6.10.17

Noite do Auto do Círio nas ruas da Cidade Velha

Alba Maria dá inicio à encenação, cantando da varanda do Colégio do Carmo, convidando o público a acompanhar o cortejo. “Menino acorda e vem olhar, o sol não tarda em levantar, vem ver Belém que começa a despertar/ Outros outubros tu verás (e outubros guardam histórias), ver o peso quando for a hora”, diz a canção de Vital LIma, escolhida para este momento. A 23a edição do Auto do Círio começa 19h, na Praça do Carmo e segue pela Rua Dr. Assis em direção a Igreja da Sé e Praça D. Pedro II, onde rola a apoteose.

O tema deste ano, reedita o de 2008, “A Paz”. “Esse auto também vem celebrando os 60 anos da Universidade Federal do Pará, instituição que gerou esse espetáculo para a cidade”, destaca Miguel Santa Brígida, curador desta edição.

De acordo com Tarik Coelho, coordenador geral do Auto, o tema “Por uma Belém de Paz” estará presente em cada detalhe. “Teremos duas estações a mais, na Praça do Carmo e no Museu do Estado. Nelas, no figurino, nas alegorias, haverá cores leves, por conta da temática”, comenta. O espetáculo também reúne vários grupos artísticos, como a Cia. Moderno de Dança na comissão de frente; a bateria do Rancho, responsável pelo batuque que leva o cortejo de uma estação à outra; a Orquestra de Violoncelistas da Amazônia, o Coral da Amazônia e o do Colégio do Carmo.

“A gente escolheu músicas que falavam de paz, deu orientações para que o elenco se inspirasse em entidades de paz, tanto católicas como de religiões de matriz africana. A apoteose deste ano irá comungar com o público ofertando um elemento para que ele interaja com a gente. Tudo foi pensado muito delicadamente para que o espetáculo, que já tem uma grande adesão popular, possa levar o público a comungar com esse pedido de paz”, destaca Santa Brígida.

O Auto do Círio é um programa de extensão universitária criado em 1993 pelas professoras Zélia Amador e Margareth Refkalefsky, da Escola de Teatro e Dança da UFPA. O objetivo era revitalizar o centro histórico de Belém por ocasião do Círio, proporcionando aos artistas o exercício do teatro de rua. Saindo tradicionalmente na sexta-feira que antecede o Círio, tornou-se bem imaterial da festividade em 2006, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),e parte indispensável da vida de muitos artistas paraenses.

(Fonte: Diário On Line)

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