultura. Elis inicia a conversa com os participantes, apresentando um pouco de seu trabalho e a experiência com um projeto que desenvolve no Rio de Janeiro. 

Os participantes em seguida apresentam seus projetos, suas ações e vivências culturais. Feito isso, cada um deles é convidado a fazer uma cartografia dessas informações, estimulando um debate acerca destas ações, projetos e manifestações culturais,  tanto as que desenvolvem quanto as que se relacionam, identificando suas maneiras próprias de existir  x o que recebem de apoio ou incentivo público para se manterem, aprofundando suas pesquisas, produzindo e repassando também, conhecimentos culturais, alguns deles tradicionais e ancestrais, como o Boi de Máscaras de São Caetano de Odivelas e o carimbó de Icoaraci. 

Na primeira oficina, são, por fim, identificados os gargalos, mas também onde há diálogos possíveis de trocas e parcerias. Na oficina Exercício de Gestão em Espaços Culturais˜, a ideia é mapear metodologias de gestão de espaços coletivos, a partir de exemplos trazidos ou vivenciados pelos participantes, a fim de proporcionar articulações internas ainda não percebidas, identificar pontos convergentes entre os envolvidos e outros grupos, que atuam na cidade, buscando sua relação com outras instâncias do Estado e da Sociedade.



Elis de Miranda é paraense e vem compartilhando com Belém, essa experiência com o projeto Galpão Cultural da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes (RJ), do qual participou na concepção e atua como coordenadora. 

É professora do programa de pós-graduação em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas (PPGDAP/UFF/CAMPOS), Doutora em Planejamento Urbano e Regional, pelo IPPUR\UFRJ, e atualmente desenvolve pesquisa como Pós-Doc no Núcleo de Altos estudos Amazônicos (NAEA/UFPA).

A realização das oficinas é fruto de uma articulação do NAEA\UFPA, por meio de Elis de Miranda, em parceria com o Casarão Viramundo, e apoio do Circular Campina Cidade Velha e do blog de arte, cultura e mídia Holofote Virtual (blogspot).

FICHA DE INSCRIÇÃO
Exercício de Gestão em Espaços Culturais. 
Dia 22 de junho
Das 15h ãs 21h. 

Nome completo:
Idade: 
Coletivo que participa: 
Experiência artística: 
Interesse na oficina: 
Contatos:

Serviço
Ainda há algumas vagas para esta segunda oficina. Para realizá-la, é necessário preencher os dados acima, copiar e colar enviando para o e-mail: holofotevirtual@gmail.com. Daí é só aguardar a confirmação. O valor é R$ 10,00, que podem ser pagos no local. O que for arrecadado será revertido a manutenção do Casarão Viramundo.  Trav. Capitão Pedro Albuquerque, n. 318, Cidade Velha (entre Rodrigues dos Santos e Ângelo Custódio).