11.9.17

Três anos de carimbó patrimônio cultural brasileiro

"Carimbó do meu Brasil: desafios e perspectivas no 3º ano do Registro". O que há para comemorar? É o que mestres e mestras vão poder dizer nesta terça-feira, 12 de setembro, das 09h30 às 12h, no auditório anexo da Superintendência do Iphan no Pará. Entrada franca. 

A Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro e Associação do Carimbó do Estado do Pará (ACEPA), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizam o evento.

O debate é aberto ao púbico e conta com a participação de mestres e mestras de Carimbó de diferentes regiões do Pará, lideranças da Campanha do Carimbó e ACEPA, além de outros convidados.  A ideia do debate é fazer um balanço das ações de salvaguarda desenvolvidas nesses três anos após o registro, assim como serão discutidas as perspectivas de ações futuras.

Também, hoje, com intuito de festejar e celebrar, Mestres & Mestras do Carimbó do Paráse apresentarão no palco do Espaço Cultural Apoena, a partir das 21h. "Porque o nosso povo sabe, há séculos, que a diversão é também libertação e resistência, é uma das muitas formas que encontramos para enfrentar ou enganar o opressor e sua violência física, psíquica ou simbólica. Por isso fazemos da festa, da música, da dança e da poesia do Carimbó a barricada da vida livre e digna que queremos para todas e todos, o ensaio do mundo que já está aqui em nosso peito, batendo cada vez mais próximo e forte, como os curimbós que tornamos nosso patrimônio", diz Isaac Loureiro, da Irmandade Carimbó de São Benedito.

História de mais de dois séculos

A Campanha para torná-lo patrimônio cultural brasileiro levou 10 anos, mas há mais de dois séculos, o Carimbó mantém sua tradição em quase todas as regiões do Pará, e tem se reinventado constantemente. Seus instrumentos, sua dança e música são resultados da fusão das influências culturais indígena, negra e ibérica; e a memória coletiva dos mestres e seus descendentes tem mantido vivo estes aspectos. 

Entretanto, a principal característica do Carimbó está nas formas de organização e reprodução sociais em torno dele, no cotidiano de sociabilidade dos carimbozeiros, seja ele relativo ao dia-a-dia do trabalho ou das celebrações religiosas e seculares. Muito mais que uma manifestação cultural, as formas de expressão contidas no Carimbó estão expressas em seus aspectos artísticos, cultural, ambiental, social e histórico da região amazônica.

Em 11 de setembro de 2014 o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido na sede do Iphan, em Brasília, aprovou por unanimidade o registro do Carimbó como Patrimônio Cultural do Brasil. Muito mais que uma manifestação cultural, as formas de expressão contidas no Carimbó estão expressas em seus aspectos artísticos, cultural, ambiental, social e histórico da região amazônica.

O pedido de registro foi apresentado pela Irmandade de Carimbó de São Benedito, Associação Cultural Japiim, Associação Cultural Raízes da Terra e Associação Cultural Uirapurú, com a anuência das comunidades. Assim, entre os anos de 2008 e 2013, o Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/Iphan) e a Superintendência do Iphan no Pará conduziram o processo de Registro e acompanharam as pesquisas para a Identificação do Carimbó em diversas regiões do estado.

Serviço
Mesa de debate "Carimbó do meu Brasil: desafios e perspectivas no 3º ano do Registro". Data: 12 de setembro de 2017, de 9h30 às 12h. Local: Auditório anexo da Superintendência do Iphan no Pará
Av. Gov. José Malcher, 474, esquina com Tv. Benjamin Constant. A partir das 21h, festa no Espaço Cultural Apoena (Av. Duque de Caxias, 450 (altos), esquina com Tv. Antônio Baena). Ingressos: R$ 10,00.  Mais informações: 91 99607-3710 / 98303-7950 / 999693572 (Campanha) e 98213-6071 (Apoena).

(Com informações de Isaac Loureiro, da Irmandade de Carimbó de São Benedito, com edição Holofote Virtual).

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